segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A greve dos famintos, uma história antiga

O PoPa tem uma mania antiga. Gosta de expressar suas opiniões, mesmo que não estejam de acordo com a maioria. Pode ser um erro, mas julga ser o direito dele de fazê-lo. Há muitos anos, ainda na faculdade, o PoPa votou contra uma manifestação no campus, que pretendia fazer uma greve contra o restaurante da universidade. A comida seria ruim, declaravam os descontentes. O detalhe importante, é que a comida era gratuita para quem quisesse, não apenas os mais necessitados. E não era tão ruim. Se comparada com alguns restaurantes a quilo que hoje proliferam nas cidades, era coisa muito boa, na verdade. O PoPa não sabe como é a comida - paga - atualmente, mas não deve ser melhor, com certeza.

Houve, afinal, a tal greve contra o restaurante e o PoPa levou dois colegas, durante algum tempo, para almoçar na sua casa. Comida simples, pobre, com menos opções que o restaurante oficial, mas feita com muito amor pela mãe do PoPa. E por que lembrar disso? Porque muitos dos que apoiaram a tal greve, nada fizeram pelos colegas que ficaram sem ter onde almoçar. Ser ativista de causas desnecessárias pode dar ibope. Ser humano, entender as necessidades das pessoas, é um pouco mais complicado. Quando o simples ato de pensar diferente pode decepcionar alguém, é triste....

Ciclistas e atropelamentos

Pois a notícia da semana tem sido o "atropelamento coletivo", provocado por um motorista contra um grupo de ciclistas. A notícia é chocante, afinal, temos um fato não muito comum em nossa sociedade, um psicopata indo contra um grupo de inocentes ciclistas!

Mas, lendo as notícias nas entrelinhas, a verdade não é exatamente esta. Os ciclistas estavam infringindo a lei, ao andar em grupo, sem nenhum tipo de autorização. Reza o Código de Trânsito Brasileiro, que ciclistas devem deslocar-se em fila indiana, pela direita da via. Ok, não é o caso de atropelar quem está fora da lei, senão seria o caos, não só no trânsito. Mas o atropelador alega que sofreu atos de violência antes do fato e que estava apenas tentando fugir do local. Como o veículo apresenta vidros quebrados e o filho do motorista confirma a versão, temos um fato novo. Declarações dos responsáveis pelo movimento também dão a entender que eles são contra os carros e que "lutam" pela bicicleta como meio de transporte alternativo e limpo.

Bem, a justiça que decida quem está com a razão. Mas, convenhamos, bloquear o trânsito não é uma boa idéia, agredir motoristas também não. O motorista está errado, mas o que você faria, preso dentro de uma turba que "luta" contra os carros?

Orlando Zapata Tamayo

Em fevereiro do ano passado, morreu OZT, após longa greve de fome contra o regime dos Castro, que o mantinha prisioneiro há sete anos, por crimes de opinião. Não existe, em lugar nenhum, registro de outros crimes que ele teria cometido, sequer pelo regime cubano. Seu falecimento se deu um dia antes do cara chegar a Cuba, para uma visitinha aos amigos de sempre. E, como sempre, colocou a culpa no próprio OZT, chegando a compará-lo com criminosos comuns de São Paulo.

Pobres cubanos, que ainda acreditavam que o cara poderia interceder a favor deles junto aos tiranos. Pobres cubanos que acreditavam que o cara representava um partido que via, nos direitos humanos, uma bandeira a ser defendida. Por estarem em uma ilha com informações controladas, não sabiam que ele era amigo de vários tiranos mundo afora, até defendendo-os na ONU.

Um ano das declarações infelizes do cara, já esquecidas pela imprensa brasileira e não entendidas pelo povo que elegeu sua sucessora. Um ano daquela que foi apenas uma das muitas bobagens ditas pelo cara em favor de ditadores. Um ano do momento em que mostrou a verdadeira face - sua e de seu partido. Hoje, eles não mais escondem esta face, estão amontoados pelos ministérios e estatais, sugando tudo que podem para seu próprio proveito. Lutam como hienas entre si, para garantir os despojos.

Um ano e nada mudou no Brasil. O PoPa não acredita nas versões que tem circulado de que a guria pensa diferente. Ela articulava muita coisa no governo anterior. O cara está retornando ao convívio partidário e vai mostrar, novamente, suas intenções de futuro para o Brasil. Se há uma diferença tão grande, a guria deixará?

