quarta-feira, 30 de março de 2011

Zona Franca de Manaus

Há um vídeo na rede que mostra o então Senador Artur Virgílio, denunciando a Dafra Motos como uma empresa que não agregava nada no processo produtivo, na Zona Franca de Manaus, ao contrário de Honda e Yamaha. O PoPa dirigiu-lhe uma mensagem via Twitter: vi um vídeo no YouTube, onde você fala mal da Dafra. Continua com a mesma posição? Ele respondeu, via mensagem privada, dizendo que "não se trata de falar mal, mas de cobrar um processo produtivo que agregue valor tecnológico, nacional, local e de mão de obra. Honda e Yamaha fazem isso, Dafra e outras começaram a fazer. Quero que o Amazonas prospere e ajude o Brasil a crescer também. Forte abraço (nota: traduzido do Twittês para o português).

Bem, acontece que a ZFM tem uma legislação que abrange o tal "processo produtivo básico", onde as empresas iniciam importando praticamente tudo e vão agregando nacionalização aos poucos (muito aos poucos, na verdade!). Honda e Yamaha começaram assim. Suzuki e Dafra estão no caminho e tem algumas que ainda estão no início, como a Traxx, a Amazonas, a HaoBao e tantas outras. O senador sabe bem disso, pois conhece a lei, logo, a crítica deveria ser feita à lei e não à empresa. O PoPa já escreveu que é contra a distinção deferida à ZFM, que impede que outras regiões possam ter industrialização equivalente, em função das vantagens de quem lá está. Motos, para seguir o exemplo do senador, pagam IPI de 25% no restante do Brasil, enquanto lá, são isentas.

A Dafra é uma empresa séria? Não vem ao caso, já que está fazendo uma pressão, juntamente com as outras, para impedir a entrada de novos atores nesta peça. Quer que outros já iniciem com a nacionalização que eles já alcançaram. Querem mudar a lei para reduzir a concorrência futura. Que coisa feia!

O PoPa acredita no mercado. Se é necessária uma ação governamental de incentivos eternos para manter um polo industrial naquela região, algo está errado, muito errado.

terça-feira, 29 de março de 2011

Aumento de 168% em imposto!

Em suas leituras matinais, o PoPa leu, na ZH, que o subsecretário de tributação da receita federal, Sandro Serpa, informou que uma das razões para o governo ter aumentado o custo na alíquota foi a preocupação com a possibilidade de insolvência no pagamento das faturas. EPA! Aumentar o imposto para reduzir inadimplência? E ele fala pelo governo!

Antes, o ministro Mantega havia dito que era para compensar a falta de arrecadação em função do ajuste da tabela do IR. Vamos ver, um reajuste na tabela, abaixo da inflação, não corresponde a redução da arrecadação, mas - no máximo - mantém a arrecadação nos mesmo níveis. Sabemos, no entanto, que os gastos do governo crescem em ritmo muito maior que a inflação (a oficial, pelo menos) e que a sangria na classe média é a saída óbvia para os burocratas que não pensam em reduzir gastos desnecessários. O PoPa fica a pensar nos gastos em 37 ministérios (quase 39), nos investimentos sem retorno da Copa do Mundo, no tal "trem bala", nos cartões corporativos (que não devem pagar este imposto), na orgia gastadora do Congresso, do Executivo, do Judiciário. Gastança com dinheiro público, desviado do trabalhador. Sim, do trabalhador, pois nada gera recursos financeiros sem trabalho! E o governo não gera nada, logo não trabalha...

168% de aumento. Jornais gostam de falar em 4%, já que o reajuste vai de 2,38% para 6,38%. Quatro pontos percentuais, que representam 168% de aumento no imposto pago. Matemática simples, perfeitamente dominada pelos burocratas de plantão que viram, nesta manobra, a oportunidade de tungar o povo, novamente. Eles seguem estudando outras maneiras. Aguarde!

