sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Uma já foi, faltam quatro...

A que dizia que não renunciaria, quem diria, renunciou! Mas que não fique nisso, por favor! Zuanazzi, aquele gaúcho que estraga nosso nome a nível nacional, tem que cair logo, mas não por renúncia e sim por incapacidade de gerir uma agência como a ANAC.

Vamos ver os próximos!

Janer Cristaldo e "O Quarto"

Janer é um escritor de rara inteligência. E é da Metade Sul do RS! Morou em várias partes do mundo, professor universitário, uma grande mente. Conheça a página dele, mas leia o que segue, primeiro, que ele colocou no seu blog, ontem:

Os jornais de hoje noticiam que o programa Bolsa Família atende quase um em cada quatro brasileiros, segundo estudo divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Social. De setembro de 2005 a março de 2007, o número de famílias atendidas cresceu 46,05%, passando de 7,6 milhões para 11,1 milhões. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o número de brasileiros beneficiados pelo programa - isto é, aquela gente toda que não trabalha e fica à espera da esmola estatal a cada fim de mês - hoje chega a 45, 8 milhões de habitantes.

Em outras palavras, o Brasil que trabalha está levando nas costas, em números aproximados,

- dois terços da França
- uma África do Sul
- quase toda uma Espanha
- duas Coréias do Norte
- quase três Chiles
- quatro Cubas
- mais de quatro Grécias ou Bélgicas
- cinco Suécias
- sete Israéis e meio
- nove Finlândias
- treze Uruguais

Leia mais Janer, clicando aqui!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O que ele tem na cabeça?

Imagem: Reuters, de julho/2003

MAIS DINHEIRO NO CAIXA

Vou transcrever um texto que recebi de um amigo e que fala de mais um assalto ao nosso bolso para poder sustentar isto tudo que anda por ai.
Eis o texto:

"Primeiro o Material, depois o Humano

No início de agosto deste ano o Contran publicou no Diário Oficial da União (DOU) medida tornando obrigatório o uso de RASTREADOR nos veículos a partir de 2009.
A justificativa da obrigatoriedade é para diminuir o roubo de veículos.

Já há estimativas de que tal procedimento tornará os veículos, aproximadamente, R$1.600,00 mais caros. Como diz a medida, o veículo sairá de fábrica com o acessório, ele não será optativo – o carro virá com o RASTREADOR como item de “série”.

Sentiu a arbitrariedade da medida? O consumidor não terá a liberdade de escolher um carro sem RASTREADOR. Ele, consumidor, até poderá não acionar o RASTREADOR, mas não poderá deixar de adquirí-lo. O Poder Executivo está enfiando goela abaixo um RASTREADOR.

Tá certo, mas quanto custa colocar o RASTREADOR em operação? Reportagem na TV mostrou que isto custará R$80,00 por mês !!!!! Você já pensou ficar prisioneiro para o resto de seus dias de uma contribuição mensal de OITENTA REAIS?

Tá certo, mas o preço do seguro vai cair. Quanto? Você acha que as seguradoras são vítimas só do roubo de veículos? E os acidentes? E os pequenos furtos? E as fraudes? Ué, fraude? É sim senhor – estatísticas demonstram que uma redução de 70% nas fraudes permitiria uma redução de 20% no preço do seguro(fonte: Eng. Fernando Calmon – site carro novo).

Dependendo do modelo de carro zero que você for adquirir e do estado onde você mora, o custo anual de ativação do RASTREADOR será maior do que o IPVA.

Além de ser curioso o Poder Executivo estar preocupado com a nossa propriedade particular, ou melhor, com o nosso BEM MATERIAL, ele não consulta se o povo quer ou não, ele determina e tá feito.

Acredito que não deve ser bem assim. Vamos reagir.

No dia seguinte ao noticiado do caso RASTREADOR, deu na TV que o PROCON do Rio de Janeiro entraria na justiça contra a medida. E os outros PROCON’s do Brasil, onde estão?

Chama a atenção que o Poder Executivo esteja preocupado com o nosso bem MATERIAL, mas não vemos um movimento na direção de nos proteger a VIDA, ou o FUTURO DO PLANETA!!!!

Como? O Poder Executivo poderia largar uma medida tornando obrigatório o airbag. Ah, mas seria muito caro. Em primeiro lugar a vida não tem preço e em segundo lugar, elas por elas, somando os R$1.600,00 de aquisição compulsória com os R$960,00 anuais pro resto da vida , o airbag ainda sairia mais barato!!!

E o FUTURO DO PLANETA? Bastava obrigar as empresas instaladas no Brasil a equiparem seus veículos com motores menos poluentes, como já tem na Europa.

Na Europa os veículos têm uma etiqueta com notas de emissão de poluentes, assim como as nossas geladeiras já têm para consumo de energia. Lá a medida é “g de CO² por km rodado”!!!!!
Então, ao invés de pensar no HUMANO, o Poder Executivo privilegiou o MATERIAL. Da pior maneira possível: - em um País democrático, tirou a liberdade de escolha!!!

Vocês já imaginaram quantos consumidores escolhem como forma de proteção do seu veículo uma corrente com um cadeado? Pois o Poder Executivo está lhes tirando o direito de escolher a forma de proteger o seu patrimônio.

Porto Alegre, 16 de agosto de 2007 – José Benedito de Oliveira"

Que maravilha não é? É um mensalão ao contrário que, infelizmente, na outra ponta, vai servir de caixa para um mensalão na forma tradicional

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Saúde Perfeita II

Sabem quanto o SUS paga por uma consulta médica? R$ 2,00. E por um exame de sangue? R$ 1,85. Uma cirurgia cardíaca? uns R$ 73,00. Os hospitais filantrópicos (aqueles que não fazem sacanagem com os recursos), acabam recebendo cerca de 55 reais para cada 100 reais que efetivamente gastam (e, claro, recebem com atraso). A Santa Casa de Pelotas está com uma dívida acumulada de mais de 13 milhões de reais. Os números não mentem! 13 milhões! Quem olha de fora, pode achar que o hospital é mal administrado ou que há desvios de recursos, mas é exatamente o contrário. Um hospital que não nega internação nem serviços aos usuários do SUS e ainda não faz trambique, só pode se dar mal, na perfeita saúde de nosso governo.

Estas tabelas não são reajustadas há 16 anos! DEZESSEIS!!!! Há uma defasagem de mais de 82%, sem considerar o que já foi perdido e está no estoque de dívidas dos hospitais... Nuncaantes nestepaís a saúde valeu tão pouco.

Imagem: General Thade, personificado por Tim Roth.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Finalmente, uma boa notícia!

O PoPa leu no Estadão:

Anac vira alvo de investigações da CPI e do Ministério Público

SÃO PAULO - A CPI do Apagão Aéreo e o Ministério Público colocaram a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no alvo das investigações sobre a crise aérea e as causas do acidente com o vôo 3054 da TAM. Nesta terça-feira, 21, os senadores da CPI do Apagão aprovaram o pedido de quebra do sigilo bancário, telefônico e fiscal da diretora Denise Abreu e de outros dez diretores da agência. Além disso, a procuradora da República Fernanda Taubemblat afirmou que vai pedir a abertura de duas ações para investigar a utilização - pela Anac - de documento sem validade legal na guerra judicial para reabertura do Aeroporto de Congonhas, em fevereiro.

Ok, o PoPa não é advogado nem entende muito de leis, mas acredita que um documento assinado e entregue a uma desembargadora pela diretora da ANAC, é um documento com validade legal, sim. Se ela escreveu, assinou, entregou e a desembargadora, com base neste documento, liberou a pista, como achar que este não é um documento legal? Se for legal, ela é responsável direta pelo maior acidente aéreo brasileiro. Se não for, ela é uma estelionatária que causou o maior acidente aéreo brasileiro.

Agora, a Denise está ferrada, mesmo...

Saúde perfeita!


O PoPa leu, no blog do Reinaldo Azevedo (link aí do lado), uma frase do presidente, mas - mesmo confiando no blogueiro - não conseguiu acreditar. Mas o professor Google mostrou que a mesma frase está no site da Radiobrás: "Eu acho que não está longe da gente a atingir a perfeição no tratamento de saúde nestepaís"... O presidente mudou-se para a Suíça e o povo ainda não sabe, já que neste país aqui, estamos a léguas da perfeição. Aliás, se conseguirmos chegar ao razoável, já estaria bom demais! Bem, talvez a definição de longe do presidente seja um pouco diferente da do PoPa.

Se este for o parâmetro de perfeição do presidente, estamos perto da perfeição também na segurança, na educação, no saneamento básico...