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Moacyr Scliar

A morte de Scliar entristece a todos que gostam de ler. Não é a maioria do povo brasileiro, infelizmente!, mas o texto agradável e sincero não mais terá espaço nas leituras dominicais de ZH de PoPa. Resta reler o que o mestre escreveu ao longo dos anos.

R.I.P. Scliar! E o Pampa emudeceu.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Abuso policial. Escrivã é deixada nua e é revistada à força.

O PoPa não recomenda assistir a este vídeo, que demonstra quão mal preparados são os policiais destepaís. E são delegados! Chefes de corregedoria! Gente que deveria conhecer as leis do país e prezar pelo atendimento das mesmas.

Filmando um ataque brutal e imbecil a uma acusada! Não importa o crime dela, importa que o crime deles é de maior destaque e com o agravante da força brutal e desnecessária. E, convenhamos, no finalzinho, onde deveriam mostrar o dinheiro, a câmara não captou nada... pode ter sido prova plantada. E mesmo que não seja, não tem valor nenhum, face ao crime que eles cometeram.

Não veja o filme. Teu estômago pode não resistir! Mas, aproveitar-se disso para falar em "governo do psdb" é um pouco demais. Imbecis estão em toda parte. Pena que apenas agora, quase um ano depois do ocorrido, estes imbecis foram afastados. Mas sem a divulgação dos nomes! Qual a dúvida do crime? Ele foi cometido à frente de uma câmara!

Provavelmente, este vídeo sairá do ar em alguns dias. Acho que deveria sair, mesmo! Mostra a ação brutal de vários policiais, entre eles dois delegados, agredindo uma escrivã, tirando sua roupa para mostrar notas falsas retiradas de dentro de suas calças. O filme mostra tudo, menos o momento em que eles "encontram" as notas. Providencial...

Atualizando: os delegados Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves chegaram a ser inocentados pelo ministério público, o mesmo que agora apresenta denúncia contra os dois. Claro, vazou na rede, passou na TV... o PoPa espera que estes delegados não tenham filhas para se envergonhar por eles. leia mais aqui.

Prefeito Amazonino Mendes

O PoPa não conhece o político, não sabe da atuação dele na prefeitura e na vida política. Não sabe sequer qual o partido do homem. Mas ele não pode ser criticado por dizer àquela moradora "então morra"! O PoPa andou vendo pedaços deste vídeo em outros lugares, mas ver o vídeo na íntegra, não tem como negar. O cara falou a verdade! É culpa do poder público a situação de emergência daquele povo, mas não foi coisa de pouco tempo. É coisa de gerações de políticos que não deram atenção ao crescimento desordenado da cidade. Prometeu demais, mas vamos ver se ele consegue reparar o estrago de tanto tempo.

Não se pode negar. O cara tem "cojones" para entrar na comunidade e falar o que falou. Resta saber se vai cumprir o que prometeu. Ou é só bravata politiqueira?

Atualizando: O cara foi governador três vezes e também já foi prefeito de Manaus. Não é novato na vida política. Parece ter um bom discurso, mas, passará disso? O que não pode é isolar um pequeno trecho do vídeo para crucificá-lo.

Se não der certo na iniciativa privada, tenta-se outro caminho...

Em suas leituras matinais, o PoPa ficou sabendo que um empresário estaria pleiteando a direção de um hospital beneficente, aqui na terrinha. Como o hospital atravessou uma fase muito difícil e complicada e, atualmente, parece estar com as contas em dia e razoavelmente aparelhado, a opção por um empresário de sucesso seria interessante. Mas um empresário que não consegue tocar sua própria empresa, que enfrenta dificuldades há mais de uma década, é uma boa escolha? Se ele levar para o hospital o mesmo esquema de administração que tem sua empresa - que já foi uma das maiores do ramo, no Estado - será bom para a população, para a saúde do município?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O máximo do mínimo, ou o corte na carne mais magra...

Nestes momentos de aperto de cinto, o governo federal espera que os trabalhadores assumam toda a responsabilidade da gastança feita pelo governo anterior. Sim, os dois últimos anos do governo do cara, foram de uma total irresponsabilidade financeira e a oposição (hã?) nem consegue colocar isso em discussão.

