domingo, 30 de setembro de 2007

Bioma Pampa

O PoPa reconhece: não é um especialista no Bioma Pampa, mas conhece muito aquelas paragens e conversou com muitos técnicos sobre o assunto. Antes mesmo de ser considerado um Bioma, legalmente, o PoPa já conhecia alguma coisa, através de conversas como, por exemplo, com o agrônomo José Lutzemberger, de inquestionável saber sobre assuntos de ecologia. Ele dizia, das áreas da Campanha e Fronteira Oeste, que a atividade mais equilibrada ecologicamente para a região era a pecuária extensiva. Por que? Porque esta atividade está na região desde meados do século XVII, quando foi introduzida pelos jesuítas. O gado e os campos aclimataram-se mutuamente, chegando às características das pastagens nativas que temos hoje. Os pecuaristas sabem da capacidade de lotação de suas terras e trabalham-nas da maneira mais adequada, apesar de não ser a mais rentável.

Hoje, neoecólogos acusam o eucalipto de ameaçar o bioma pampa, mas este bioma já foi atacado de muitas maneiras e suas características (não originais, mas as modificadas pelo gado jesuíta), já se alteraram definitivamente, com vários fatores:

Agricultura: pecuaristas não são agricultores, mas decidiram arrendar campos para agricultores de outras áreas para a produção de soja, principalmente. Ocorre que o solo é muito diferente da região de origem da maioria destes produtores e não respondeu da mesma maneira.Tecnologia inadequada, falta de compromisso com a preservação do solo (arrendatários, não proprietários), baixa produtividade e erosão, comprometeram grandes extensões de terras. Nas áreas sujeitas à arenificação (processo erroneamente chamado de desertificação), a situação ficou ainda mais grave.

Cultural: fora da região, criou-se uma idéia de que a região era tomada por grandes produtores e latifundiários, que não mereceriam estas terras. Isto despertou a cobiça política de alguns grupos que incentivam uma pseudo-reforma agrária na região, promovendo invasões e tirando a tranquilidade da população. Lembrem-se que estamos falando de uma região com um frágil equilíbrio, adquirido ao longo dos séculos, e que não se presta à agricultura intensiva, que manipule o solo anualmente.

Governamental: o governo federal, que definiu que esta região não poderia ter indústrias, que não poderia ter estrangeiros como proprietários, que não poderia interagir com os países vizinhos, que foi condenada à uma produção primária, agora pretende colocar agricultores despreparados, de outras regiões, para a promoção de sua politiqueira reforma agrária.

Técnica: ou deveria dizer, técnico-burocrática, que estabeleceu critérios de produtividade impossíveis de serem alcançados pela atividade da pecuária extensiva e praticamente impossível, mesmo em uma pecuária intensiva, usando parâmetros de áreas com condições edafo-climáticas totalmente diferentes, ainda que no mesmo estado. Desta maneira, os tais latifúndios poderiam ser retalhados e entregues a produtores não qualificados, que sobreviveriam de bolsas-família e cestas básicas até que resolvessem fazer algum tipo de agricultura e detonar o tal Bioma Pampa. Como não teriam o gado para pastejo (atividade que não é admitida como produtiva pelo Incra), os campos iriam modificar-se, gradativamente, não ao espectro original, mas a um outro que também ameaça o Pampa: o capim-anoni. Esta agressiva gramínia, introduzida no RS por "acidente" (e não no Pampa, complemente-se), espalha suas sementes por toda a região, através das correntes de vento e, não se tendo um cuidado extremo, tomará conta de todo o Pampa.

O PoPa poderia citar mais uma dúzia de ameaças, mas podemos ficar com estas principais. Para conter este tipo de ação, a reação encontrada foi o plantio de florestas para produção de celulose. Não foi uma ação governamental ou buscada pelos produtores locais. Estas empresas descobriram que aqui temos uma conjugação de fatores importantes para que esta atividade tenha sucesso: luz, água e solo.

E, depois de séculos de esquecimento, o Pampa pode tornar-se importante produtor de riquezas para o Brasil. EPA! Esta região já teve poder econômico e atrapalhou o Brasil de várias maneiras, sendo a principal delas, a Revolução Farroupilha que "peitou" o Império. É verdade que perdemos a guerra, não recebemos o título de "leal e valerosa", mas mostramos do que somos capazes...

Esta semana, o PoPa andou por São Gabriel e arredores. Viu que a ovinocultura de corte está tendo um impulso interessante e que as florestas estão sendo vistas com bons olhos. Até algum pseudo-ecólogo dizer que as ovelhas compactam o campo, que produzem gás metano e outras bobagens do gênero...

Imagem: Estação ferroviária de Pelotas, no início do século XIX. Os trilhos de trem, no Rio Grande do Sul, têm bitola estreita, ao contrário do restante do Brasil, porque os iluminados políticos e estrategistas do governo central tinham medo da invasão argentina... se invadissem, que ficassem pelo Pampa, porque aqui tinha quem corresse eles!

sábado, 29 de setembro de 2007

políticos...

Em 2001, Fogaça saía do PMDB, por não concordar com a executiva nacional. Ontem se foi de volta para o PMDB, de mala e cuia. Quem mudou? Fogaça ou o PMDB? Essa história de que quer ter mais uns minutinhos na TV não cola! O PoPa não acredita em Papai Noel e em políticos sérios. É tudo ficção!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A AMAZÔNIA É NOSSA

Estão conclamados todos os companheiros da Via Campesina, MST, CUT, CPERGS, PT e demais para deixarmos estas lutas pequenas que estamos fazendo e nos unirmos nesta grande causa que é impedir a privatização da Amazônia engendrada pelo governo do Senhor Luiz Ignácio.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

MST e suas estrepolias

No Estadão, uma notícia de novas estrepolias do MST. Com uma tal "Jornada de Lutas", invadiu o Incra e o BNDES. Deste, segundo o Estadão, critica que o banco "vem financiando o agronegócio em grande escala, deixando de lado pequena agricultura, que é a responsável pela criação de 80% dos empregos na área rural e pela produção de 70% dos alimentos consumidos no País". O MST termina o comunicado reivindicando que o BNDES crie um programa de apoio e financiamento à implantação de agroindústrias nos assentamentos e junto aos agricultores familiares.