Imagem: nosso presidente em um momento cinematográfico. Lembra um personagem do Tim Roth.

Denise, a do charuto, é uma enganadora

Deu no Estadão de hoje, em destaque:

A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu apresentou pessoalmente à desembargadora Cecília Marcondes, do Tribunal Regional Federal, a Instrução Suplementar ISRBH 121-189, que proibia o pouso de aviões com um reverso inoperante em pistas molhadas, como garantia de que o Aeroporto de Congonhas poderia ser liberado para operações com segurança. No final da tarde de 22 de fevereiro, Denise, um advogado da Anac e dois oficiais reformados foram ao gabinete da desembargadora, no 20º andar do prédio do TRF na Avenida Paulista.

Segundo Cecília, o documento tem validade legal, apesar de haver o sentimento de ter sido enganada. "Em primeiro lugar eu senti um espanto muito grande. Em segundo lugar, revolta. Não é só a pessoa da juíza que está sendo enganada, é o poder do Estado."

Para a desembargadora, ou a direção da Anac agiu com improbidade administrativa, ou Denise Abreu mentiu à CPI do Apagão Aéreo, em Brasília, quando disse que o papel não tinha validade de norma. "Se não podemos confiar nas agências (reguladoras), não temos em quem confiar". Leia toda a matéria, clicando aqui.

Esta mesma notícia está ao final da página da Folha, mas apenas para assinantes. Essa é uma grande diferença entre estes grandes jornais brasileiros. O Estadão está aberto para todos lerem, assinantes ou não. E dá destaque às notícias importantes, como esta. O PoPa fica imaginando que lula poderá finalmente saber de alguma coisa. Jornal, ele deve ler, não?

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Pedro Osório, novamente

Voltando ao assunto, o PoPa leu, em um jornal semanal de Arroio Grande (Correio do Sul de 16/08/2007), mais algumas informações sobre o evento de Pedro Osório. Na síntese, não apresenta novidades, mas ao final, tem uma fala atribuída ao Ouvidor Agrário do MDA e aí está a parte interessante: "o ouvidor do MDA encaminhará um relatório à Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, buscando responsabilizar os autores do tumulto". O PoPa gostaria de ler este relatório, mas, como este ouvidor tem apenas uma orelha, ao contrário do Ser Supremo, já prevê o que estará escrito nele. Vamos esperar as reações...

domingo, 19 de agosto de 2007

Zé Ramalho - Meu País (do CD Nação Nordestina)

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram - se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país

Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país

Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país

Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o brasil em mil brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

A música é de 2000, mas continua atual e era um pouco profética: "tô vendo tudo"...

sábado, 18 de agosto de 2007

Não foi por falta de aviso!

Coluna de Arnaldo Jabor (clique aqui, para ler o original), de ontem, na Globo:

É um caso para demissão imediata e prisão, com algemas e camburão.

Em janeiro, uma desembargadora séria, doutora Cecília Marcondes, proibiu pousos de alguns tipos de aviões em pista molhada, em Congonhas. Ela pensava na segurança da população.

Então, a Anac mandou-lhe um documento dizendo que obrigaria as companhias a usar os reversores no máximo; assim, a desembargadora acreditou e liberou a pista. Quem se beneficiou foram as empresas com pousos de grandes aviões em Congonhas. Esta foi a primeira mentira da Anac.

Depois, na CPI , para mostrar que a companhia não tinha desobedecido a recomendação dos reversores, afirmaram que o documento não tinha valor, não tinha sido regulamentado. Esta foi a segunda mentira: porque esse mesmo documento, sem valor, fora mandado em janeiro à juiza Cecília Marcondes.

"Ah, foi por engano... estava ali na Internet dando sopa e uma procuradora da Anac mandou assim, meio sem querer para a juíza". Terceira mentira.

Tudo se soma para insinuar que a companhia não teve culpa alguma, porque não houve a recomendação dos reversores ligados. Assim, a culpa seria de quem? Dos pilotos, talvez?

No meio dessa mistura de falsidades com uma suspeitosa incompetência, 200 pessoas sofreram uma morte horrenda. São fatos gravíssimos. É um caso para demissão imediata e prisão, com algemas e camburão.

Vamos ver o que fará o Planalto.

O PoPa acredita que o Planalto nada fará, pois não sabia de nada. Mas este pode ser o motivo para o tal inquérito administrativo que pode tirar esta cambada de lá, já que a estabilidade não pode ser sustentada se provada a incapacidade administrativa.

O assunto foi motivo de notícia no Correio Brasiliense e está na clipagem da FAB, do dia 24 de fevereiro. Entre outras coisas, diz: Depois de entregar toda a documentação solicitada à Justiça, a executiva da Anac se reuniu com a desembargadora. De acordo com ela, o encontro durou duas horas. Denise Abreu esclareceu que a decisão não trata da questão do fechamento da pista de Congonhas em dias de chuvas, um procedimento que continua mantido.

No site da Procuradoria Geral dos Direitos do Cidadão, a clipagem de 17 de fevereiro, mostra matéria do Globo, que diz o seguinte:

O Ministério Público Federal pede a interdição completa de Congonhas até a reforma de sua pista principal e diz que a providência adotada por Anac e Infraero, de interromper as operações em dias de chuva intensa, não seria suficiente para evitar novos acidentes.

— A situação da pista principal de Congonhas é da maior gravidade. A Anac e a Infraero dizem ter condições de evitar acidentes, fechando a pista em dias de chuva.

Não é o que se tem visto. Mesmo quando chove fraco, forma-se uma lâmina d"água o que, associado ao estado da pista que não dispõe de dispositivos de drenagem substanciosos, acaba acarretando deslizamentos — afirmou o procurador-regional.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Os 12 do Rio

O PoPa hoje, leu na Zero Hora uma notícia incrível:

O uso de narizes de palhaço por um grupo de 12 estudantes universitários durante uma inauguração em Campos (distantes 278 quilômetros do Rio) virou ontem tema de discurso de improviso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente à cerimônia.

Os jovens foram chamados de "desprovidos de consciência política" por Lula e de "pequenos-burgueses exercendo o mau humor de quem reclama de barriga cheia" pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

É, como diria José Simão, uma piada pronta. 12 estudantes fizeram uma crítica à lula e ao governador do Rio e isto virou assunto do improviso do presidente. Doze estudantes com narizes de palhaço.. DOZE! DOZE! DOZE!

Vamos de novo: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12!

Presidente, eram só doze????? E quando esta turma começar a crescer, como vai ser?

CANSEI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


O PoPa não está em nenhuma das cidades que farão o silencioso protesto contra a corrupção, o caos aéreo, a impunidade, as balas perdidas, a insegurança e tantas outras coisas que afetam a vida do brasileiro.


Mas o PoPa fará um minuto de silêncio onde estiver, em respeito a dor das famílias enlutadas, não somente nos desastres recentes da aviação, mas também das que tiveram perdas com balas perdidas, com assaltos, com a violência do trânsito, vitimadas pelas drogas e pelo álcool. Para estas pessoas, de todas as classes sociais, é que o Brasil faz seu minuto de silêncio. E também para tentar acordar este governo, que gosta apenas dos holofotes e detesta a crítica, mesmo que construtiva. Para que nosso presidente fique sabendo de alguma coisa e, quem sabe, fazer alguma coisa!


O PoPa ainda deposita alguma esperança de que, bem no fundo, ainda existam vestígios daquele operário que lutou por causas sociais, que lutou pela redemocratização do Brasil. O pior que pode acontecer, é o País descobrir que ele nunca existiu.


Imagem: Do prêmio Central de Outdoor, de 2005, na Categoria Estudantil, Mateus Rosa da Silveira, aluno do Centro Universitário Barão de Mauá de Ribeirão Preto, foi o vencedor Nacional, com o trabalho "Ordem no Congresso", sobre o tema Ética e Moralidade. Mais que palavras obrigações.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

"The Pelvis"

Elvis nasceu em 08 de janeiro de 1935 (tinha um irmão gêmeo, que morreu no parto) e, depois de uma carreira musical fantástica, morreu em 1977, há exatos 30 anos. Quem está na faixa dos 50 (pouco mais, pouco menos), teve a adolescência embalada pelas músicas deste artista fabuloso. O PoPa tem alguns discos e DVDs com shows, especialmente "Aloha from Hawaii", de 1973, primeiro show transmitido via satélite para 40 países!

Imagem: Elvis no memorável Aloha, de 73!

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Acertem no alvo, companheiros!