As latinhas de alumínio

Temos orgulho de ser o país que mais recicla latinhas de alumínio, entre os que não obrigam por lei esta reciclagem. As razões para este feito, no entanto, não são de orgulhar-se... o alumínio é a base do sustento de muitas famílias miseráveis de catadores. Não existisse a miséria extrema, não existiriam estes catadores e, consequentemente, nosso índice de reciclagem seria menor.

Pensa um pouco. Te orgulhas deste recorde?

O lixo e as prefeituras

O PoPa tem ouvido muita coisa dita em nome da preservação da natureza. Mas muito pouco se tem falado do que, realmente, as pessoas podem fazer. Vejam o exemplo das sacolas plásticas. Há uma campanha contra elas, devidamente importada dos países ricos. Esquecem, os nativos daqui, que por lá o lixo orgânico é despejado no esgoto cloacal, através de trituradores e o lixo doméstico resulta mais limpo, colocado em grandes sacos... plásticos. Por lá, não existem catadores fuçando o lixo e espalhando tudo pelo chão ou, pior, levando para terrenos baldios para pegar o aproveitável e esparramar o que não serve.

O PoPa cruza a travessia do Guaíba frequentemente. Observa, nas ilhas da região, a presença de muito lixo descartado pelos catadores. Junto a eles, claro, os sacos plásticos. Mas, e se não houvesse os tais sacos, como o lixo seria acondicionado? Em sacos plásticos para lixo! A única diferença, é que são comprados... Sacos plásticos, ao contrário do que se fala por aí, podem ser reciclados. O real problema, que o pessoal preocupado com a ecologia não aponta, é que eles são retirados do fluxo do lixo por catadores e descartados na natureza. Isso é errado! Mas quem criticaria catadores, entre estes politicamente corretos?

Lixo deveria ser considerado propriedade da prefeitura e ninguém deveria tocar nele, a não ser os recolhedores oficiais. Ao permitir a existência de catadores, estamos permitindo a destinação de lixo em locais não apropriados. E, ao mesmo tempo, impedindo a criação de cooperativas eficientes na catação do lixo em locais designados para isso.

Pense um pouco sobre isso! Na tua casa, alguém se preocupa em separar o lixo adequadamente? No teu condomínio tem containers adequados para isso? E a prefeitura - acontece em Pelotas - quando recolhe coloca tudo junto, eliminando todo teu trabalho? Ou é como Porto Alegre, que tem um estranho calendário de recolhimento do lixo limpo? O problema é complexo mas tem soluções. E todas dependem da prefeitura para ter sucesso. De nada adianta não usar sacolas plásticas, separar o lixo e tudo mais, se não tivermos uma política correta para a destinação do lixo. E um controle ferrenho de quem mete a mão nele (não, o PoPa não está falando de políticos!), impedindo a existência de catadores avulsos. De quebra, isso tiraria as carroças de Porto Alegre. Problema social? Não, se o lixo fosse destinado a instalações adequadas, onde este pessoal poderia trabalhar e tirar seu sustento, em condições menos insalubres.

Antes de orgulhar-se de usar sacolas retornáveis, faça seu prefeito trabalhar decentemente!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Água, esta desconhecida

Muito se fala em favor da água, do uso adequado e do combate ao disperdício. Correto, mas pouco se fala do que realmente precisamos fazer para que continuamos a viver em paz com a natureza e consumindo seus recursos. Afinal, sem consumir estes recursos, todos morreremos.

A água doce é uma porção mínima da água que existe no Planeta. A grande parte das águas está nos oceanos, devidamente salgada. Mas o que muitos não percebem, é que o estoque que interessa à humanidade, constantemente flui para os oceanos. Como diz o poema, as águas correm para o mar. Inevitável e infalivelmente. E, ao chegar ao mar, deixam de ser doces, deixam de ser passíveis de aproveitamento para o homem e sua agropecuária (bem, pelo menos, não de forma economicamente viável).