O PoPa acha que este movimento é meio mal informado, ou - o que é mais provável - muito mal intencionado. O BNDES financia o pequeno produtor e agroindústrias familiares, através do PRONAF. E os valores não são pequenos! O grande problema (para o MST, claro), é que o Banco exige que tenha um projeto, que este projeto seja implementado e que apresente viabilidade de pagamento. Os encargos ficam em torno de 3% AO ANO!!!! Claro que fazer projeto e ter um acompanhamento, uma fiscalização, não passa pela cabeça destes sanguessugas do dinheiro público. Os pequenos produtores que eles dizem responsáveis por 80% do emprego e 70% da produção de alimentos (não citam a fonte...) não são assentados, podem ter certeza. O que eles querem é que o Banco libere dinheiro sem fiscalização e sem necessidade de pagamento.

Imagem: do Estadão, acampados na frente do BNDES, no Rio de Janeiro. Parece que eles acham que colocar chapéu de palha os qualifica como pequenos produtores rurais...

domingo, 23 de setembro de 2007

Porque elegem ele?

Para quem é do sul, soa estranho que Renan consiga se reeleger, ano após ano, como senador de Alagoas. Mas esta perplexidade fica reduzida quando olhamos os números do pobre estado. O que Renan e os políticos alagoanos fizeram por sua terra durante todos estes anos. Por que o estado continua na extrema miséria? Veja desta semana coloca alguns números assustadores de Alagoas:

Mortalidade infantil por mil habitantes: 53,7 (Brasil 30)
Taxa de analfabetismo: 26% (Brasil 10%)
Domicílio com rede de esgoto: 30% (Brasil 71%)
Abaixo da linha de miséria (os tais 125 reais por mês) 45%!!!!!! (Brasil 19%) e Maranhão também beira os 45%.

Reinaldo Azevedo também chama atenção para os números do IBGE, que informam onde, no Brasil, houve o maior aumento de renda. Pasmem, foi Maranhão, seguido de Alagoas. Mas esta renda não chegou às camadas mais pobres, pois elas tiveram sua renda reduzida. Paradoxo? Claro que não. Roubo!

Lula gaba-se de melhorar a vida dos brasileiros, mas parece que os alagoanos e maranhenses não são brasileiros...

Para depois de 2010

Na Veja: "Aqueles que acham que é simples acabar deveriam propor para depois de 2010. Ninguém conseguiria governar o país sem a CPMF hoje."

Palavras do Ser Supremo, já dando a dica de que o PT poderá não apoiar a re-re-recriação da CPMF em 2011. Portanto, oposição, vocês não vão ter nada disso. É tempo de acabá-la, agora!

No Estadão: a CPMF arrecada uns 40 bilhões e o bolsa-esmola fica em torno de 11 bilhões. A arrecadação recorde ultrapassou estes valores em crescimento. Porque manter esta sangria no bolso da população? Para que o governo possa gastar (mal) em todos os setores da economia? Felizmente, o Brasil está passando por uma boa fase na economia, graças às ações de governos anteriores, cujos méritos são usurpados, agora, pelo governo lula.

Marcel Marceau


Ontem à noite, em Paris, aos 84 anos, morreu Marcel Marceau, provavelmente o maior mímico de todos os tempos. O mundo ficou um pouquinho pior, hoje... na imagem, "Bip", seu personagem preferido.

sábado, 22 de setembro de 2007

Esperando Pagot

Este é um país realmente estranho. O governo federal está cooptando senadores do DEM para suas hostes. Segundo o Estadão, Até a semana passada, o governo estava de olho em seis insatisfeitos do DEM, mas um dirigente do partido avalia que a lista dos cooptáveis ganhou mais dois nomes esta semana: os senadores Jayme Campos e Jonas Pinheiro, ambos de Mato Grosso. Segundo esse dirigente, eles estão contrariados por causa da obstrução à indicação de Luiz Antonio Pagot para o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT), comandada pelo DEM e pelo PSDB.

Porque há esta obstrução ao nome de Pagot? A explicação está no mesmo Estadão:

Campeão de operações irregulares detectadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o Departamento Nacional de Infra-Estrutura dos Transportes (DNIT) está prestes a ficar nacionalmente conhecido por outro feito inédito. Com R$ 12 bilhões no Orçamento deste ano, o órgão será comandado por Luiz Antônio Pagot que, entre as competências comprovadas, tem a capacidade de ocupar duas funções administrativas, em Estados e cidades diferentes, e ainda exibir em ambos os postos uma assiduidade de humilhar o mais espartano dos funcionários públicos.

Documentos obtidos pelo Estado demonstram que Pagot, durante o período de 1995 a junho de 2002, exerceu o cargo de secretário parlamentar no gabinete do senador Jonas Pinheiro (DEM-MT). Ali, segundo atesta a ficha funcional do servidor, ele teve freqüência regular. A Secretaria de Recursos Humanos do Senado acrescenta ainda que em nenhuma ocasião "recebeu comunicado de incongruências ou irregularidades, quanto a sua freqüência no Senado ou em relação a sua eficiência na execução e no desenvolvimento de suas funções como servidor".

O problema é que, nesse mesmo período, o funcionário público Pagot ocupou a Superintendência da Hermasa Navegação da Amazônia S.A., na localidade de Itacoatiara, no Estado do Amazonas, a aproximadamente 3.300 quilômetros do gabinete em Brasília, onde era secretário parlamentar. Apesar da longa distância, Pagot supostamente comparecia todos os dias aos dois empregos.

NO LEBLON

De acordo com a sua declaração de Imposto de Renda de 1996, Pagot não só confirmou a Hermasa e o Senado como suas duas fontes pagadoras como adicionou um intrigante elemento em sua ficha. Declarou que morava na Rua Capitão Cezar Andrade, no abastado bairro do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro. Portanto, além de trabalhar ao mesmo tempo no Amazonas e em Brasília, Pagot ainda poderia ser encontrado, de manhã, em alguma praia carioca.

"Ele é um fantasma e tem que devolver o dinheiro que recebeu, cerca de R$ 425 mil, ao erário", protestou o senador Mário Couto (PSDB-PA). O parlamentar tucano disse ter ouvido do próprio funcionário a informação de que realmente acumulara os dois cargos.