O PoPa esteve em uma reunião-almoço de uma grande entidade empresarial e ouviu o palestrante fazer uma interessante referência sobre a atual divisão do mundo. Segundo ele, acabou-se a divisão simplista esquerda-direita. O que realmente existe, atualmente, é a divisão entre atraso e desenvolvimento, entre governantes que trabalham pelo desenvolvimento de seu povo e os que simplesmente mantêm-no obscurantismo da ignorância.

O PoPa ainda não tinha analisado o desenvolvimento sob este ângulo, como a verdadeira paz, a verdadeira revolução do século XXI. E todos os que estão contra o desenvolvimento, a melhoria da qualidade de vida da população, estão contra a paz... simples assim!

Infelizmente, há uma séria tendência de manter em ignorância uma importante parcela da população brasileira. Seria isto uma obra da esquerda obscurantista ou da direita populista? Para pensar...

Ainda sobre a esquerda sindicalista gaúcha, o PoPa leu, no jornal “O Bancário” deste dia 14, o presidente do sindicato escrever “os lucros dos bancos tem um motor: o ser humano”. No mesmo jornal, um novo tópico “Lucros recordes às custas da categoria – os banqueiros ganham cada vez mais em cima da exploração dos trabalhadores”. Calma aí, companheiros! O lucro dos bancos é totalmente feito sobre as vantagens que eles recebem do governo federal – de Lula e seus asseclas e de outros, antes dele. Isto, no entanto, parece não fazer parte das reclamações dos companheiros sindicalistas, pois ficaria mal criticar o governo federal...

Para pensar mais um pouco...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Dois pesos?

Provavelmente, esta notícia vai ser destaque amanhã, nos jornais gaúchos. E não faltará alguém para dizer que isto é próprio do jogo democrático. Não é! É uma afronta a um poder constituído! Mas, mesmo assim, o PoPa fica imaginando que parecem ser as mesmas pessoas que levantam a voz contra um grupo de pessoas que sai em paz, em um final de semana, para protestar contra a corrupção que grassa nestepaís. E aqui, vejam bem, é uma turba organizada por sindicatos. Em horário de trabalho!!! Percebam que, na notícia que está na página da Assembléia Legislativa, não há menção aos sindicatos que pregam a anarquia e a desordem...

A sessão da Assembléia Legislativa desta terça-feira (14), que votava a criação dos fundos previdenciários estaduais com recursos da venda de ações preferenciais do Banrisul foi interrompida pelo presidente do Legislativo, deputado Frederico Antunes (PP). A medida foi adotada após a invasão do plenário por manifestantes que estavam nas galerias. A sessão foi tumultuada desde o seu início, sendo interrompida por diversas vezes, e foi suspensa por volta das18 horas. Os manifestantes permanecem ocupando o plenário.

E o democrata Raul Pont, disse que a proposta sustentada pelo PT é de dialogar com os representantes dos movimentos sociais para retomar o processo deliberativo em outro momento. Dialogar com baderneiros, deputado? Que feio!

Imagem: do site da AL, manifestantes, que se parecem muito com a tal da "Classe Média"...

domingo, 12 de agosto de 2007

O Mediador

Mediador, do Latim mediatore

adjetivo e substantivo masculino
  • que ou aquele que intervém como medianeiro;
  • árbitro;
  • medianeiro.
Mediar, do Latim Mediare

verbo transitivo
  • dividir ao meio
  • intervir a cerca de
O governo brasileiro tem um ouvidor agrário nacional na mediação dos conflitos agrários no país, que é o desembargador Gercino José da Silva. Isto seria muito bem vindo, se este mediador fosse alguém absolutamente isento ou que, pelo menos publicamente, fosse um verdadeiro mediador. Mas ele vai um pouco mais além, pois considera que a ocupação de áreas griladas ou improdutivas é bem-vinda. Sutil, muda o verbo de invasão para ocupação.

Uma entrevista do ouvidor agrário nacional na Agência Carta Maior, inicia com a identificação do cargo: Com a missão de garantir os direitos humanos e sociais do homem do campo, nos últimos anos a Ouvidoria vem buscando mecanismos de estabelecer algumas premissas frente às ações de luta pela terra dos movimentos sociais do campo...

A entrevista mostra bem a quem serve a ouvidoria: No que se refere às ações para melhorar a reforma agrária, o Governo Federal, através da Ouvidoria Agrária Nacional, tem notificado os movimentos sociais de que nós apoiamos integralmente as mobilizações, desde que sejam dentro da legalidade. Essa legalidade, no nosso ponto de vista, segue a premissa de que as propriedades rurais produtivas, legitimamente destacadas do patrimônio público para o particular, e que estejam cumprindo a função social, não podem ser objeto de ocupação, haja visto (sic) que a Constituição Federal nega sua desapropriação para fins de reforma agrária. Ele parece estar sendo coerente com a lei, para, em seguida, lançar o verbo: Com referencia às áreas improdutivas e griladas, nós entendemos que as ocupações destes imóveis são legítimas, desde que no processo de ocupação não aconteçam crimes como destruição de patrimônio, matança de gado, colocação de pessoas na condição de refém e outros crimes que estão na categoria de crimes comuns e nada têm a ver com a reforma agrária. É bem-vinda a atuação dos movimentos sociais dentro do processo da legalidade. O processo de Reforma Agrária seria mais lento sem a sua atuação. Esta é a posição da Ouvidoria Agrária, na qualidade de representante do governo federal.

Bem, caro ouvidor, no Rio Grande do Sul não existem áreas griladas e como as invasões, via de regra, antecipam as vistorias do Incra, como será que os movimentos sociais escolhem estas áreas? Com uma pequena ajuda do Incra, talvez? Além disso, em TODAS as invasões, ocorrem agressões ao patrimônio, quebras de cercas, corte de matos, abate de animais e ameaças aos funcionários destas propriedades. Isto, conforme diz o ouvidor, é crime! Mas ele segue na sua fala: O desempate entre o que os fazendeiros falam e o que os movimentos sociais entendem é feito pelo Incra, que tem legitimidade pra dizer se a área é produtiva ou não. Um mediador muito isento, como podemos notar.

Sobre a justiça: A atuação da justiça está muito longe do que representa o direito agrário. Não se aplica o direito agrário nas ações possessórias coletivas dos trabalhadores rurais sem terra, que requerem providências do poder público para acelerar a reforma agrária, e isso evidentemente aumenta o conflito e a violência. Uma liminar de despejo concedida sem a verificação do cumprimento da função social ou da produtividade da propriedade não encontra respaldo entre os trabalhadores, que na maioria das vezes já sabem, quando ocupam uma propriedade, se ela é grilada, improdutiva ou tem trabalho escravo.

Sobre a MP 2.027-38, decretada em 2000 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e que desautoriza o Incra de vistoriar e desapropriar áreas ocupadas: O Incra, quando se trata de área ocupada, segue uma orientação recorrente do Supremo Tribunal Federal: se a ocupação do imóvel ocorreu em uma pequena parte, não atrapalhando a atividade produtiva e o direito de propriedade do dono do imóvel, o Incra pode vistoriar e desapropriar.

O PoPa não conseguiu descobrir onde está esta orientação recorrente no STF, mas encontrou uma declaração interessante: O (ex) presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Maurício Corrêa, disse na noite desta terça-feira que o STF entendeu, ao julgar uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) sobre reintegração de terras no ano passado, que qualquer invasão de terra, seja produtiva ou improdutiva, é um ato ilícito que pode ser punido civil e penalmente.

Vejam bem, caros leitores do Pobre Pampa. Não há espaço para interpretação a esta MP. Ou há?

Mas tem mais! Segue o ouvidor: defendemos que as policias Militar, Civil e Federal não podem fazer a desocupação de imóveis ocupados sem ordem judicial (Ótimo). E a maioria tem assim procedido. Onde? Em Pedro Osório, não adianta nem mesmo um interdito proibitório. Nada faz com que os "movimentos sociais" cumpram a lei!

Se você não tiver estômago forte, o PoPa não recomenda a leitura da entrevista na íntegra...

A propósito de produtividade, aproveitando a presença constante do Incra na região, quem sabe fazer uma vistoria nos assentamentos de Pedro Osório, para verificar a produtividade? Não vale a cancha reta!

Imagem: Portões fechados! Aqui não entra ninguém! Quem aparece em destaque não é um sem-terra. Mas não queria que o povo de Pedro Osório entrasse no recinto. Democrata, com certeza!
Imagem: do site http://www.sponholz.arq.br/

sábado, 11 de agosto de 2007

Testemunha Ocular

O PoPa ouviu vários relatos sobre o conflito, de moradores da cidade. Estava com um texto preparado para os 20 leitores (estamos crescendo...) do Pobre Pampa, quando leu este testemunho emocionado e verdadeiro, no Diário Popular de hoje. Impressionante!

