quarta-feira, 13 de junho de 2018

Povo sem memória, povo sem educação

Em suas leituras matinais, o PoPa leu que a Carta Testamento de Getúlio Vargas, no centro de Pelotas, monumento que existe em quase todas as cidades gaúchas, está sendo restaurada. Da primeira versão em bronze (roubada), fez-se outra em alumínio (roubada). Agora, estão preparando em plástico gravado a laser, para ver se fica mais algum tempo. Se não for PET, pode ser que dure...

Mas este monumento lembrou ao PoPa a briga sobre o nome de uma avenida em Porto Alegre. Vereadores do PSol resolveram que Castelo Branco não merecia ser nome de rua e, portanto, trocaram para Avenida da Legalidade e da Democracia. Mas este mesmo povo não vê problemas em ter monumentos e avenidas com o nome de Getúlio Vargas, conhecido como "pai dos pobres", mas um ditador fascista, alinhado com o III Eixo e, "convencido" para o lado aliado pelos gringos. História ainda não bem contada.

Bueno, de qualquer maneira, somos um povo pobre de espírito e de cidadania. Somos vândalos. Somos eleitores de vândalos da história e da democracia. E, muito provavelmente, este ano estaremos - mais uma vez - tentando achar um "salvador da pátria", ao mesmo tempo em que colocaremos as mesmas raposas os mesmos políticos a cuidar do galinheiro  congresso. Às vezes, até vem gente nova, mas com sobrenomes velhos.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

E FHC presta depoimento em defesa do Lula

Um "prazeiroso" depoimento, segundo FHC. E o advogado do presidiário ainda tentou enrolar FHC com perguntas meio sacanas, tentando colocar os dois no mesmo patamar. Bueno, pode até ser que o advogado tenha razão e não é justo apenas um dos ex-presidentes estar em cana. Se não puder soltar seu cliente, está tentando arrumar companhia para ele...

O Brasil tem jeito, sim. Mas vai demorar bastante, pois mesmo com toda a movimentação da LavaJato e outras ações políticas e judiciárias, os caras não pararam de roubar! Estoura escândalos quase todos os dias. O Brasil tem jeito, mas não será nesta década, talvez nem na seguinte.

sábado, 9 de junho de 2018

Que vergonha, Eduardo Leite!

Pois o PoPa ficou extremamente decepcionado com Eduardo Leite, ex-prefeito de Pelotas e atual pré-candidato ao governo do Estado do RS. Ao apagar das luzes deste atual governo, houve uma nova tentativa de fazer um plebiscito para saber se o povo quer ou não a privatização de empresas estatais, como a CEEE, a SulGás e outra que o PoPa não lembra.

Pois bem, Eduardo Leite, como presidente regional do PSDB, recomendou a bancada do partido dele e do PTB, que fará parceria com ele na campanha, que votassem contra o plebiscito. Ora, um candidato que prega, aos quatro ventos, que é a favor das privatizações, votar junto com o pt, psol e todas as esquerdas, só pode ser... de esquerda, da velha política e adepto do quanto pior, melhor. As alegações dele de que não haveria tempo para discutir com o povão se eles querem ou não vender as estatais corrompidas, quebradas e gastonas, é uma explicação furada, já que este assunto está na boca do povo há muito tempo. O PoPa, por exemplo, não se sente "dono" da CEEE, sabe do enorme prejuízo acumulado e da falta de condições de fazer investimentos. Tudo isso somado, fará com que a estatal, eventualmente, perca a concessão e, aí, além de estar deficitária, não vai valer mais nada.

Que vergonha, Eduardo Leite!

De médicos e dentistas formados por... burocratas?

Em suas leituras matinais, o PoPa leu, na ZH, que vários professores da UFSM foram condenados por exercerem outras atividades, além da de ensino em DE (Dedicação Exclusiva). Sem entrar no mérito da coisa, fico pensando em professores de medicina e odontologia (os que foram processados) dando aulas sem praticarem sua atividade. Como formar médicos, se não são, de verdade, médicos? Como formar dentistas, se não são, de verdade, dentistas?