Procurado pela reportagem, o senador Jayme Campos (DEM-MT), um dos padrinhos da indicação, disse que não há impedimento para que Pagot assuma o posto no DNIT. De acordo com o parlamentar, o funcionário já forneceu ao Senado as informações sobre o fato de ter trabalhado em dois lugares no mesmo período e em Estados diferentes
(essa é muito boa. Não precisa investigar, pois as explicações dele são suficientes! Quais foram, mesmo?).

Jonas Pinheiro, outro padrinho de Pagot, ponderou que existe uma discussão em torno do fato de seu funcionário ter trabalhado ao mesmo tempo na Hermasa, no Amazonas, e no Senado, em Brasília. Na opinião do senador, não houve nenhuma irregularidade. "Ele era meu funcionário e executou bem as tarefas. A Hermasa, apesar de ficar no Amazonas, é uma empresa mato-grossense", justificou (e daí? também não fica em Brasília...). Pagot não retornou as ligações feitas pela reportagem na quinta e ontem.

Aí está! Um suposto corrupto indicado para comandar um órgão acusado de corrupção... Qual o verdadeiro interesse do Planalto em manter esta indicação? E não deixa de ser estranha a indicação de alguém tão umbelicalmente ligado a um sendador do DEM...

CIRO GOMES E A CPMF

O Ciro Gomes matou o que ninguem da oposição ainda tinha sacado. A CPMF não é para a saúde não, é para o Bolsa Familia. Ele disse isto em Teresina no Piaui - que a oposição quer o fim da CPMF para acabar com o Bolsa Familia. Canalhinha este cara. Se aproveitando da ingenuidade do pessoal do Piaui para fazer seu terrorismo particular. E, claro, se candidatando para a vaguinha do Lula já que do PT parece que não sobrou ninguém. O que ele falou mesmo foi pior ainda. Vai ai o literal " - "Criticar a CPMF é assunto de branco que não quer pagar imposto para que o povo perca o Bolsa Família. Se acabar a CPMF, acaba o Bolsa Família. Isso é o que eles (oposição) querem e não têm coragem de dizer".

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A CPMF e a Fidelidade do Eleitor

O PoPa já sabe em quem NÃO vota para nenhum tipo de cargo: os deputados que votaram favoravelmente à criação da CPMF até 2011. São eles, em ordem alfabética:


Adão Pretto
Beto Albuquerque
Cezar Schirmer
Darcísio Perondi
Eliseu Padilha
Henrique Fontana
Ibsen Pinheiro
José Otávio Germano
Luis Carlos Heinze
Luiz Carlos Busato
Manuela d´Ávila
Marco Maia
Maria do Rosário
Mendes Ribeiro Filho
Paulo Pimenta
Pepe Vargas
Sérgio Moraes
Tarcísio Zimmermann
Vilson Covatti

Aí está a "turma". Os petistas votaram pelo óbvio, mas os outros declararam, para a Zero Hora, as desculpas mais esfarrapadas, como estas:
Cezar Schirmer (PMDB) "São recursos importantes para vários setores. Falei com o ministro da saúde, e ele prometeu liberar recursos para o hospital regional de Santa Maria". O velho "toma lá, da cá"...
Ibsen Pinheiro (PMDB) "É um imposto insonegável, custo zero de arrecadação e tem natureza distributiva. O pobre paga muito pouco, o remediado, mais ou menos e os ricos pagam muito". Ibsen esquece de fazer a conta correta: empresas pagam muito e empresa não paga imposto - transfere! O pobre, como sempre, paga muito mais, proporcionalmente, pois consome tudo que ganha. O rico segue fazendo especulações na bolsa e outras manobras e escapa ou paga muito pouco...
Vilson Covatti (PP) "votei com a esperança de melhorias na saúde." Haha.
Pepe Vargas (PT) "Não tem como tirar esse dinheiro de setores importantes. Só para a saúde são cerca de R$ 20 bilhões. Seria o caos." Seria, deputado? Em que país o senhor mora? Lembre-se que era para ser TODA para a saúde e que, quando entrou por um lado, saiu pelo outro. Ou seja, o orçamento da saúde não mudou NADA com a CPMF, apenas trocaram de rubrica...
Luiz Carlos Heinze (PP) "Temos uma agenda da agricultura que está andando, tanto na renegociação das dívidas quanto na garantia de preços e custos de produtos como arroz, trigo e feijão." Está largando a conta para cima dos produtores? Que feio, deputado!


O PoPa ia citar mais alguns, mas o estômago embrulhou!

Leituras do PoPa


O PoPa gosta de ler. Agora, nas horas de folga, está lendo o "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano". Escrito por três latinos, o colombiano Plinio Mendoza, o cubano Carlos Montaner e o peruano Alberto Vargas Lhosa. Todos com passado esquerdista, sendo que Montaner lutou ao lado de Fidel para derrubar a ditadura de Batista.

O prefácio na edição original, escrito por Mário Vargas Lhosa, em si, já é um texto muito interessante de se ler. Logo no início, diz sobre o idiota:

Acredita que somos pobres porque eles são ricos e vice-versa, que a história é uma bem sucedida conspiração dos maus contra os bons, onde aqueles sempre ganham e nós sempre perdemos (em todos os casos, está entre as pobres vítimas e os bons perdedores), não se constrange em navegar no espaço cibernético, sentir-se online e (sem perceber a contradição) abominar o consumismo.

Quando fala de cultura, ergue a seguinte bandeira: "O que sei, aprendi na vida, não em livros; por isso, minha cultura não é livresca, mas vital". Quem é ele? É o idiota latino-americano.

O PoPa recém começou a ler e está gostando. Poderá postar mais alguma coisa interessante sobre este livro, posteriormente. Foi escrito, como diria o dono do Depósito do Maia, pensando em uma "certa esquerda".
Imagem: capa do original em espanhol

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Palestra de Diogo Mainardi na PUC-RS

Uma pequena parte da conversa de Diogo Mainardi, na PUC, em Porto Alegre. Não aparecem os protestos que ele refere em seu podcast esta semana, com os alunos de história, provavelmente os mesmos que se manifestaram contra o plantio de eucaliptos na Metade Sul. Conhecem tudo, estes estudantes...