Em frente ao salão paroquial da cidade de Pedro Osório, aguardávamos a abertura do portão de acesso à audiência pública solicitada pelo ouvidor agrário nacional, com o objetivo de debater a reforma agrária.

Representantes de entidades do comércio, da indústria e do agronegócio, que de maneira alguma são contra esta Reforma Agrária, lá estavam para questionar a forma como ela vem sendo conduzida, onde municípios como Herval, com enorme área desapropriada entre 1994 e 1999, figuram entre os que mais empobreceram no RS, no período de 1994 a 2004.

Há exemplos de reforma agrária bem-sucedida, como a do Banco da Terra (Arapã), ao lado do Assentamento Novo Pedro Osório (MST), que não gera conflitos, trazendo o desenvolvimento socioeconômico, de maneira sustentável.

Embora os portões da audiência ainda estivessem fechados, lá dentro estavam integrantes do MST, gritando que saíssemos dali, que só os seus iriam entrar, pois a “audiência era do povo”. De repente, um outro grupo de sem-terra, que se dirigia para o Fórum, surpreendendo a todos, virou a esquina em direção aos produtores rurais, que aguardavam em frente ao salão paroquial. Numa formação militar em forma de cunha, abriram caminho entre os produtores rurais, empunhando bandeiras e taquaras pontiagudas. Ficamos, eu e outros, prensados entre o portão de ferro e a massa de sem-terras que entrara no meio dos produtores rurais. Eu me segurava no portão, já de frente para o conflito. Lá de dentro, um homem tentava desprender a minha mão, enquanto uma sem-terra me sacudia, gritando que saísse dali. Ao redor, cidadãos eram empurrados, para que não entrassem no recinto da audiência. Quando o presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos fez menção de entrar, foi violentamente jogado de volta. Um integrante do MST atingiu com um tijolo o rosto de um produtor de 73 anos, que estava ao meu lado. O segundo produtor caiu, também com um tijolo no rosto. Um veterinário, atingido por um golpe nas costas, virou-se para reagir e ficou sem ação, quando viu que a arma utilizada era um bebê nas mãos de uma mulher

Seguiu-se um confronto violento, com tijolos jogados de dentro do prédio e mastros de bandeira estocados através das grades. A Brigada Militar interveio, os produtores se afastaram, mas os tijolos continuaram sendo arremessados de dentro do prédio enquanto os militares eram impedidos de controlar a situação, com uma massa tentando fechar os portões.

O ouvidor agrário, protegido pela Polícia Federal, esteve com o MST, mas em nenhum momento procurou os cidadãos e produtores rurais que queriam lhe falar do lado de fora. Aos de fora, ficou a nítida impressão de que o nome de audiência pública acobertava na verdade uma audiência privada onde Incra, MST e Ouvidoria falariam a mesma língua, sem permitir o exercício da democracia. Uma audiência pública de convites direcionados, cujas regras não foram divulgadas, que não respeitava a ordem de chegada, “organizada” sem preocupação com a segurança e com os portões controlados pelo MST.

Ninguém me contou, eu estava lá e vi o tipo de democracia que está se instalando no Brasil.

Marta Fernandes de Sousa Costa - Escritora


Entenderam? A "audiência pública" convocada pelo Incra, não era para ouvir o povo da região, mas apenas o MST! O representante do Incra ainda teve a cara-de-pau de dizer para o povo que ali estava, que poderia fazer uma "audiência pública" para eles. EPA! Sujeito esquisito!

O povo de Pedro Osório não estava esperando um conflito. Aguardavam placidamente o início da audiência. É fácil constatar isto, através das fotos que estão no site www.pedroosorio.net, onde se vêem mulheres e idosos na frente do salão. O PoPa tinha absoluta certeza do conflito, pois conhece os métodos do MST. Eles precisam das manchetes e somente podem consegui-las através de ações que apareçam na mídia, preferencialmente, como vítimas.

Um deputado do PT tentava fechar o portão, para evitar a entrada do povo de Pedro Osório. Dentro do recinto, tinha ficado um ruralista e um brigadiano, que começaram a ser agredidos. Neste momento, para resgatar seu companheiro, a BM forçou a entrada. O deputado do PT ainda tentou intimidar a BM, com um "carteiraço". Felizmente, outros dois deputados chegaram ao local e equilibraram as forças, digamos, democráticas no local.

Também hoje, na Agência Chasque de Notícias, a informação: "A Ouvidoria Agrária do Rio Grande do Sul vai receber na manhã da próxima segunda-feira (13) os integrantes do MST que foram feridos no confronto com ruralistas em Pedro Osório nesta quinta (9). Eles denunciam que foram vítimas da violência dos fazendeiros e da Brigada Militar, momentos antes de uma audiência pública". EPA! Esta Ouvidoria é Agrária ou é uma Ouvidoria do MST? E os feridos entre o povo de Pedro Osório não serão ouvidos? Bem, deve ser mais ou menos como a tal audiência "pública"...

Imagem: uma mulher e sua "arma". Imagem do site pedroosorio.net

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Cristovam Buarque

No site do Senador Cristovam Buarque, um longo discurso sobre o movimento "Cansei". Como sempre, genial, o Senador parte para a defesa dos despreparados, dos pobre, da educação infantil, da alfabetização de adultos. Vale a pena ler todo o discurso .

Ao final, este recado:

Aqui fica o meu desafio para superar esse meu cansaço e fazer com que o meu cansaço seja a minha manifestação. Vou, no dia 14, fazer um minuto de silêncio. Sei que é o cansaço da parcela rica, mas vou fazer o meu minuto de silêncio no dia 14 de agosto, conforme essa mobilização. E vou fazê-lo pensando mesmo mais nas paradas de ônibus, que não tenho usado, do que nos aeroportos, onde tenho sofrido. Vou fazê-lo pensando mais em como o dinheiro é mal aplicado neste País do que no tamanho da carga fiscal, que é alta. Vou fazer o meu minuto de silêncio pensando mais na corrupção das prioridades para onde vai o dinheiro do que mesmo na corrupção dos políticos que põem dinheiro no seu bolso. E vou fazer o meu silêncio como fazemos pelos mortos, pensando em um País que dorme em berço esplêndido, que não morreu ainda, mas que, adormecido, não vai chegar no futuro. Vou fazer um minuto de silêncio pensando na possibilidade de unir os dois “Brasis” nas escolas, que são as encruzilhadas das classes quando a escola é igual para todos e é, ao mesmo tempo, o aeroporto do futuro para o Brasil.

Battle at Kruger

O PoPa é um leitor assíduo do Reinaldo Azevedo (link aí do lado). O cara é um excelente escritor e tem tiradas geniais, mas esta é realmente muito boa. Um vídeo que está no Youtube tem causado furor no mundo inteiro e RA faz uma pequena historinha paralela:

É assim. A classe média, coitadinha, passeava distraída pela savana quando, de repente, um bando de petralhas, de tocaia, resolveu atacá-la. Covardes, claro, foram pegar logo o membro mais fraquinho do grupo. E juntaram em cima do coitado, tentando arrancar-lhe o couro. Eis que chega a Receita Federal para também pegar um naco da vítima. E o pobrezinho ficou ali, no puxa pra cá, puxa pra lá. Uns queriam sua carne para fazer “pograma social” e encher a pança; o outro, sabem cume, é fiscalista: engole tudo de uma vez para digerir mais tarde.Quando tudo parecia perdido, quando não restava mais esperança, eis que a manada, vestida de preto (sem a Laura Capriglione por perto para perguntar se era menção ao fascismo) resolveu deixar claro: “Cansamos desses petralhas”. O desfecho, meus queridos, é absolutamente inesperado — e, como verão, contraria todas as expectativas.Um Zé Dirceu ou um Renan ainda tentam ficar para demonstrar coragem, mas desistem. Eu só lhes asseguro que é uma fábula com um fim tão edificante como feliz — as de Esopo nem sempre terminavam bem, hehe.

Vejam o vídeo até o final. São um pouco mais de oito minutos, mas vale a pena!

Fedeu II

Bem, não resta mais dúvida sobre o evento de Pedro Osório. O MST chegou à cidade e teve suas foices e enxadas apreendidas pela BM (e alegaram constrangimento!). Levaram cerca de 40 crianças junto com eles, como é costume da turba esconder-se atrás de menores. Para que levar crianças a um evento que tinha tudo para dar errado? Ainda bem que nenhuma delas foi ferida.