O PoPa gostaria que os dentistas e médicos que acompanham a sua família, tivessem sido treinados por médicos de alta capacidade e não por burocratas que se formaram e mais nada fizeram.

O PoPa está errado?

domingo, 3 de junho de 2018

Mulheres devem ganha menos? Declarações do Bolsonaro

Muito se fala do Bolsonaro e suas declarações estapafúrdias. Mas, analisando mais profundamente, ele tem razão em algumas destas aparentes bobagens, embora não ataque o cerne da questão. Em entrevista à Gaúcha, em dezembro de 2014, ele fez declarações à respeito dos direitos das mulheres nas relações trabalhistas. O que vemos, nas redes sociais, é que ele teria dito que mulheres DEVEM ganhar menos que os homens porque engravidam. Vamos ver:

O corte abaixo foi retirado desta entrevista (https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2014/12/Bolsonaro-diz-que-nao-teme-processos-e-faz-nova-ofensa-Nao-merece-ser-estuprada-porque-e-muito-feia-4660531.html). Embora o assunto fosse o processo da Maria do Rosário, o jornalista foi mais adiante e fez estas perguntas:

O senhor, como deputado progressista, não tem o papel de trazer a discussão sobre os direitos das mulheres à tona?
Eu sou liberal. Defendo a propriedade privada. Se você tem um comércio que emprega 30 pessoas, eu não posso obrigá-lo a empregar 15 mulheres. A mulher luta muito por direitos iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? "Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade..." Bonito pra c..., pra c...! Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano.

Mas qual seria a solução?
Por isso que o cara paga menos para a mulher! É muito fácil eu, que sou empregado, falar que é injusto, que tem que pagar salário igual. Só que o cara que está produzindo, com todos os encargos trabalhistas, perde produtividade. O produto dele vai ser posto mais caro na rua, ele vai ser quebrado pelo cara da esquina. Eu sou um liberal, se eu quero empregar você na minha empresa ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar isso, que procure outro emprego! O patrão sou eu.

Analisando:
Ele realmente não disse que a mulher TEM que ganhar menos, mas que uma pequena empresa teria dificuldades tendo a maioria das trabalhadoras em idade fértil, porque a legislação é muito protecionista. E toda a proteção acaba gerando algum tipo de reação contrária.

Mas ele não deu soluções, que estariam ao alcance dele, como deputado federal. Com as novas regras da legislação trabalhista, ficou mais fácil contratar pessoas temporariamente, mas a legislação deveria ir adiante, dar, à empresa, alguma vantagem comparativa para que fosse interessante contratar mulheres em idade fértil. Quem sabe, reduzir o custo da folha, os encargos, para quem contratar mulheres. Ou, quem sabe, reduzir a zero todos os custos (exceto INSS e FGTS) dos temporários contratados para suprir uma vaga de gestante. Há possibilidades interessantes para se trabalhar, sem retirar os direitos das mulheres e sem pesar no orçamento de uma pequena empresa. As grandes não se importam com isso.

Por outro lado, o PoPa sempre esteve perto de empresas, em sua atividade profissional. E percebeu que algumas preferem mulheres, pela qualidade do serviço, como colheita de uvas, poda de frutíferas e confecções. Recentemente, durante a duplicação da BR116, conheceu um empresário que estava procurando mulheres para dirigir suas caçambas. Ele tinha duas e estava maravilhado com a qualidade do trabalho delas e com a manutenção do seu patrimônio. Neste caso, dizia ele, os caminhões que estavam com elas tinham uma despesa muito menor que os operados por homens.  O recolhimento do lixo, na área central de Pelotas, é feito por equipes femininas, tanto a motorista quanto as que arrastam os containeres para o caminhão. Certamente, a empresa responsável não fez isto por gostar de mulheres, mas porque é interessante, economicamente. Também não deve estar pagando menos que para os homens, embora esta informação o PoPa não saiba.