O 20 de Setembro

Acho que existem poucos estados brasileiros onde os habitantes saibam cantar seu hino, mesmo que não saibam o brasileiro. É um fato interessante, este, que indica um orgulho muito grande de ser gaúcho. Não que sejamos melhor que qualquer outro estado brasileiro, mas por aqui, ética é uma coisa um pouco mais séria que em Alagoas, por exemplo. Alguém que tivesse feito algo parecido com o que o Renan tem aprontado, não teria coragem de mostrar a cara por aqui e, certemente, não teria festas para recebê-lo...

Mas, neste dia 20, o PoPa leu, no Estadão, que, de 231 obras do PAC fiscalizadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União), apenas 52 não apresentavam resalvas e 77 apresentaram irregularidades graves, com paralização recomendada. Quais são estas irregularidades graves? Superfaturamento, alterações de projetos, problemas na licitação... E, adivinhem qual empreiteira está mais enredada? A Gautama! Ainda tem obras federais!!!! Esse país pode até ser um país sério, mas não tem governantes sérios!

Foram detectados problemas sérios envolvendo nada menos que 5 bilhões de reais. Ok, Ele não devia saber de nada, estava ocupado afagando Renan e enfiando mais um imposto no rabo dos brasileiros...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Vantagem de ler blogs

Para quem não tem muito tempo disponível para ler todos os jornais, ou para manter-se informado, mesmo que na internet, a leitura cotidiana de alguns blogs pode ajudar bastante, como uma espécie de clipping sob medida. Sob medida, pois depois de algum tempo, o leitor consegue definir qual tipo de informação e crítica ele quer ler e pode assumir alguns blogs como parâmetros. O PoPa, por exemplo, lê Reinaldo Azevedo. Por que? Porque ele faz boas análises da situação atual do Brasil e apresenta sempre as fontes de onde tira estas informações. Hoje, por exemplo, ele cita o editorial do Estadão, que coloca as pesquisas do Pnad no seu verdadeiro contexto e não no contexto ufanista do governo petista. Vale a pena ler o editorial que segue abaixo (para o leitor do PoPa não precisar ir até o site do Estadão).

Melhora contínua

O Brasil que emerge da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) relativa a 2006 é um país onde as condições de vida vêm melhorando mais acentuadamente desde a criação do real. O dado que sintetiza a melhora registrada nesse ano é a renda real do trabalhador, que cresceu 7,2% de 2005 para 2006, o maior aumento em 11 anos. A economia brasileira - graças ao que Alan Greenspan acaba de definir como o “boom” econômico mais extraordinário que já viu na história - vive um ciclo de crescimento que deve continuar produzindo, nos próximos anos, resultados muito bons - se não for interrompido por uma crise vinda de fora - que o governo continuará apresentando como frutos exclusivos de suas políticas.

É inegável que alguns desses frutos, como o crescimento mais rápido da renda dos mais pobres, decorrem de decisões do governo do PT, entre as quais aumentos reais mais expressivos do salário mínimo nos últimos anos. Mas o que a série histórica dos dados da Pnad deixa evidente é que as melhoras não começaram em 2003, primeiro ano do mandato de Lula, mas bem antes.

Veja-se, por exemplo, o caso da distribuição da renda medida pelo Índice de Gini. Esse índice varia de 1, que representa a concentração total de renda, a 0, que seria o índice registrado numa sociedade com distribuição igualitária da renda. Quanto mais próximo o índice de uma sociedade estiver de um ou de outro se dirá que ela tem renda mais ou menos concentrada.

O Índice de Gini do Brasil não começou a cair no governo do PT. Houve um processo de piora da distribuição de renda, registrado pelo índice, que terminou em 1994, ano de lançamento do Plano Real. Nos três anos seguintes, o índice se manteve estável, mas desde 1998 vem caindo.

Quanto ao rendimento real médio dos trabalhadores, cujo notável crescimento em 2006 foi bem destacado pela imprensa, deve-se observar que, a despeito desse aumento, seu valor, R$ 888, ainda está muito abaixo do recorde histórico registrado em 1986 (ano do Plano Cruzado), de R$ 1.055 (valor ajustado pela inflação), e inferior também aos R$ 975 de 1996. Um exame do gráfico publicado sábado pelo Estado mostra que a recuperação do rendimento dos trabalhadores em 2006, embora recorde, foi suficiente apenas para equipará-lo ao de 1999.

Nesse mesmo gráfico, é evidente também o efeito das turbulências políticas sobre o desempenho da economia e, conseqüentemente, sobre o rendimento dos trabalhadores. Em termos porcentuais, a queda mais notável (de 7,7%) ocorreu entre 2002 e 2003. Foi o período em que os agentes econômicos, assustados com o crescimento das intenções de voto no candidato Lula e, em seguida, com sua eleição, se retraíram. Apesar do compromisso assumido por Lula na campanha - e rigorosamente cumprido -, de que asseguraria a estabilidade econômica, a recuperação da renda do trabalhador só começou no terceiro ano do governo do PT, em 2005, acentuando-se em 2006.

Há outros avanços econômicos e sociais constatados pela Pnad que merecem ser destacados. O número de vagas abertas no mercado formal de trabalho, com carteira assinada, cresce mais depressa do que o das oferecidas no mercado informal, o que indica empregos melhores. As estatísticas do IBGE mostram também que, apesar da péssima qualidade do ensino público, melhora o nível de educação da população, ao mesmo tempo que cai o índice de analfabetismo - que, aliás, já poderia estar extinto.

Um dado demográfico importante, pois mostra a consolidação de uma mudança nos padrões da evolução da população brasileira, é a queda da taxa de fecundidade, que em 2005 ficou em 2,1 filhos por mulher. Este é o índice que os demógrafos chamam de “reposição da população”, pois os filhos “substituem” pai e mãe nas estatísticas. Estima-se que, mantido o ritmo de redução da taxa de fecundidade, entre 2005 e 2040, a população brasileira começará a diminuir, como ocorre em alguns países desenvolvidos.

Na essência, a Pnad mostra que o Brasil passa por um processo de transformações pelas quais já passaram outros países que há alguns anos tinham nível de desenvolvimento comparável ao nosso e hoje apresentam indicadores econômicos sociais muito melhores que os nossos. Aqui, o processo está atrasado e seu ritmo continua lento.