A declaração da Lider Irma: “Foi uma ação conjunta da Brigada Militar e dos latifundiários. Nos atrasaram com a revista, enquanto os latifundiários tomaram conta da rua e quando chegamos tivemos a intenção de entrar antes para garantir nossos lugares na audiência pública, eles intervieram e começou a confusão e depois a Brigada invadiu o salão batendo e prendendo.” Ou seja, conforme informa a líder, o salão estava fechado, os moradores da cidade aguardavam para entrar e a turba chegou querendo forçar a entrada, tendo conseguido, pois a BM teve que entrar para tirá-los de lá. E os "latifundiários" estavam em sua cidade, não precisavam da BM para "tomar conta da rua". Aí, deu o óbvio! Mesmo sem foices, estavam com mastros de bandeiras pontiagudos, portavam pedras e tentaram ganhar, no grito, de uma turma que não estava disposta a perder em seu próprio território...

Tremenda burrada do Incra, que não adiou esta audiência pública. Mas, talvez tenha sido proposital, para forçar o enfrentamento. Quem duvida?

A BM agiu corretamente, separou os dois grupos e, enquanto os ruralistas se afastaram, a turba resolveu, novamente, enfrentar a polícia, que usou gás de pimenta e cassetetes. Nenhum ferido grave, ao contrário do que pretendia a turba. Não aprendem...

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Fedeu...

Hoje pela manhã, tinha uma audiência pública, em Pedro Osório, convocada pelo Incra para tratar dos assentamentos e acampamentos da região. Infelizmente, faltou ao Incra, um certo nível de sensibilidade necessário para que esta audiência pública fosse adiada para outra data mais adequada que uma imediatamente após a desocupação da Fazenda da Palma. Quem esperava algo diferente do confronto direto, estava redondamente enganado. O PoPa ainda não tem todas as versões para o ocorrido e buscou na imprensa mais informações. Algumas informações apenas no site do MST (óbvio) e na Agência Chasque, cuja url é mantida pela mesma organização que mantém a do MST. Mas, mesmo assim, em termos de fidelidade jornalística, é muito maior que a do MST, que tem mais algumas baboseiras (aquela história das armas na cabeça de crianças!). Bem, está lá no site da Agência Chasque:

Porto Alegre (RS) - Integrantes do Movimento sem Terra e ruralistas entraram em confronto na manhã desta quinta-feira em Pedro Osório. O enfrentamento aconteceu momentos antes da audiência pública que discutiria o conflito entre as famílias acampadas ao lado da Fazenda da Palma e a Brigada Militar. O embate resultou em 20 sem terras feridos.

Sem terras denunciam que a Brigada Militar agiu de modo truculento. A integrante do MST Neiva Santos conta que os sem-terra foram revistados antes de chegarem ao salão paroquial local, onde ocorreria a audiência. Na porta do salão, encontraram os fazendeiros. “Ao chegar no salão paroquial local, na porta, os fazendeiros estavam ali, em torno de 400, e começaram a gritar e dizer que os sem-terra não iriam entrar, que eles é que iam entrar. Aí começaram a jogar um gás que nós não sabemos o que é, mas que tonteia as pessoas. Daí começou o confronto e a Brigada Militar começou a bater, inclusive os fazendeiros também”, relembra.

Para Neiva, episódios como o desta quinta não podem intimidar as lutas do Movimento. “Agora é que nós temos que fazer a luta para que a sociedade brasileira conheça, de fato, quem é quem, e possa ser favorável àqueles que, de fato, precisam, que são os sem-terra, que precisam de terra pra sobreviver”, diz.

O procurador-federal Paráclito Brazeiro de Deus testemunhou o confronto e a ação da Brigada Militar. “Foi uma ação truculenta e com lado. Foi dirigida especialmente ao pessoal dos sem-terra. Parece que havia uma pré-determinação de bater nos companheiros do movimento social. Isso ficou bem claro”, avalia.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) condenou a violência. O superintendente regional substituto do Incra, José Rui Tagliapietra, que acompanhou o enfrentamento, avalia que houve falhas da Brigada Militar. “Na nossa avaliação, no momento do confronto ela (Brigada) não estava preparada para tranqüilizar a situação e o ambiente que houve. Tinha pouco efetivo da Brigada Militar no momento em que houve o confronto, sabendo que de um lado, estavam os sem-terra e de outro lado estavam os fazendeiros e outros interessados em participar da audiência”, afirma.

Na versão da Brigada Militar, a agressão contra os ruralistas partiu dos sem terra. O subcomandante Coronel Paulo Mendes afirma que a Brigada apenas cumpriu com sua obrigação. “Sempre que há essas questões envolvendo o MST pulveriza na imprensa questões relacionadas à truculência da Brigada, os quais, de antemão, nós refutamos como inverídicas. Na verdade, o que a Brigada fez foi cumprir seu papel de polícia, ou seja, intervir na contenção de delitos. E foi isso que aconteceu”, diz.

Aí está. O PoPa estava em Jaguarão, hoje e ouviu algumas versões sobre o fato. O PoPa não publica o que não pode confirmar com fontes seguras. Mas estará pesquisando de fontes mais próximas do evento e postando por aqui.

O PoPa volta com mais uma informaçãozinha, que saiu no Estadão: O sub-comandante geral da Brigada Militar, coronel Paulo Roberto Mendes, conta que os policiais tiveram que intervir para evitar um confronto iminente entre MST e ruralistas. Segundo ele, os sem-terra estavam armados com foices e facões. "A audiência pública não tem garantia de segurança porque envolve segmentos antagônicos, com conflito iminente, de modo que a Brigada Militar está cancelando este evento".

Bem, a BM fez o que o Incra deveria ter feito, cancelado o evento. Falta de cabeça ou cabeça preparada para criar confusão? Ali em Pedro Osório, não há conflito de terras, como em outras regiões do País. Há, sim, uma intenção de criar conflitos, por parte de um movimento que nada tem de social e só quer promover a desordem e não a reforma agrária. O que está por trás disso? Sabe-se lá...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

MST vs. Justiça

Pela terceira ou quarta vez (o PoPa já perdeu a conta), o MST invadiu a Fazenda da Palma. O PoPa já falou nas tentativas de plantar hortas nesta época, na área invadida. Novamente, a justiça mandou tirar os arruaceiros do local, o que foi cumprido por um contingente de 294 policiais militares. Mesmo assim, tentaram enfrentar a tropa de choque com paus, pedras e foices e Irma Ostroski, da coordenação estadual do MST avisou: "nós vamos voltar, porque não há outra alternativa para manter o sustento do acampamento...". Como assim? Aquela falsa horta iria garantir o sustento de uma turma que recebe - garantidamente, ao contrário de muitos pobres destepaís - comida do governo? E porque não plantam nada no assentamento ao lado?

O PoPa sugere que seja - como se faz com sindicatos grevistas que não cumprem ordens judiciais - estabelecida uma punição pecuniária se isto for efetivado. Uma multa diária, paga pelo MST ou suas cooperativas, que seria destinada para a Emater ou para o SENAR, com a finalidade exclusiva de treinamento de assentados. Assim, saberíamos que, pelo menos uma parte da grana PÚBLICA que se esvai neste movimento, teria uma finalidade clara, específica e justa.

Afinal, foram 294 policiais, desviados de sua função de garantir a seguraça dos cidadãos de bem, para atender uma ocorrência recorrente. Alguém tem que pagar por isso e não pode ser a sociedade.

Ainda sobre ralé e elite, esta é a ralé agrícola!

Voltei para acrescentar uma nota que está no site do MST (em preto a nota, em vermelho, os comentários do PoPa):

MST denuncia violação aos direitos humanos em Pedro Osório (RS) - 08/08/2007

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público denunciar a violação aos direitos humanos praticada pela Brigada Militar no acampamento de Pedro Osório, nesta terça-feira (07/08).

Por volta de 7:30 h os policiais invadiram o acampamento, localizado dentro de um assentamento do Movimento (estavam cumprindo um mandado judicial, o invasor era exatamente o pessoal do MST), e de forma truculenta foram revistando homens, mulheres e crianças, sem estabelecer nenhum tipo de negociação. O Diário Popular de hoje, mostra - com fotos - que houve enfrentamento dos acampados, ameaçando os policiais com pedras, paus e foices e nenhum policial com arma na mão. Também diz que "após rápida negociação, os sem-terra concordaram com a revista geral, desde que fosse realizada sob supervisão dos acampados".

Segundo relato de companheiros e companheiras acampadas, a Brigada Militar colocava o revólver na cabeça até de crianças colo para fazer a revista (essa é difícil de engolir! A imprensa estava lá e não perderia uma destas por nada no mundo!). O argumento da Brigada é que estavam cumprindo um mandado de busca e apreensão de armas. Entretanto, ao final de toda essa explícita violação aos direitos humanos, nenhuma arma foi encontrada (Queriam o quê? Eles estavam esperando a Polícia e podem ser qualquer coisa, menos burros!).