Enfim, um assunto para ser considerado e discutido, sem os humores de defensores e difamadores do candidato.

sábado, 2 de junho de 2018

O protecionismo que muitos não conhecem

O PoPa conhece um pouco - bem pouco - da indústria brasileira, suas fontes de financiamento e lamenta que algumas políticas públicas tenham o condão de amordaçar empresas que querem desenvolver-se.

Confecções é um setor que, majoritariamente, é composto de micro e pequenas empresas. O PoPa tem visto gente reclamar de confecções feitas na China e que as empresas brasileiras não tem condições de competir com isso. Verdade, mas por que não conseguem competir? Não existe equipamento de ponta produzido no Brasil, que seja passível de financiamento via BNDES, já que este exige um nível de nacionalização elevado, o que é impossível, em um mundo globalizado.

Além disso, não é permitida a importação de equipamentos usados. Ora, um equipamento alemão ou italiano, para empresas de confecção e textil, mesmo com cinco anos de uso, já seria um salto tecnológico impressionante.

Assim como o setor de confecções, as gráficas enfrentam exatamente os mesmos problemas, com equipamentos brasileiros que já nem são produzidos em outras partes do mundo e, para a "proteção da indústria brasileira", não é permitido o financiamento com fontes oficiais ou a importação de equipamentos usados.

E temos muitos outros setores com as mesmas características, como rochas ornamentais, que ainda estão na idade da pedra, literalmente. Somos obrigados a exportar pedra bruta para ser processada na Itália ou no Japão, porque não temos condições de fazer um trabalho decente por aqui.

Então, caros leitores do PoPa (existe algum?), todos gritam a favor ou contra o protecionismo rasteiro, que é aquele que pretende impedir a importação de objetos de consumo, mas quase ninguém reclama do protecionismo que é dado para a indústria de bens de capital ou para as indústrias - majoritariamente importadoras - que se encontram na Zona Franca de Manaus. Lá, as empresas podem importar fábricas inteiras, podem importar insumos sem impostos e um monte de benesses, que acabaram com um extenso parque industrial brasileiro, ou impedem sua instalação por concorrência absolutamente desleal.

Para pensar um pouco. Não dói muito, o PoPa garante.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

O tabelamento do diesel e os fiscais do Sarney

Os últimos dias deveriam servir de lição para o brasileiro. O PoPa, certamente aprendeu a não deixar mais a gasolina do popamóvel chegar na reserva. Mas, independente das origens da greve, se foi expontânea (é, tem gente que acredita nisso) ou se iniciou como um locaute, a verdade é que o povo brasileiro foi usado e abusado como massa de manobra.

Durante o Plano Cruzado, não tínhamos as redes sociais, mas o povo, impressionantemente, agiu como manada, transformando-se em "fiscais do Sarney". O PoPa lembra de um episódio divulgado no JN, onde um cidadão, puxando a porta do supermercado, gritava que estava fechando a loja, em nome do Sarney! Sim, isso aconteceu! E o povo, à volta, aplaudia...

Depois, vimos o resto do filme, quando os políticos do mdb deixaram de fazer importantes ajustes no plano, para garantir uma ampla vitória nas eleições municipais de então. Conseguiram. E o plano fracassou, como fracassaram todas as tentativas de tabelamento de preços, aqui, na Venezuela e em qualquer parte do mundo.

O tio Google veio em auxílio do PoPa e descobriu o vídeo do cara, fechando o mercado. Se ainda estiver vivo, deve morrer de vergonha cada vez que isso vem à público. Nada tema, caro cidadão, este blog não tem leitores!

E uma sugestão, assista este e os outros vídeos e reportagens que relatam um pouco do que aconteceu naquele ano maluco. O PoPa estava lá e lembra de toda a loucura, imaginando como seria se existissem as redes ditas sociais.

http://memoriaglobo.globo.com/programas/jornalismo/coberturas/plano-cruzado/fiscais-do-sarney.htm