Então, é preciso que o homem atrase o mais que puder este caminho inexorável das águas em direção ao leito salgado dos mares (ei, PoPa também é poesia!) e isso só pode ser feito com o armazenamento das águas em açudes, barragens e coisas do gênero. Até mesmo em águas percoladas que irão alimentar aquíferos importantes. E também não devemos emporcalhar as águas nesta viagem em direção aos mares, possibilitando que comunidades rio abaixo tenham acesso à água limpa.

E temos dificuldades de toda ordem. Em Bagé, por exemplo, o abastecimento é feito apenas por barragens, já que não existem rios naquela região. E as barragens - todos sabem - são insuficientes para atender à demanda da cidade quando ocorrem as frequentes estiagens. A solução óbvia, é a contrução de novas barragens, porque existe um regime de chuvas importante mas mal distribuído ao longo do ano. Mas isso não se faz, talvez porque seja interessante colocar-se o município em estado de calamidade praticamente todos os anos.

Em Rio Grande, não há crise no abastecimento de água, apesar da cidade estar cercada pelo mar. E o que acontece? Existe algum poço na região para este abastecimento? Não, e seria bem complicado, já que o lençol freático é salobre. O que existe é um canal de 60km, trazendo água da barragem do canal do São Gonçalo. Água que nunca saliniza porque a barragem eclusa deste canal impede a passagem eventual da água salgada que entra na Lagoa dos Patos.

E Pelotas, que fica ao lado desta barragem? Tem seu abastecimento em uma barragem comum, que também sofre os efeitos de estiagem - este ano já temos um decreto de emergência pelo baixo nível da dita cuja. Um investimento de uns US$8 milhões traria água já tratada do canal do São Gonçalo e colocaria na rede de abastecimento de Pelotas. Menos de oito quilometros! Investimento que já incluiria o tratamento da água na própria área de captação. Vejam a situação, parcos leitores do PoPa: Rio Grande pega sua água a oito quilometros do centro de Pelotas, enquanto minha abnegada cidade enfrenta crises de abastecimento por falta d´água!!! Irônico...

Então, campanhas do tipo "faça pipi no chuveiro" não dizem absolutamente nada a ninguém. Precisamos, isso sim, conscientizar os grandes consumidores a não emporcalharem a água. Precisamos conscientizar as prefeituras a agir com firmeza aos que fizerem isso, eliminando-os do processo de produção ou forçando sua adequação a um uso racional - limpo - da água. Também aqui em Pelotas, temos um canal, gentilmente apelidado de "torpedão", que é um esgoto industrial onde se colocam detritos os mais variados, inclusive combustíveis. Há alguns anos, pegou fogo e até a rodoviária foi interditada por alguns dias, em função da fumaça. Mudou alguma coisa? Não, a empresa responsável não foi multada e continuou seu "trabalho".

terça-feira, 22 de março de 2011

Araguaia, a novela sem fim

Nestes complicados tempos, uma novela pretende dar ares de heróis aos que militaram contra o governo da época, tentando implantar um regime comunista no Brasil. Aos que não se lembram ou não eram nascidos à época, não custa pesquisar um pouco para saber que o pc do b foi criado uns dois anos antes da revolução de 64, já com a idéia de pegar em armas para implantar um regime comunista aos moldes do chinês e do cubano. Não custa lembrar, também, que tinhamos um regime democrático à época. As iniciativas de Brizola iam na mesma direção, com a criação do "grupo dos 11", técnica hoje utilizada pela AlQaeda para garantir o anonimato dos integrantes, pela implantação de células independentes. Tudo antes de 64!

Ao irem para o Araguaia, lá por 1966, os militantes do pc do b, pretendiam o impossível: transformar um país do tamanho do Brasil em uma Cuba, a partir de uma revolução campesina. O objetivo primário não era, portanto, derrubar o regime militar, já que as tratativas para isto iniciaram-se na criação do pc do b. O problema é que os campesinos não aderiram ao evento e eles ficaram praticamente sozinhos, não mais que setenta "revolucionários" no meio da selva. No tempo em que estiveram lá, mataram campesinos que não eram confiáveis a eles, mataram companheiros de armas e mataram militares. Todas estas mortes estão convenientemente esquecidas pelos que querem promover a tal "comissão da verdade". Qual verdade? A que eles queriam o comunismo no Brasil? A que eles mataram para tentar este objetivo? Onde está a verdade, afinal?

domingo, 13 de março de 2011

O que quer o governo, a Verdade ou a "comissão da verdade"?