Crimes anunciados

Crime 1: Papagaio no semi-aberto - quanto tempo até ele escapar de lá? Quanto tempo até ele começar a "treinar" os novos companheiros?

Crime 2: A marcha dos sem-terra, anunciando uma invasão na Fazenda Coqueiros. Hoje, na ZH, uma notícia sobre a tal marcha, onde aparece a declaração de Irma Ostroski sobre agressões sofridas pelos sem-terra. Irma? Este nome não é estranho... sim! Ela participou do bloqueio na entrada da VCP, semana passada. Também participou da destruição das plantações de eucalipto em assentamentos. Foi das que mais agitaram em Pedro Osório, naquele episódio lamentável promovido pelo INCRA. Esteve na destruição do laboratório da Aracruz, em 2006, destruindo pesquisas. Em entrevistas, passa por coordenadora estadual do MST (uma entidade sem identidade, logo, sem coordenação legal) e da via campesina. Ocupada, a senhora, não? A Prefeitura de Bagé (PT), incentivou a marcha (e o futuro crime) com a cedência de um clube para acampamento.

Estas entidades não querem saber de propriedades produtivas. Ora, se tiverem apenas pecuária de corte, não conseguem os índices de produtividade exigidos pelo INCRA. Se plantam eucalíptos, ficam produtivas e fora do alcance das hordas invasoras, logo, são contra eucaliptos...

Dia destes, o PoPa, zapeando pelos canais da NET (sim, o PoPa faz parte desta elite malvada que tem tv a cabo), parou no canal da câmara de vereadores de Pelotas. Chamou a atenção alguém falando com um boné vermelho. Esta pessoa, com um português tão falho que só poderia ser proposital ( o PoPa conhece centenas de produtores rurais e nenhum fala tão mal), dizia das vantagens dos assentamentos na região: como são sete mil famílias, a região "beneficiou-se" com a venda de sete mil fogões, sete mil colchões, panelas, roupas, material de construção, da quantidade de recursos do governo federal que chegaram à região para amparar os assentados. Não falou em produção de alimentos. Precisava?

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Ética de governo

O PoPa leu no Estadão, hoje, uma matéria sobre a retirada de três medidas provisórias da Câmara dos Deputados, para não trancar a pauta da MP que cria uma nova CPMF. O interessante da matéria é a maneira como foi tratada pelo jornal:

Se não fossem revogadas três das quatro MPs, a obstrução adiaria a votação da PEC para a próxima semana. "As medidas provisórias são importantes, mas não podemos abrir mão do projeto do governo", disse Fontana. Segundo ele, a proposta da CPMF será votada amanhã, no plenário da Câmara.

Fontana disse que o governo ainda estuda uma melhor maneira para tratar as três MPs revogadas: as de número 379, 380 e 382. O governo poderá optar em mandar ao Congresso um projeto de lei tratando do mesmo tema das medidas provisórias revogadas. Foi o que ocorreu no caso da MP da Timemania. Ela foi revogada e definida posteriormente por projeto de lei. O governo também poderá fazer como no caso do salário mínimo, quando o presidente revogou a medida provisória original e editou uma nova MP, com alteração no texto, para não configurar uma reedição, o que é proibido.

Medidas Provisórias deveriam ser utilizadas para casos emergenciais e de grande interesse da população. Mas não é o que acontece, sendo que o executivo acaba legislando a seu bel prazer, como pode ser visto nos casos citados: o assunto da Timemania foi definido por projeto de lei (qual a urgência de algo assim?). E aquela história de editar nova MP com alteração no texto para não configurar uma reedição? O que é isto? Esta é a ética governamental? Me engana que eu gosto?

Estamos mal de executivo que também é um legislativo e estamos mal de legislativo que não é nem isso...

Ética jornalista

O PoPa leu, no site do Janer Cristaldo (link ao lado), que a Folha está com novos parâmetros para seus jornalistas, a respeito de ética. Jornalistas que cobrem o mercado financeiro, não devem ter ações e negócios neste mercado. Assim como os que cobrem o mercado imobiliário. Também não devem ter entradas gratuitas em shows e eventos. Parece muito com uma faculdade de medicina que não permite que seus professores pratiquem medicina, por suposto conflito de interesses. Mas, se não praticarem, vão ensinar o quê? Que jornalista vai poder falar a respeito do mercado acionário, se ele próprio não participa dele? Quanto aos shows e eventos, tudo bem, já que a empresa se habilita a pagar para que seus funcionários possam relatar ou criticar tais eventos.

Mas isto parece mais uma tática oportunista que ética propriamente dita...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Prisões

O ex-banqueiro Salvatore Cacciola foi preso no principado de Mônaco e levado à uma casa de detenção local. A ZH de hoje informa as condições em que o preso se encontra: cela para três pessoas, com cobertas para inverno e verão, TV com controle remoto, pista de caminhada dentro da prisão, interfone para falar com a administração, mas sem telefone. Como podem ver, um certo conforto para quem está - por lei - afastado da sociedade. Mas o mais estranho é que ele pode receber visitas, apenas atrás de uma parede de vidro. Não pode haver contato com o visitante, nem visitas íntimas... Acho que nossas ongs de direitos humanos deveriam visitar esta casa de detenção, que rompe um princípio básico - pelo menos aqui no Brasil - do contato humano. Eles pensam que os visitantes iriam passar celulares, drogas, armas? Em Mônaco! Não se pode confiar nestes principados! Nem em seus presos...

Vejam bem, não é um presídio, mas não há contato físico entre detentos e visitantes. Não há telefones públicos ou celulares. O PoPa também estranha que ele seja o foragido número um da justiça brasileira. Não temos assassinos, traficantes, criminosos mais importantes e mais perigosos que ele? Bem, com este vai sair uma viagenzinha para Mônaco, luzes da imprensa e risco zero, pois não há quadrilha para defendê-lo...

domingo, 16 de setembro de 2007

Renan, o Eterno

"A fama é efêmera, mas a infâmia é uma coisa eterna". Frase de Calheiros em entrevista à Radio Gaúcha...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Simon e a votação secreta

Simon ficou furioso com a ZH (página 10), que disse que os senadores não poderiam provar seu voto. Na tribuna, ele esbravejou, dizendo que ninguém poderia duvidar de seu voto. Pois o PoPa, apesar de querer acreditar que o senador votou pela cassassão, tem um pontinho de dúvida, já que está provado que mais de 10 senadores mentiram no seu voto! Votação secreta não tem como provar e a moeda de troca pode ter abalado as convicções do mais fervoroso senador. Quem pode duvidar?