Não satisfeitos, os soldados destruíram as hortas que as famílias haviam plantado na fazenda em frente ao acampamento para complementar a alimentação das crianças. O PoPa já comentou sobre estas hortas e lamenta que estas crianças estivessem dependendo da capacidade de produção dessa turma.

Estranhamos que em meio à crise econômica no Estado não falte dinheiro à Secretaria de Segurança para mobilizar um grande efetivo de homens (mais de 250) para promover essa ação. É dinheiro público mais uma vez sendo usado para promover a violação aos direitos humanos, enquanto a população sofre com a falta de recursos para educação, saúde e de segurança pública, principalmente nos centros urbanos. É importante que o MST tenha consciência de que estas ações continuadas, apenas para fazer manchete, causam prejuízo ao erário estadual e à segurança das pessoas.

Estranhamos o fato de que funcionários dos fazendeiros da Fazenda Palma acompanhavam a Brigada Militar, conforme foi inclusive registrado pela imprensa. Como assim? Estavam nas terras deles e isto não saiu na imprensa local, não.

Desde fevereiro de 2007, cerca de 200 famílias estão acampadas em Pedro Osório reivindicando a desapropriação da Fazenda Palma, de nove mil hectares. Em função de várias ações truculentas da BM o clima de tensão é contínuo na região. Eles deveriam saber que, está na legislação, terras invadidas não podem ser vistoriadas para desapropriação nos próximos dois anos.

Na próxima quinta-feira, dia 09/09, haverá uma audiência pública no município de Pedro Osório, exatamente para discutir o conflito agrário no município. Estranhamos que ao invés de buscar soluções a BM se empenhe em alimentar o conflito. A BM não está aí para buscar soluções, eles simplesmente cumprem o que lhes é mandado pela justiça e não existe conflito na região, existe um grupo de desocupados que insiste em criar situações de conflito.

O MST reafirma seu compromisso de seguir lutando por reforma agrária e justiça social. OK! E seguem mentindo...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Elite vs. Ralé

Toda sociedade é composta de, pelo menos, três grupos: A elite, que é a melhor parte, a ralé, que é a pior parte e o resto. O PoPa se considera meio ali pelo resto, mas gostaria mesmo de fazer parte da elite, nunca da ralé.

E não é uma questão de grana, conhecimento, formação acadêmica. Ralé pode estar em qualquer ponto da pirâmide social. Aqueles que ficam jogando ovos de suas coberturas em Copacabana, são da ralé, assim como muitos que usam Armani, andam de helicóptero ou tem carros importados de alto valor. Nenhum lustro tira a ralé da ralé! E há muita elite na periferia.

Veja um pedacinho da história da vida de Roberto Carlos Ramos: Aos seis anos de idade, foi levado pela própria mãe para a Febem. Analfabeto até a adolescência, fugiu 132 vezes da instituição, onde sua ficha foi carimbada como “irrecuperável”. Lá viveu até os 13 anos quando foi adotado por uma francesa, a quem considera uma pessoa “extraordinária”. Com ela aprendeu a ler e escrever em francês e só depois em português. De volta ao Brasil formou-se em Pedagogia, estagiou na Febem e hoje adota 14 crianças (leram bem? ADOTA 14 crianças!).

Hoje, Roberto Carlos Ramos é pedagogo, Mestre em Educação pela Unicamp, Pós-Graduado em Literatura Infantil pela PUC-MG e membro da Associação Internacional de Contadores de Histórias e Valorização da Expressão Oral de Marselha/França; foi premiado, nos Estados Unidos como um dos dez melhores contadores de histórias da atualidade.

Roberto Carlos Ramos é da Elite Brasileira! A ralé não precisa ser mostrada. Todo mundo sabe quem é...

Imagem: Roberto Carlos Ramos, tirada do site "Diário OnLine de André Prado"

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Insensível?

No Bom Dia Brasil de hoje, o PoPa escutou o Alexandre Garcia dizer alguma coisa como: O ministro Nelson Jobim disse que é preciso se antecipar aos fatos. A velha fórmula de prevenir para não remediar.

Se ele realmente disse isso, é de uma insensibilidade à toda prova. Está se antecipando à quê, se já tivemos dois acidentes de grandes proporções, os maiores da história da aviação brasileira? Mas, realmente, o PoPa não acredita que ele tenha dito isso assim, textualmente. AG não é a fonte mais confiável da imprensa brasileira. De qualquer maneira, agora - pelo menos isso - estão largando grana para as pistas e não para lojas. Um bom começo, depois de muita tragédia.

E o Ente Supremo disse, no México, que vai transformar o Brasil em um imenso canteiro de obras. Bom para as empreiteiras que precisam de grana para financiar a próxima eleição. Não, o PoPa não é contra obras públicas, pelo contrário, esta é uma das formas de gerar emprego emergencialmente, o que estamos precisando muito. Mas, com os estados com chapéu na mão, quebrados, não deixa de ser estranho estar sobrando tanto dinheiro no governo federal, não é mesmo? E porque fizeram este caixa tão gordo esperando tanto para fazer as necessárias obras de infra-estrutura? Porque não gerir o dinheiro público à medida que ele vai sendo gerado? Porque concentrar obras em um determinado período? Porque fazer um programa como o PAC, que promete o que deveria estar sendo feito SEMPRE?

Enfim, parece que o Ente Supremo está certo nas suas atitudes, pois as pesquisas comprovam isto. Alguém aí ainda acredita nos movimentos da classe média? Alguém aí sabe exatamente o que quer dizer "elite"? Vamos ao dicionário, o popular "mata-burro":
do Fr. élite, s. m.

s. f.,
o que há de melhor numa sociedade ou num grupo;

o escol;

a flor.
Então, não tenha vergonha de ser da elite!

sábado, 4 de agosto de 2007

Mexa-se, companheirada!

Leram o post anterior?

O PT nacional emitiu uma resolução política com estes termos:

10. A solução para a crise aérea passa por medidas há muito apontadas, principalmente três: investimento público em infra-estrutura, fiscalização efetiva sobre as empresas aéreas, desmilitarização do controle do tráfego.

11. O governo tem condições de implementar estas medidas, tanto agora como antes, sem ter ilusão de que se possa resolver em curto prazo problemas estruturais e institucionais, entre eles o fracassado modelo tucano de agências regulatórias.

O fracassado modelo "Tucano" não obrigava a colocar incompetentes nos cargos das agências regulatórias... e há o reconhecimento explícito de que poderiam ter feito as tais medidas antes, mesmo que não se possa resolver em curto prazo, já se vão mais de cinco anos de mandato!

Mas o melhor da resolução política é essa:

19. O PT fará um esforço para que estas organizações construam e implementem uma plataforma mínima de atuação frente aos ataques da oposição de direita, combinada com medidas que devem ser propostas ao governo. O partido apóia e soma-se à iniciativa da CUT de realizar em 15 de agosto um Dia Nacional de Mobilização na defesa dos direitos e conquistas dos trabalhadores.

Ou seja, os "gatos pingados" de uma comunidade do Orkut colocaram a executiva nacional em pé-de-guerra! O que virá depois? Esta, ao contrário da que ocorreu hoje, vai ser uma manifestação política, com detentores de cargos, carro de som da CUT e, provavelmente, em horário de expediente e não em um sábado...

Morte anunciada do transporte aéreo

Texto escrito durante o Governo FHC:

A crise da aviação brasileira, que vem se arrastando há muitos anos, atinge um estágio terminal, sem que se vislumbre uma solução no horizonte. A recente paralisação dos vôos da Transbrasil é um mau presságio. Antes de chegarmos a uma situação irreversível para o setor como um todo, convém refletir se vale a pena deixar as empresas brasileiras de aviação entregues à própria sorte ou se é interessante para o país ter uma aviação nacional competitiva.

O transporte aéreo é reconhecidamente um setor estratégico, principalmente para um país grande como o Brasil. Trata-se de um importante elo de integração nacional. E um vetor de desenvolvimento de certas regiões através do turismo e do transporte de carga. A aviação comercial é também uma grande geradora de empregos e pagadora de impostos. Por todos esses motivos outros países cuidam de preservar suas empresas de aviação. Recentemente, o governo republicano do sr. Bush pediu ao Congresso americano a liberação de US$ 15 bilhões para socorrer as empresas de aviação americanas atingidas direta ou indiretamente pelos atentados do dia 11 de setembro de 2001.