Mortos no Araguaia: de quem é a culpa? 

A cúpula do PC do B levou um grupo de jovens imbuídos de um ideal - perverso, mas ideal - para uma aventura suicida na selva amazônica.

A tese, ouvi de um amigo - o Gen Luiz Cesário da Silveira Filho - e a julguei muito pertinente. Por que imputar a culpa aos agentes do estado que combateram a guerrilha do Araguaia pela morte de alguns de seus integrantes, como querem alguns extremistas? Afinal, o que estavam fazendo era defender a ordem contra um bando de foras da lei, sem nenhum senso ético a nortear suas ações, que queriam, unicamente, implantar no Brasil um regime ditatorial de esquerda. As tropas estavam, em última análise, cumprindo com seus deveres. A verdadeira culpa deveria ser atribuída a João Amazonas e seus sequazes, responsáveis pela malfadada aventura.

Vejamos como tudo começou. Em 1960 houve um racha entre os comunistas brasileiros. Enquanto o PCB se propunha a seguir a orientação emanada do XX Congresso do PCUS (Partido Comunista da União Soviética), de 1956, que passou a propugnar pela via pacífica para a tomada do poder, Maurício Grabois e João Amazonas, entre outros, insistiam em priorizar a luta armada. Foram expulsos do PCB e fundaram o PC do B, com o intuito de seguir a orientação de Mao Tse-tung, maior ideólogo da revolução chinesa, que apregoava: "não é possível transformar o mundo a não ser com o fuzil".

Em 1962, dois anos antes portanto do movimento de 1964, o PC do B passou à defesa aberta do uso da violência revolucionária para a imposição de um governo popular. Apoiando-se no exemplo da China, iniciou a organização de um movimento guerrilheiro que seria: "a forma principal de luta na fase inicial da guerra popular, através da qual é que se poderá iniciar a ação armada contra os inimigos da Nação e começar a estruturar as Forças Armadas Populares".

Isso resolvido, faltava a preparação de quadros para viabilizar a luta armada. Decidiu-se, então, enviar à China, em 1964, ainda no governo de João Goulart, o primeiro grupo de militantes para ser treinado na Academia Militar de Pequim. Tais circunstâncias jogam completamente por terra a justificativa, hoje usada, de que a luta no Araguaia foi criada para combater a "ditadura militar", ao constatar-se que a decisão sobre o implante da guerrilha, bem como seus preparativos, antecederam o episódio de 31 de março de 1964.

A partir de 1966, o PC do B começou a infiltrar seus combatentes na área inicialmente escolhida, situada ao norte do estado de Tocantins, na região conhecida como "bico do papagaio". O território, que passaram a designar como Araguaia, prestava-se aos desígnios de seus articuladores. Coberto por exuberante floresta, era escassamente povoado por gente em completo abandono. Pretendia o PC do B, de princípio, conseguir o apoio dessa população carente, através de um trabalho de massas e de alguma assistência social.

Os primeiros ativistas a chegar foram da cúpula do partido, juntamente com quadros dotados de preparo militar, obtido em cursos na China. Lá arribaram estrelas como João Amazonas, Maurício Grabois, Elza Monerat, Ângelo Arroyo, Osvaldo Orlando da Costa, Nélson Piauhy Dourado e Líbero Giancarlo Castiglia, entre outros. Quase todos morreram na contenda, conseguindo escapar João Amazonas, Elza Monerat e Ângelo Arroyo. Esses fugiram da área quando sentiram que suas integridades estavam em perigo. E deixaram para trás seus partidários, que haviam induzido àquela aventura.