Agora, com a votação da CRIAÇÃO da nova CPMF (não se trata de prorrogar, pois ela será extinta ao final do ano), vamos poder saber quem fez uso desta moeda de troca...

Políticos...

Um vereador, aqui da terrinha, declarou ao Diário Popular: "Culpam o PT por tudo que acontece no país. Mas, SE FOR VERDADE tudo que dizem de Renan Calheiros, ele merecia a cassassão, porém, não tenho elementos para julgar, não li o processo".

Beleza de político, não? Se fosse senador, seria dos que se abstiveram. Não leu o processo? Não leu jornais? Um político que não se interessa pela política nacional? Não precisaria confiar na "mídia golpista", mas poderia dar uma passadinha na página do senado e ler a peça de acusação, a defesa e tomar partido (ops, partido?). Espero que os eleitores dele lembrem-se disso, quando ele colocar em prática a ânsia de candidatar-se à prefeito da terrinha...

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Nota ao povo brasileiro...

O PoPa registra a nota do presidente do senado:

"O resultado da votação de hoje é uma vitória da democracia, mas é também o momento de refletir sobre as perdas que esse processo político provocou.

Nesses mais de 100 dias, muitos de nós perdemos algo. Eu perdi mais. Abri mão de momentos de convivência com minha família e com os amigos. Mas confirmamos que, mesmo com eventuais injustiças e excessos inerentes ao processo democrático, é preciso acreditar nas instituições, fortalecê-las e não perder a confiança de que a verdade sempre prevalecerá.

Não guardo mágoa nem ressentimentos. O único sentimento que me move é o do entendimento e do diálogo. Esse processo se encerra com a reafirmação do mútuo respeito e da serenidade que sempre caracterizaram a convivência política nesta Casa.

A partir da decisão madura e soberana do plenário do Senado, já comecei a procurar os líderes e presidentes de partidos para prosseguirmos na agenda legislativa que de fato interessa ao país, à população. Não tenham dúvidas. Saberei corresponder aos anseios da instituição e aproximá-la cada vez mais da sociedade brasileira.

Senador Renan Calheiros
Presidente do Senado Federal"

Continuando...

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), segundo a Folha de São Paulo, disse que a responsabilidade pela absolvição de Renan não pode ser atribuída ao PT. "As abstenções podem ter vindo do PSDB e do DEM. Quando tivermos o voto aberto, poderemos afirmar essas coisas com segurança", afirmou. Pobre senador! Sempre perdido...

E a Folha também publicou uma enquete que fez com senadores: 41 disseram que votariam pela cassassão e apenas 35 realmente votaram realmente. Ou oito mentiram, ou o placar eletrônico está quebrado. Como ninguém reclamou do placar, é provável que tenhamos mentirosos no senado federal. Bom, qual a novidade?

O PoPa deu uma circulada na blogosfera e estranhou o silêncio de alguns blogs da esquerda passiva. Enquanto isso, Ele fica passeando pelo exterior, alheio às falcatruas que amigos aloprados fazem por aqui.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Guardem esta frase!

'Quando deixar a Presidência, voltarei a ser o Lula que sempre fui. Quero freqüentar os mesmos lugares, não vou fazer curso de pós-graduação nem estágio em nenhum lugar. Vou continuar viajando pelo Brasil, vou tentar continuar a única coisa que eu sei e gosto de fazer: mas quero fazer isso com a alma limpa, com muita tranqüilidade, sem mágoa, sem ressentimento, e não darei um palpite sobre quem me suceder, seja para o bem ou para o mal.'

Algumas considerações do PoPa: seria bem difícil fazer um pós-graduação sem a própria graduação, mas seria demais exigir que ele soubesse disso. E o que será a única coisa que gosta de fazer? Viajar? Oras, quem não gosta, principalmente tendo alguém para pagar a conta? Não dará palpites? O PoPa paga para ver esta!!!!!!!!!

'Ninguém tem mais ética e moral que o PT'

Renan foi absolvido com os votos ou abstenções do PT, ninguém duvida disso. Para quem - ou para que - Lula falou esta célebre frase? O PoPa acredita que devem ter uns 100 milhões de pessoas com mais ética que o PT, somente aqui no Brasil. Ou ele acha que todos somos trambiqueiros como seus aliados?

'Vou para igreja rezar'

A frase, de Renan Calheiros, mostra um pouco do porque o PoPa não é mais católico. Em um post abaixo, o PoPa demonstrou-se cético quanto à cassassão da velha raposa. É uma daquelas premonições que o PoPa gostaria de ter errado, embora todas as evidências estivessem gritando que tudo se acomodaria. Agora, dizem que ele renuncia. Renuncia? Para quê? A única coisa que poderia - levemente, muito levemente - levantar a moral do senado, seria a renúncia do mandato, coisa que, obviamente, ele não fará - pelo menos por enquanto... O que pensará o povo de Alagoas sobre isto? Compactuarão eles com a sujeira que seu representante tem espalhado pelo Planalto Central?

Mais uma vez, o Senado curva-se aos poderosos. A votação secreta serviu para que TODOS os senadores sejam suspeitos de terem absolvido seu comparsa. É com profunda tristeza que o PoPa viu como acabou este quadro.

Imagem: do site do Estadão, mostrando o placar. Seis pulhas negaram-se a votar e 35 pulhas votaram contra a cassassão. É bem provável que apareçam alguns deles na imprensa, esbravejando contra a decisão do senado... falta um Toninho para quebrar este placar eletrônico!

A Guerra dos Eucaliptos - novo round!

Pois a Via Capesina, juntamente com o MST, o MPA, o MTD, o MMC e mais alguns FDP, resolveu bloquear o acesso dos funcionários da VCP ao viveiro que existe no município do Capão do Leão, próximo à Pelotas. “Queremos a biodiversidade e a produção de alimentos saudáveis”, afirmou a agricultora Maristela Pereira, de Encruzilhada do Sul. “Acreditamos que o agronegócio, especialmente a cultura do eucalipto pelas multinacionais, desestruturará a economia dos municípios gaúchos e fere o direito do coletivo”, disse o agricultor e integrante do MPA, Adílson Schuch, que também disse: “Somos contra o deserto verde das empresas de celulose, a exportação e a monocultura que não respeitam a estrutura econômica da região.”

