Ruth Costas
E por que não importam?
Enquanto isso, as obras "não revolucionárias" são cada vez mais raras. "Tradicionalmente, mais de 80% dos livros lidos na Venezuela são importados de países como México e Espanha, mas agora eles chegam a conta-gotas", diz Yolanda de Fernández, da Câmara Venezuelana do Livro. Ela explica que, desde 2008, o governo passou a exigir um "certificado de não produção ou produção insuficiente" para a importação de livros. Ou seja, hoje a rede que quiser comprar qualquer título precisa esperar a emissão de um documento que diga que ele não é publicado na Venezuela... "Mesmo com o certificado, os dólares para importar livros simplesmente não são liberados", diz Yolanda.
"As autoridades não estão liberando dólares para importar livros, papel ou tinta. E não adianta dizer que o problema é a crise, pois sabemos que há uma questão ideológica por trás disso: para esse governo, literatura 'desengajada' não é prioridade", diz Andrés Boersner, dono da tradicional livraria Noctua... "As autoridades deste governo não conseguem entender, afinal, para que serve um livro de poesia ou um Dostoievski", diz Boersner. "Eles só sabem que não devem acrescentar muito à sua revolução."
Pessoas que leem, pensam. Se tiverem à sua disposição material literário de todos os matizes, podem chegar a conclusões... Por isso, em uma ditadura, a primeira coisa a ser combatida é a livre leitura.
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