Após algum sucesso nas fases iniciais do conflito, os guerrilheiros foram surpreendidos pela renovada forma de atuar das forças legais que passaram a empregar pessoal altamente preparado para o combate na selva e para o enfrentamento à guerra de guerrilha.

Essas tropas, com determinação e coragem, foram isolando e acuando as diferentes células guerrilheiras. A dificuldade imposta pelo meio hostil, a ação firme dos militares e a absoluta falta de apoio da cúpula do partido a que se viram relegados, levaram os guerrilheiros a sofrerem baixas consideráveis, até ficar claro que a única alternativa era encerrar o movimento.

Na história militar não há registro de guerra em que não tenham sido cometidos excessos, de parte a parte. Nessa não foi diferente. Os guerrilheiros, inclusive, que hoje posam de vítimas, cometeram grande número de atrocidades. Transcrevo, a título de exemplo, três casos que recolhi no site do Grupo Terrorismo Nunca Mais:

1- Odilio Cruz Rosa, Cabo de Exército. Morto na região do Araguaia, quando uma equipe comandada por um Tenente e composta ainda, por dois Sargentos e pelo Cabo Rosa, foram emboscados por terroristas comandados por Oswaldo Araújo Costa "Oswaldão", na região de Grota Seca, no Vale da Gameleira. Neste tiroteio foi morto o Cabo Rosa e feridos o Tenente e um Sargento. Julgando que o Cabo Rosa estivesse desgarrado da equipe, o Tenente e os dois Sargentos retiraram-se para Xambioá, à procura de atendimento médico. Lá souberam, através de um mateiro, que o Cabo Rosa tinha sido morto e que "Oswaldão" dissera aos habitantes da região que permaneceria mantendo guarda ao corpo do Cabo, até que ele apodrecesse, e que o Exército não teria coragem para resgatá-lo. Foi formada uma patrulha com a missão de localizar e resgatar o corpo do Cabo Rosa, A patrulha cumpriu sua missão, sem ser molestada pelos guerrilheiros comandados por "Oswaldão".

2- Francisco Valdir de Paula, Soldado do Exército - Instalado numa posse de terra, no município de Xambioá, fazendo parte de uma rede de informações montada na área de guerrilha, foi identificado pelos terroristas e assassinado. Seu corpo nunca foi encontrado.

3- Pelo pretexto de não dispor de uma estrutura administrativa que lhes permitisse isolar desertores, elementos não-colaboradores ou militares eventualmente caídos prisioneiros ou feridos, as FOGUERA (Forças Guerrilheiras do Araguaia) constituíam os "Tribunais Revolucionários" para "julgar" e "justiçar" indesejáveis. A esse poder supremo são creditadas as mortes de Rosalino Cruz Souza, militante desertor, e dos moradores locais Osmar, Pedro "Mineiro" e João "Mateiro". A eliminação fria de inimigos foi tacitamente admitida no chamado Relatório de Ângelo Arroyo (Editora Anita Garibaldi - 1996), de autoria de um dos dirigentes da Comissão Militar, que assinalava como erro de "certa importância" para a derrota no Araguaia: "Não se ter justiçado determinados inimigos. É o caso dos bate-paus como Pernambuco, Antônio e o irmão, e talvez os elementos que haviam chegado de fora, suspeitos de pertencerem ao Exército".

Em resumo, a cúpula do PC do B levou um grupo de jovens imbuídos de um ideal - perverso, mas ideal - para uma aventura suicida na selva amazônica. Quando a situação começou a apertar, desertaram da área, deixando ao absoluto desamparo seus companheiros de luta.

As forças legais combateram duramente no ambiente difícil da selva, não fazendo mais do que cumprir missão recebida. Cuidaram de suas baixas, como sempre aconteceu com as Forças Armadas brasileiras. Por outro lado, os guerrilheiros não se interessaram, não quiseram ou não priorizaram o sepultamento dos militantes mortos. Cabe, então, repetir a pergunta do título. De quem é a culpa pelas mortes ou desaparecimentos do Araguaia?