Aqui, no Brasil, há vários aviões de companhias brasileiras mantidos em terra ou sendo devolvidos por falta de condições de vôo para as companhias. Na verdade, a aviação brasileira sofre uma crise de longa data que apenas foi agravada pelo encolhimento do mercado mundial e pela valorização do dólar. Múltiplos foram os fatores que tornaram difícil a sobrevivência das companhias brasileiras. Inclusive um grande rol de mazelas, má gestão e extravagâncias de alguns dos magnatas desse outrora rico setor.

Entretanto, é preciso avaliar a parcela de responsabilidade do setor público e, mais especificamente, da política macroeconômica no enfraquecimento dessas companhias. Os altos juros praticados pelo governo brasileiro desde o início da década, juntamente com uma carga fiscal elevada, incidindo sobre as atividades produtivas, afetaram negativamente esse e outros setores da economia brasileira.

São condições adversas que se mantêm todo esse tempo e se agravam, no caso específico das empresas de aviação, quando há menos passageiros viajando e a subida do dólar encarece despesas que essas empresas possuem em dólares. Nesse sentido, vale sim uma intervenção das autoridades competentes, não para presentear as empresas com o suado dinheiro dos contribuintes, mas para dar as condições macroeconômicas de sobrevivência e de competitividade, antes que elas sejam engolidas pelas grandes companhias estrangeiras.

Outros países caminharam nessa direção. No inicio dos anos 90, em razão da Guerra do Golfo, a aviação civil dos Estados Unidos havia perdido US$ 10 bilhões. As dívidas acumuladas eram de mais de US$ 35 bilhões, impedindo a realização dos investimentos necessários para enfrentar a concorrência internacional. Por solicitação do presidente Clinton e do Congresso americano, foi criada em abril de 1993 a Comissão Nacional para Assegurar uma Indústria Forte e Competitiva. Após ouvir representantes dos mais diversos segmentos da sociedade, inclusive os trabalhadores, essa Comissão recomendou o fortalecimento tecnológico do sistema de transporte aéreo dos Estados Unidos, assim como suporte financeiro para ele responder rapidamente às mudanças no cenário mundial e dotá-lo de eficiência para movimentar pessoas, produtos e serviços para mercados onde quer que eles existam. Os europeus não deixaram por menos. Ainda na década de 90, França, Itália, Espanha e Portugal promoveram juntos aportes de capital superior a US$ 7 bilhões em suas empresas aéreas.

No Brasil, apesar da reestruturação promovida pelas empresas de transporte aéreo durante a década de 90 - envolvendo mais de 15 mil demissões, terceirizações e outras medidas "saneadoras", os resultados acabaram sendo um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão e a tendência é de o setor continuar afundando. Isso sem considerar que houve ampla evolução favorável da produtividade do trabalho, com a receita por funcionário tendo crescido 225% em termos reais, igualando-se aos padrões internacionais.

O que é preciso para que o nosso país tenha um transporte aéreo eficiente e barato? E para que as empresas voltem a contratar e operar com lucro? Para que voltem a ocupar o terreno cedido para as empresas estrangeiras que até hoje dominam cerca de 35% do mercado de linhas externas? Perdemos mercado em razão das imensas vantagens comparativas de escala e de custos, favoráveis às empresas norte-americanas de aviação. Para elas, o mercado brasileiro representa menos de 2% do seu mercado internacional, enquanto para nossas empresas o mercado para os EUA equivale a quase 50%. E mais: enquanto as quatro empresas norte-americanas que operam para o Brasil possuem juntas quase 2.300 aeronaves, as duas brasileiras (TAM e Varig) possuem 170. Quanto à estrutura de custos, as vantagens para as americanas não são menores. Para elas, o e combustível é mais barato: a incidência de impostos sobre o querosene é de 8% contra 33% para as brasileiras; o financiamento de capital de giro custa cerca de 40% para nós contra menos de 3% para as americanas (4% na Europa). A carga tributária chega a 35% sobre as passagens contra 7,5% nos EUA (16% na Europa). As vantagens prosseguem quanto às condições para aquisição de aeronaves (leasings), seguros e outras operações.

Portanto, para o setor sair da crise seriam necessárias medidas governamentais voltadas para assegurar a isonomia tributária e de financiamento às empresas brasileiras, compatíveis com a realidade internacional.

Ou seja, as condições de concorrência teriam de ser equalizadas. Seria urgente a revisão dos acordos bilaterais vigentes. Não parece ser essa a diretriz governamental. No inicio de 2001, o Executivo encaminhou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que somente piorava as condições do setor.

A comissão responsável pela analise do projeto, após mais de seis meses de trabalho continuo envolvendo o depoimento de autoridades governamentais, empresários, trabalhadores e especialistas nacionais e estrangeiros, resolveu modificar profundamente o projeto, adequando-o aos padrões internacionais vigentes. E o que fez o governo FHC? No dia da votação, de forma autoritária, simplesmente retirou o projeto, encerrando a discussão.

Enquanto isso, empresas aéreas nacionais estão falindo, milhares de trabalhadores continuam perdendo seus empregos, divisas estrangeiras deixam de entrar no Brasil e o nosso país perde cada vez mais capacidade competitiva. Até quanto, senhor presidente?

Luis Inácio Lula da Silva, presidente de honra do PT



Na Folha de São Paulo:

Quatro dos cinco diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) fizeram, de julho de 2006 a julho de 2007, 246 viagens pelo país bancadas pelas companhias aéreas que fiscalizam, aproveitando-se do chamado passe livre. A média é de uma viagem a cada um dia e meio ou 20,5 por mês.

Leur Lomanto foi o que mais usou do benefício: 78 viagens, 51 apenas em setembro e outubro de 2006. A maioria para Salvador, sua terra natal.

O presidente da agência, Milton Zuanazzi, usou 58 vezes o passe livre no ano passado. Neste ano, não há registro de que ele tenha viajado de graça. Joseph Barat viajou 63 vezes no último ano a cargo das companhias e Denise Abreu, 47.

Documentos enviados pela Anac à CPI do Apagão Aéreo da Câmara, obtidos pela Folha, indicam que Lomanto fez todas as viagens pela TAM. Nas vezes em que as justificou, informou que era para inspecionar o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da Anac no aeroporto de Salvador. O regimento interno da agência, porém, não atribui à diretoria o papel de inspecionar nenhuma área da aviação civil.

Geralmente, ele saiu de Brasília, sede da Anac, ou do Rio, onde a agência tem escritório, direto para Salvador, onde mora. A justificativa é a mesma dos demais diretores.

De julho a dezembro de 2006, o presidente da Anac viajou 58 vezes --43 em agosto. Na maioria, o destino foi Porto Alegre, onde mora. Além de inspeções, alegou reuniões de diretoria. Viajou normalmente pela TAM. Barat também viajou pela empresa na maioria das vezes. Em agosto foram 37 viagens para Rio, SP e Brasília.

Denise Abreu também usou passagens grátis para desembarcar nos mesmos destinos de Barat. Argumentou como os demais: reuniões e inspeção.

PoPa: Estranha maneira de fiscalizar. E o salário deve ser baixo, pois precisam de um vale transporte...

Imagem: Denise Abreu, fumando um charutinho (coisa dazelites), clicada por Dida Sampaio, da Agência Estado.

Que vanha o Pravda ou o Granma!

Na Zero Hora de hoje:

A crise aérea e as vaias ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram com que o PT elegesse mais uma vez a imprensa como responsável pelo desgaste do governo. Desde o escândalo do mensalão, em 2005, o partido não adotava um discurso tão duro contra os órgãos de comunicação.

Uma resolução aprovada pela executiva nacional do PT, na terça-feira, conclama militantes da sigla a resistir ao que qualifica de "ofensiva da direita, articulada com setores da mídia". A decisão provocou reações de entidades nacionais e internacionais de profissionais e veículos de imprensa.

Esta resolução foi duramente criticada pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF):
No comunicado, assinado pelo secretário-geral, Robert Ménard, a entidade classifica o documento petista como "inoportuno e infundado". Ménard sustenta que a mídia não poderia se omitir diante de fatos relacionados com a tragédia em Congonhas e as vaias ao presidente na abertura do Pan, em 13 de julho. "A resolução do PT é um mau sinal, indigno de um partido democrático. Ela não faz nada além de alimentar os rancores. Ela deve ser suprimida", sugere o documento da RSF.

O jornal O Globo publicou artigo de autoria do secretário nacional de Finanças do PT, Paulo Ferreira, no qual ele critica a postura da imprensa nos dois episódios. Ontem, no programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Ferreira disse que o PT vem amadurecendo a idéia dessa resolução há alguns anos.