Vamos por partes...

Biodiversidade e alimentos saudáveis, quem pode ser contra isso? Mas é preciso lembrar-se que os eucaliptos estão sendo plantados em áreas onde nada disso era produzido.

O agronegócio vai desestruturar a economia dos municípios. Essa é dura de engolir! Senão, vejamos: nas áreas onde estão sendo implantados os matos de eucaliptos, a grande produção é de pecuária extensiva, cujo reflexo na economia dos municípios é muito, mas muito inferior ao que se dará com os matos de eucaliptos, tanto em termos de mão de obra, como em termos de circulação de dinheiro. Os plantios de soja e milho nestas áreas são ínfimos e sem segurança, por tratar-se de regiões sem as características adequadas para estas culturas. Talvez eles não saibam que o agronegócio tem salvo o país nos últimos anos, pagando suas contas e mantendo empregos, enquanto outros setores da economia definhavam ou, simplesmente, estabilizavam.

Fere o direito coletivo. Essa é boa, principalmente dito por alguém que está impedindo mais de 200 trabalhadores de chegarem em seus postos de trabalho...

O desejo do grupo é que o Governo do Estado desaproprie as terras cultivadas com eucaliptos... essa é muito boa, também! O INCRA qualifica como improdutiva as propriedades que permaneceram somente na pecuária, mesmo intensiva, e eles querem que as áreas produtivas sejam desapropriadas?

Enquanto isso, mais de mil vagabundos estão acampados na porta de uma empresa nacional, que está trazendo desenvolvimento e trabalho para uma região absolutamente carente de investimentos. E investimentos privados, já que o público só sabe dar comida e grana para esta gente fazer este tipo de "serviço". E, como sempre, colocam mulheres e crianças na frente, para proteger os marmanjos...

Declarações dos invasores dadas ao Diário Popular, edição de hoje.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Igual, mas não tanto...

O nome de Santa Izabel Paludo apareceu para o PoPa em um comentário de um post abaixo. Na verdade, o PoPa já tinha ouvido falar na personagem, mas não tinha detalhes maiores, então foi pesquisar sobre o assunto. A ex-funcionária da Assembléia Legislativa estava lotada no gabinete da Governadora e foi pega "com a mão na botija", no caso dos selos, juntamente com o mafioso Macalão.

Alguns blogs conhecidos cairam de pau na mídia gaúcha, que não teria dado o mesmo destaque a este fato lamentável, que deu em outros no Governo Federal. Como lá, aqui também temos nossos corruptos. Igual, portanto. Mas não tanto, pois a funcionária foi afastada do cargo na mesma semana em que ela foi denunciada. Quanto tempo demoraram para sair o Zé Dirceu, o Genuíno, o Delúbio, o Renan, a Denise? Igual, mas não tanto...

O Agente 65, chegou a comentar que a exoneração foi feita "na surdina". Como assim? Foi publicada no Diário Oficial, saiu em todos os jornais da capital! E foi exonerada, antes de ser julgada, apenas com o indiciamento. Nada de dizer que os companheiros não têm do que se envergonhar, ou que ainda não foi provado nada...

Santa foi assessora do ex-deputado federal Roberto Argenta, atualmente no PHS - Partido Humanista da Solidariedade (este o PoPa nem sabia que existia!). No RS, este partido não tem um presidente, mas um interventor (estranho...). O PHS foi da união que elegeu Germano Rigotto (PMDB, PHS e PSDB) e também Yeda Crussius (PSC / PL / PPS / PFL / PAN / PRTB / PHS / PTC / PSDB / PRONA / PT do B).

Pronto, o PoPa fez seu dever de casa: uma assessora inexpressiva, de um partido inexpressivo (mas da base do governo estadual, sem dúvida).

Votação Secreta...

O PoPa é um pouco crédulo quanto ao que vai ocorrer nesta votação secreta no Senado. O PoPa acha que as coisas vão ficar como estão e alguns senadores poderão até mostrar uma cara de espanto. O consolo é que vem mais duas ou três novas denúncias que deverão acarretar novos pedidos de cassassão do nobre senador.

Aliás, o PoPa já declarou que o Senado Federal deveria ser extinto por pura falta de ter o que fazer, além de custar os tubos para o erário e contribuir com o aprofundamento das diferenças regionais. E o PoPa também - como muitos brasileiros - gostaria de saber como seu senador votou. Já que eles representam o povo, porque esconder-se no anonimato? Ou será que não representam?

Imagem: da assessoria de comunicação social do planalto. De braços dados, velhos amigos sorridentes...

sábado, 8 de setembro de 2007

Desfiles...


As datas de setembro (7 e 20) têm especial atenção do povo, principalmente das crianças, por causa dos desfiles de cavalarianos.

O PoPa não conseguiu deixar de ver uma relação entre estes desfiles e a situação política atual, no Brasil: Eles (os cavalos) cagam e andam na avenida. E são aplaudidos (pela população) pelas cagadas!

Fantástico (e inexplicável, no caso de Brasília).

Imagem: cavalo inglês do início do século XIX, cujo nome "Filho da Puta" tem uma interessante história. Seu proprietário, um coronel inglês, deu o nome de Mrs Barnet, sua amante, à uma égua de sua propriedade. A amante, posteriormente, fugiu com um cavalariço. Quando o filho de Mrs Barnet (a égua, não a amante) nasceu, ele deu este pomposo nome ao potro, que não foi percebido pela aristocracia local. "Filho da Puta" venceu várias corridas importantes e tem seu nome na galeria dos famosos (mais alguma correlação?).