Link do artigo no "Mídia Sem Máscara": http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/11916-mortos-no-araguaia-de-quem-e-a-culpa.html

terça-feira, 8 de março de 2011

A rebelião do presídio de Santa Maria

Sempre que o PoPa lê ou ouve alguma notícia sobre revoltas em presídios, fica imaginando a vida daqueles infelizes que optaram por agredir a sociedade. Em troca, eles são jogados em depósitos de gente, insalubres e lotados. Este seria o motivo para as revoltas.

Mas parece que não é bem assim. Em Santa Maria, houve uma rebelião em um presídio ainda não inaugurado, com apenas 30% de sua capacidade ocupada. Como um presídio, os ocupantes ficam nas celas durante todo o dia, saindo para um banho de sol por duas horas. Eles queriam as chaves das celas, para poder circular pelas galerias! Só isso! Eles queriam as chaves das celas!!! E, como não conseguiram, quebraram as celas, queimaram colchões, arrombaram cadeados. Deveriam ser transferidos para Charqueadas ou para o Central de Porto Alegre, para ver como a vida é boa por lá... e pagarem pelo estrago que fizeram para voltar para seu presídio novo.

O PoPa acredita que é preciso ter ocupação nos presídios. Trabalho, seja ele normal ou até forçado, reduziria a capacidade de rebeliões pelo cansaço. E poderia ajudar a integração do preso à sociedade. E também continua achando que criminosos comuns deveriam ficar afastados de bandidos perigosos.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Direito sem sobrenome

O PoPa aprendeu, desde criança, que todos temos direitos e que nossos direitos acabam onde começam os dos outros. É uma lição simples, mas que vale uma vida inteira de ensinamentos. O PoPa acredita que ética, bons costumes, humanidade, se aprende em casa, na família. Famílias desajustadas criam pessoas desajustadas. E não há escola ou professor no mundo que consigam acomodar isso.

No Brasil atual e em muitos países, teima-se em ensinar ética e outras baboseiras na sala de aula. Escolas são para ensinar conteúdo de escola. Quem tem que ensinar a ser ético, a ser decente, é a família, o círculo social da criança e do adolescente. Se esta está desestruturada, de nada adianta - talvez até piore - as tentativas vãs de professores com teorias malucas.

Direito é uma daquelas palavras que não exigem "sobrenome". Direito é direito e fim de papo. Direito do homossexual, direito do idoso, direito da criança, da mulher... isso tudo é balela. Pessoas tem direito à vida, à segurança, à educação, à saúde, independente de raça, cor, credo, sexo, preferência sexual ou idade. É simples assim! Por que insistir em categorizar os direitos? Porque a sociedade não sabe garantir o direito de todos, talvez? Qual a lógica de ter uma fila especial para quem tem mais de 60 anos, quando existem pessoas com esta idade em perfeitas condições físicas e mentais - aliás, muitos melhores que alguns mais novos!

Todos temos direitos, sem categorização. O direito de ir e vir precisa ser garantido a todos e isso inclui as rampas e locais adaptados a quem tem dificuldades de locomoção. Não é, no entanto, um direito por terem algum tipo de deficiência, mas por serem cidadãos e precisarem que estas garantias sejam respeitadas.

Todos temos direito a montar uma família. Se esta família está composta de pessoas do mesmo sexo, ou mesmo de apenas um componente solteiro, qual o problema? A adoção, neste país, é uma grande hipocrisia. Para ter filhos, qualquer abestado está autorizado. Para adotar, exige-se uma qualificação que não existe na grande maioria dos lares brasileiros.

Todos temos direito à saúde, está na Constituição. Mas qualquer um que precise de uma consulta com especialista, sabe que isto não funciona assim. Meses podem passar até que a tal consulta seja feita. E mais alguns meses para os necessários exames. Se for realmente grave, a possibilidade de cura afasta-se completamente. Direito só para quem tem plano de saúde - e um bom advogado...