Esta discussão de valores de salário mínimo cansa! Governo e imprensa colocam números estranhos. A ZH, por exemplo, divulga que cada real a mais no salário mínimo, representava uma despesa de 300 milhões anuais para o governo. Bem, mesmo considerando que 300 milhões não é muita coisa nesta gastança brutal que temos, seriam 300 milhões a mais circulando na economia. O governo tiraria, de cara, uns 40% disso na forma de impostos. Outro tanto iria para os cofres da previdência, dos sindicatos... Por que não fazer as contas corretamente, com todos os detalhes? Que contabilidade é essa, que só tem saída? No caso dos salários dos deputados, dos ministros, isso não é um problema. O povo fica sabendo que um ministro não trabalha por meros oito mil reais (com casa, comida, transporte, telefone, luz, tudo pago pelo governo...) enquanto ele precisa sustentar sua família com 545 reais? E ainda fica sabendo que 15 reais a mais deixaria o governo na penúria?

Bem, o povo escolheu este governo, sabia da sua competência para manter o salário baixo. Se quisesse 600 reais, teria votado no outro candidato. Como ele faria? Bem, se cortasse - de verdade - carne, isso seria possível. Na verdade, não é preciso cortar na carne. O Brasil precisa, simplesmente, cortar a gordura que se encontra nos 37 ministérios, nas dezenas de milhares de "assessores" especiais, nas obras desnecessárias ou superfaturadas, nos cartões corporativos, na sacanagem! Cortando isso, e apenas isso, o mínimo não seria o máximo, mas poderia ser bem melhor. Este governo optou por fazer o corte na carne mais magra, na carne do trabalhador.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Orçamento público e o propalado corte de 50bi

O PoPa tem, como praticamente todo brasileiro, uma certa dificuldade em manter o orçamento doméstico sob controle. Não existe, na casa de ninguém, coisas "supérfluas" e desnecessárias. Existem gastos que poderiam não ser feitos e gastos que deveriam ser feitos. Quem tem criança pequena em casa, pode cortar o iogurte? A pipoca no parque? Quem gosta de ler, deve parar de comprar revistas e livros? São escolhas feitas por todos, todos os dias. Acabam tornando-se opções diárias para que outros gastos possam ser feitos, talvez mais importantes ou aparentemente mais importantes.

O que o governo federal está propondo, é um corte irrealizável, pois não há o que cortar neste primeiro momento de governo, sem que haja um corte real na carne. E este corte incluiria a demissão de muitos "auxiliares", a retirada de poder de muitos "apoiadores". É interessante notar que, na briga por poder e espaço dos dois principais partidos do governo, não há o menor interesse no País. Não há o menor interesse no controle da inflação. Não há o menor interesse na economia estável. O interesse real é tão somente o poder, o orçamento...

Mas este assunto de orçamento é muito chato. Não tem quase ninguém falando sobre ele, sobre o que pode e o que não pode. Sobre o que é possível e o que não é. Quase ninguém, mas alguns economistas tentam mostrar a realidade. A melhor análise que o PoPa leu sobre isso, é do economista Mansueto Almeida, técnico de planejamento e pesquisa do IPEA. (leia o artigo aqui)

Este assunto já foi comentado por outros economistas mais famosos, mas sem a didádita e a informação detalhada que faz Mansueto.

Há, entre os que nada entendem de economia e orçamento (e o PoPa está entre estes), a impressão de que seria possível cortar os extraordinários gastos dos dois últimos anos do governo passado, feitos apenas para conseguir a eleição do sucessor. Mas estes gastos foram incorporados na despesa pública. Os aumentos dados para parlamentares, assessores e outros no custeio do governo, já fazem parte da despesa corrente e seria muito difícil arrancá-los, sem a redução substancial deste exército. E isso não será feito, obviamente. Seria necessário acabar com a TV Brasil, mas isso não será feito. Seria necessário acabar com a publicidade oficial, mas isso não será feito.

Enfim, é um corte fajuto. Provavelmente o corte ficará na parte que já foi inflada deste orçamento, não indo "até a carne". Mas, para valer, deveria ser feito sobre o orçamento do ano passado. E de lá deveriam sair os tais 50bi. Qualquer coisa diferente disso, é pura bobagem.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Romário: praia ou trabalho?