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O PEDÁGIO

Não, não é o pedágio de automóveis. É um outro tipo de pedágio, aquele que costuma ser praticado as vezes nos gabinetes dos deputados e outros políticos. Mas este que eu descobri agora é o de uma organização muito nossa conhecida. Como vocês sabem o governo destina recursos para uma série de obras nos assentamentos, contrução de moradias, açudes etc... As empresas prestadoras destes serviços são selecionadas através de licitações onde, obviamente, ganha o que apresentar o melhor preço. Mas a empresa que apresenta o orçamento já sabe que alem dos seus custos normais ainda terá que pagar o Pedágio. Se não pagam o pedágio os contratempos são tão grandes que a obra não pode ser levada adiante. Bom, é uma forma de distribuição de renda, não é? Nada disto. A distribuição de renda é tão seletiva como a do governo. O Pedágio é gerido pelos líderes, aqueles que pela força ou pela inteligência assumiram o controle, e, é claro, a grana termina no bolso deles.

UM é pouco DOIS é bom e TRÊS...

Velho ditado, novas teorias. O PoPa também está estarrecido com a campanha do Banco do Brasil. A desculpa da Agenda 21 (2+1=3) é por demais fantasiosa até mesmo para os publicitários do time do Marcos Valério. É uma propaganda muito esquisita, mesmo! Mas se a intenção foi dar suporte ao terceiro mandado do Ser Supremo, acho que viajaram na maionese. O povo, aquele que ganha as esmolas e garante o voto, não vai entender mensagem tão subliminar. Ou vai?

Está tudo bem no Brasil? Escutei uma música do Rappa, cantada pela Maria Rita: A minha alma. Excelente sacada a passagem"A paz sem voz não é paz, é medo". Isto serve como uma luva para os que vêem tudo muito bom e que qualquer voz dissonante é "golpismo"! Para refletir...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

"Ninguém tem mais ética e moral do que o PT"


O Petróleo é Nosso?

O PoPa escutou, hoje pela manhã, o professor Lessa falar sobre a exportação de petróleo pelo Brasil. É, vocês leram bem! O Brasil está exportando petróleo...

Segundo o site PoçosNet, O carro-chefe da pauta de exportações (brasileiras) em janeiro (de 2007) foi o petróleo. Com o aumento da produção pela Petrobras e a elevação do preço do barril no mercado externo, as vendas subiram 223,1% em relação a janeiro de 2005, atingindo US$ 721 milhões.

Para o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, o desempenho deve se manter ao longo de 2006, que deverá apresentar um montante exportado superior ao registrado no ano passado, de US$ 4,2 bilhões.

Mais adiante, a notícia cita também: Petróleo, gasolina e óleos combustíveis, somados ao minério de ferro, contribuíram com mais de 50% do aumento das exportações. Ainda na parte de produtos básicos, chamaram a atenção dos técnicos da Secretaria de Comércio Exterior as exportações de carne bovina.

O alarme do professor Lessa é justamente sobre o petróleo, que deverá seguir subindo de preço ao longo do tempo e que esta exportação é primária, pensando no imediato. Quando começar a faltar petróleo, a exploração deverá atingir novos patamares, mais dispendiosos e, portanto, criará um problema para as gerações futuras. Mesmo os que acreditam que a energia será substituída por biocombustíveis, células de hidrogênio, foto-voltáicas ou outra qualquer, precisa lembrar-se da cadeia petroquímica, sem substituto previsto. O Brasil deveria, segundo o professor Lessa, manter este estoque estratégico para o futuro.

O que o PoPa pensa sobre isso? Concorda com o professor e fica abismado que ainda somos dependentes de exportações PRIMÁRIAS! Minério de ferro, carne in natura, petróleo... Somos a potência do terceiro mundo, mesmo!

Imagem: Plataforma da Petrobrás P36, que afundou após uma série de explosões.

sábado, 1 de setembro de 2007

Campanha UNICEF - Genial resposta!

O PoPa recebeu, via email, esta carta aberta, que fez questão de divulgar por aqui. O PoPa concorda com o teor e com a indignação da missivista e afirma que também não faz este tipo de doação. Apenas para registro, o PoPa informa que contriubi, mensalmente, com duas entidades de Pelotas que cuidam de crianças especiais. Estas merecem a nossa atenção, mesmo que seja obrigação do Estado.

Carta aberta para Renato Aragão, o nosso Didi.

Quinta, 23 de agosto de 2007.

Querido Didi,

Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu nome para colar nas correspondências).

Achei que as cartas não deveriam serem endereçadas à mim. Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e te escrever uma resposta.

Não foi por "algum" motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre essesmotivos). Você diz, em sua última carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.

Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas mas, comigo não. Eu não sou ministra da educação, não ordeno as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a freqüentar as salas de aula. A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não mata ninguém. Estudei na escola da zona rural, fiz supletivo, estudei à distância e muito antes de ser jornalista epublicitária eu já era uma micro empresária.

Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos impostosembutidos em cada alimento, em cada produto que preciso comprar para minha família.

Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem. Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais. O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores, dessa dinheirama toda, não tem a educação como prioridade. O dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora, ou aplicando muito mal. Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança naescola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)! O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda?

Você diz em sua carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você. É por isso que sua carta não deveria serendereçada à minha pessoa.

Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é "o cara". Ele tem a chave do cofre. Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

No último parágrafo da sua carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da "minha" doação, que a "minha" doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias.

Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.

Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não. Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira.

Outra coisa Didi, mande uma carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os professores. Só escolher quem de fato tem vocação para o ensino. Melhorar os salários, desses profissionais, também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação. Peça para ele, também, fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam além de ler, escrever e fazer contas, possam desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.

Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando...

Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari.

P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal educada: vou rasgá-la antes de abrir.

No site do SEBRAE/AC, temos alguma informação sobre a jornalista Eliane:

A pequena notável da comunicação acreana

Eliane Sinhasique começou sua vida empreendedora aos 15 anos. Saiu da zona rural para continuar os estudos e batalhar o sonho de ser jornalista em Rio Branco. “O rádio sempre me fascinou. Quando pequena, falava sozinha com o aparelho”.

Era o ano de 1987 e Sinhasique iniciou como locutora, estagiária da rádio Kapital. Recebia meio salário mínimo e passou a vender comerciais para melhorar a renda. Depois ampliou para gravar e fazer os textos. Passou a agenciar e fazer publicidade para a TV.

Depois de 13 anos na informalidade, em 2000 resolveu abrir sua empresa “Toque Retoque Agência de Divulgação e Eventos”. Hoje divide seu tempo com o programa de rádio “Toque Retoque”, líder de audiência há dez anos na rádio Fm 93, com a produção de VT’s, comerciais de rádio e campanha visual.