Todo brasileiro tem direito à educação. Está na Constituição, também! Mas basta uma caminhada pelos bairros da periferia para ver que este é outro direito que não existe na realidade. Escolas depredadas, professores despreparados, falta de segurança, falta de biblioteca, falta, falta, falta. Ao invés de providenciar um estudo básico decente, o governo prefere investir em cursos universitários, na criação de cotas e coisas do gênero. Onde está a lógica desta ação? Sem um bom estudo de base, não vamos ter um estudante universitário decente! O contrário, o investimento no ensino fundamental, eliminaria a necessidade destas ações caras e sem sentido e possibilitaria o acesso dos estudantes pobres aos bancos universitários, sem uso de cotas, apenas com sua capacidade. Mas, talvez, isso não interesse aos poderosos de plantão.

Todo brasileiro deveria ter direito ao trabalho. No entanto, o Brasil optou por impedir seus jovens de trabalhar, colocando-os na ilegalidade. Somente a partir dos 16 anos e com muitas exigências, uma empresa pode contratar. Com isso, menores carentes são obrigados a ter seu ganho na esmola, no tráfico, na prostituição. O PoPa é contra o trabalho infantil degradante ou pesado. Aliás, é contra este tipo de trabalho para qualquer idade. No entanto, adolescentes poderiam ter atividade econômica, por que não? Nos países de primeiro mundo, é comum crianças fazerem distribuição de jornais, serviços de babá e coisas do gênero, sem que isso configure uma exploração ou atrapalhe seus estudos e seu desenvolvimento. Ao contrário, criam um cidadão que respeita hierarquia e sabe o valor do dinheiro.

Todo brasileiro tem direitos, mas estes direitos acabam onde começam os dos outros. Lição simples e fundamental para a ética, a decência, a vida em sociedade.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sugestões para temas de palestra do Cara

"Metaforizando tudo com futebol. Se não tem como, invente!"


"Congelando sorrisos: O uso de botox nas relações políticas"


"Como criticar as elites, bebendo Romanée Conti"


"Como conseguir três excelentes aposentadorias sem trabalhar"


"Como fazer greve de fome com balas paulistinha"


"Como garantir o caos aéreo e atribuir isso à ascenção social das classes baixas"


"Como deixar seu filho rico, mesmo que ele não seja um Ronaldinho"


"Como fazer o que já foi feito e declarar 'nuncaantesnestepaís' "


"Como transformar criminosos comuns em asilados políticos"


"Como criar mitos e acabar com partidos"


"Como agradar banqueiros e ferrar bancários"


"Como comprar sindicalistas e enganar sindicalizados"


"Como quebrar o país e culpar a imprensa"


"Como ferrar o povo sem que ele perceba"


"Como fazer direita e esquerda servir aos teus propósitos"



quarta-feira, 2 de março de 2011

João Paulo Cunha na comissão de justiça da câmara

João Paulo é aquele que é reu no processo dos mensaleiros. E ainda tem quem critique Tiririca na comissão de educação e cultura. O palhaço Tiririca entende muito mais de cultura que o outro palhaço entende de justiça. Ou talvez entenda tanto que ainda está por aí, mesmo sendo acusado de ser o que é.

Tiririca na comissão de educação e cultura

O PoPa achou a eleição de Tiririca um erro, em princípio. No entanto, estes primeiros dias de legislatura, tem demonstrado o contrário. Ele está se esforçando para acompanhar o que o povo que o elegeu espera. Votou contra o salário mínimo de 545, pois não tem o rabo preso com o governo. Agora, na comissão de educação e cultura da câmara, há uma reação generalizada contra ele. Por que? Ele, mais que qualquer outro naquela casa, representa muito bem a cultura popular brasileira. Talvez o erro esteja em misturar educação e cultura...

Tiririca sabe o que o povo gosta e precisa ter, em termos de cultura. De que adiantaria ter um erudito naquela comissão, se o povo nem sabe o que é isso? O PoPa está com Tiririca! Acha que pode ser muito boa a participação do palhaço naquela casa. Ele, pelo menos, é um palhaço oficial, legítimo representante da classe. E os outros palhaços, representam a quem?