A dúvida - se houve - não deve ter durado dois segundos. Afinal, para alguém que passou a vida inteira fugindo do serviço, como seria diferente no parlamento? Seus eleitores estão muito bem representados, pois devem ter exatamente a mesma idéia do que é a democracia. Afinal, somos livres, não é mesmo? Livres para jogar um futivolei em vez de ir para Brasília trabalhar. Na real, talvez seja melhor ele nem aparecer, mesmo...

Tiririca, no entanto, estava lá. Afinal, um palhaço está começando melhor que o outro...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Com o chapéu alheio

Há um dito popular que fala do "cumprimento com o chapéu alheio". O PoPa já tem falado sobre os passes de ônibus dados a idosos, deficientes e estudantes. A medida seria louvável, caso o custo não caísse sobre a parcela mais necessitada da população, que é quem usa o transporte coletivo para o deslocamento diário. Justo seria se o autor destas leis previsse a origem destas esmolas dadas com a grana alheia.

Pois em Santa Cruz do Sul, no centro do Estado, a coisa foi adiante. Aprovaram uma lei que libera a entrada de doadores de sangue em espetáculos públicos. Boa medida? Até parece, mas a coisa se dá de uma maneira interessante, permitindo a entrada no cinema da cidade, dos portadores da carteira de doador, renovada a cada quatro meses. Ou seja, o cidadão faz uma doação a cada quatro meses e tem garantida a entrada gratuita no cinema e nos espetáculos da cidade. E quem paga a conta? Os empresários, claro. Eventualmente, o dono do cinema irá fechar a casa ou aumentar a entrada - o que também causaria uma debandada dos clientes. Espetáculos teatrais devem pensar duas vezes antes de ir à cidade, temendo prejuízos.

Por trás de uma idéia altruísta, uma grande bobagem! E um prejuízo aos empresários que, eventualmente, se transformará em um prejuízo para a população.

Cumprimento com o chapéu alheio é coisa de gente que não sabe como funciona a sociedade...

Camelôs, onde estão vocês?

Esta semana, os nobres edis de Pelotas rejeitaram um projeto da prefeitura para construção de um novo camelódromo. Bem, até aí, faz parte do trabalho deles rejeitarem ou aprovarem. No entanto, a construção propriamente dita já estava aprovada e a prefeitura irá fazer o tal do camelódromo. O que o prefeito queria, era garantir a participação, neste projeto, dos camelôs do antigo local e os camelôs que estão atualmente no centro da cidade, ocupando ruas.

Formou-se, no plenário da Câmara de Vereadores, um tumulto geral, com manifestantes atacando o projeto e forçando sua rejeição. Os nobres vereadores cederam à pressão e o rejeitaram. Mas o que o projeto fazia era garantia a presença dos camelôs atuais neste novo espaço. Acontece que este novo espaço será construído e mantido por uma empresa particular, cobrando por estes serviços. Seriam, nos cálculos de um economista local, algo em torno de R$ 480,00 mensais, agregado a um valor ainda não estipulado de condomínio. Em troca, o local terá área de alimentação, postos bancários, estacionamento coberto, segurança 24horas, iluminação, banheiros e outras coisinhas típicas dos negócios corretos.

Aos que acham que os camelôs não possam pagar este valor, a informação de que bancas são alugadas a mil reais no atual espaço. Que são comercializadas por 100 mil reais. Que tem gente que tem várias bancas, com empregados trabalhando e que o proprietário raramente aparece por ali. Estes estão com medo! Sabem que perderam sua boquinha para os verdadeiros camelôs. Uma empresa privada irá controlar este tipo de coisa, para não ter seu contrato denunciado! Então, teremos um espaço para os verdadeiros camelôs; a pirataria será extinta; os produtos sem origem serão banidos... restarão os artesãos e os que fazem a coisa corretamente. Afinal, atualmente já é possível fazer importação correta do Paraguai, pagando impostos e essas coisas do mundo real.

Isso enfurieceu os "donos do pedaço", que fizeram seus empregados tumultuarem a tal "casa do povo". E parece que os nobres edis não se deram conta do que estava acontecendo. Ou se deram, mas sempre é bom ir contra a prefeitura, não importanto o que é melhor para o povo. É a tal oposição pela oposição.

Onde estão os verdadeiros camelôs, que deveriam fazer valer seu direito de participar deste novo projeto? Difícil dizer. Provavelmente são trabalhadores que precisavam estar no batente e não puderam participar do "evento". Provavelmente não queriam expor-se aos tumultuados e barulhentos manifestantes, com medo de futuras represálias.