O PoPa ficou estarrecido com a declaração do Paulo Ferreira. Se estão amadurecendo a idéia desta resolução há alguns anos, quer dizer que pensam em malhar a imprensa seriamente há uns três anos, pelo menos, ou logo após terem assumido o governo no primeiro mandato. EPA!

Seguindo a Zero Hora: A deputada federal Maria do Rosário, 2ª-vice-presidente nacional do PT, endossou o conteúdo da resolução. Ela disse que a sigla propõe um debate sobre a comunicação e reclamou que o tema é visto como um dogma:

- A imprensa exerce poder e deve também estar sujeita à análise.

Maria do Rosário acrescentou que a executiva nacional do PT identifica a existência de um movimento elitista na mídia e que setores da imprensa prejudicam o partido.

O PoPa continua sem saber o que quer este partido. Vejam a do Rosário falando que setores prejudicam o partido. Queria o quê? Unanimidade? Aplauso fácil? Esquecem que setores da imprensa tiraram Collor do governo (e eles gostaram e aplaudiram), que setores da imprensa colocaram Lula no Planalto? E o que quer dizer "também sujeita à análise"? Quem sabe imprensa para ela seria o Pravda ou o Granma?

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Boicote? Não, mas deveria...

Deu no Estadão:

Venda de passagens da TAM caiu 30% depois do acidente

Presidente da companhia não soube definir a causa da retração nas vendas, mas citou três possibilidades: a crise aérea, o fim da alta temporada, e as medidas do governo para os aeroportos.

Bem, modestamente, o Pobre Pampa coloca uma quarta opção, talvez a primeira da lista: Medo de voar com a TAM... Medo de voar com os Airbus da TAM...

Na CPI, o presidente disse mais algumas coisas interessantes:

O deputado Pepe Vargas (PT) questionou Bologna (presidente da TAM) sobre problemas de frenagem registrados no dia anterior ao acidente e registrados em relatório de piloto.

"O avião poderia operar com até os dois reversos pinados. Ele estava absolutamente dentro das condições", afirmou Bologna.

O presidente da TAM também foi questionado sobre a manutenção feita na aeronave em Campo Grande e se "O conjunto de sinais não levariam a ter uma conduta preventiva de retirar a aeronave de circulação até uma manutenção mais pesada?"

"A aeronave fez manutenção longa no final de 2006. A outra seria depois. O sensor de trem de pouso (que acusou necessidade de reparo), foi sanado no local. Isso está dentro da política. Isso ocorre em vários aviões que estão voando", defendeu-se Bologna.

E você, vai atrever-se a voar TAM?

MST, INCRA, UFPel

Uma das justificativas para a criação de um curso de veterinária específico para o MST, é de que não se conseguem profissionais da área para trabalhar nos assentamentos. Segundo o Incra, agrônomos e técnicos agrícolas não faltam.

Hoje pela manhã, o PP leu no jornal local, que o MST novamente invadiu a fazenda da Palma, em Pedro Osório para fazer uma horta. Que agrônomos estão orientando estes "agricultores"? Que tipo de horta estão querendo fazer em pleno inverno, em uma área descampada? Pobre gente, que pretende sobreviver do trabalho no campo... pretendem?

O Pobre Pampa já comentou o assunto da "classe especial" da UFPel: O Orgulho de Fazer a Coisa Certa e Cotas & Cotas.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Trapalhadas

Alguns aloprados ligados ao governo, resolveram fazer um ato que alimentasse a idéia de que as oposições e a mídia quisessem um enfrentamento mais duro. E mandaram alguns subordinados fazerem o trabalho sujo.

Contudo, algo parece ter dado errado, pois o som ouvido, que não foi de vaias nem de aplausos, espalhou o medo entre a população. Teorias conspiratórias foram imediatamente endossadas pelo governo, que até trocou alguns personagens para dar a impressão que estaria interessado na verdade. Não adiantou muito, pois a mídia, essa entidade golpista, começou a desconfiar e a fazer suas próprias investigações, mesmo que contrárias ao desejo do governo. A primeira reportagem da revista Veja sobre o assunto já instigava seus leitores a aprofundarem mais o conhecimento do evento. Nada batia com a versão oficial, mas o governo se esforçava muito para que a verdade ficasse confinada ao palácio.

Deputados ligados à base governista, imediatamente partiram para a defesa do governo, enquanto a oposição, timidamente, tentava saber o que realmente acontecia. Timidamente, pois com alguns governos há que ter cuidado, pois são vingativos e as conseqüências poderiam ser desastrosas para uma carreira política. Afinal, estamos falando de um governo ufanista, nacionalista ao extremo, que não mediria esforços para conter qualquer tentativa de reversão de um quadro, por muitos tido como centralizador e autoritário.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Prosa & Política - Mulheres, tomem o poder!!!!

Circula na internet, um texto de Adriana Vandoni (link ali do lado: Prosa & Política). Mas, como o texto tem uma alteração meio xula, achei interessante colocá-lo por aqui, na maneira como foi escrito.

Presidente, vá se danar!

Não sei se é desespero ou ignorância. Pode ser pelo convívio com as más companhias, mas eu, com todo o respeito que a "Instituição" Presidente da República merece, digo ao senhor Luis Inácio que vá se danar. Quem é ele para dizer, pela segunda vez, que tem mais moral e ética "que qualquer um aqui neste país"? Tomou algumas doses a mais do que o habitual, presidente?

Esta semana eu conheci Seu Genésio, funcionário de um órgão público que tem infinitamente mais moral que o senhor, Luis Inácio.

Assim como o senhor, Seu Genésio é de origem humilde, só estudou o primeiro grau e sua esposa foi babá. Uma biografia muito parecida com a sua, com uma diferença, a integridade. Ao terminar um trabalho que lhe encomendei, perguntei a ele quanto eu o devia. Ele olhou nos meus olhos e disse:

- Olha doutora, esse é o meu trabalho. Eu ganho para fazer isso. Se eu cobrar alguma coisa da senhora eu vou estar subornando. Vou sentir como se estivesse recebendo o mensalão.

Está vendo senhor presidente, isso é integridade, moral, ética, princípios coesos. Não admito que o senhor desmereça o povo humilde e trabalhador com seu discurso ébrio.

Seu Genésio, com a mesma dificuldade da maioria do povo brasileiro, criou seus filhos. E aposto que ele acharia estranho se um dos quatro passassem a ostentar um patrimônio exorbitante, porque apesar tê-los feito estudar, ele tem consciência das dificuldades de se vencer. No entanto, Lula, seu filho recebeu mais de US$ 2.000.000,00 (dois milhões de dólares) de uma empresa de telefonia, a Telemar. E isso, apenas por ser seu filho, presidente! Apenas por isso e o senhor achou normal. Não é corrupção passiva? Isso é corrupção Luis Inácio! Não é ético nem moral! É imoral!

E o senhor acha isso normal? Presidente, sempre procurei criar os meus filhos dentro dos mesmos princípios éticos e morais com que fui criada. Sempre procurei passar para eles o sentido de cidadania e de respeito aos outros. Não posso admitir que o senhor, que deveria ser o exemplo de tudo isso por ser o representante máximo do Brasil, venha deturpar a educação que dou a eles. Como posso olhar nos olhos dos meus filhos e garantir que o trabalho compensa, que a vida íntegra é o caminho certo, cobrar o respeito às instituições, quando o Presidente da República está se embriagando da corrupção do seu governo e acha isso normal, ético e moral?

Desafio o senhor a provar que tem mais moral e ética que eu!

Quem sabe "vossa excelência" tenha perdido a noção do que seja ética e moralidade ao conviver com indivíduos inescrupulosos, como o gangster José Dirceu (seu ex-capitão), e outros companheiros de partido, não menos gangsteres, como Delúbio, Sílvio Pereira, Genoíno, entre outros.

Lula, eu acredito que o senhor não saiba nem o que seja honestidade, uma prova disso foi o episódio da carteira achada no aeroporto de Brasília. Alguém se lembra? Era início de 2004, Waldomiro Diniz estava em todas as manchetes de jornal quando Francisco Basílio Cavalcante, um faxineiro do aeroporto de Brasília, encontrou uma carteira contendo US$ 10 mil e devolveu ao dono, um turista suíço. Basílio foi recebido por esse senhor aí, que se tornou presidente da república. Na ocasião, Lula disse em rede nacional, que se alguém achasse uma carteira com dinheiro e ficasse com ela, não seria ato de desonestidade, afinal de contas, o dinheiro não tinha dono. Essa é a máxima de Lula: achado não é roubado.

O turista suíço quis recompensar o Seu Basílio lhe pagando uma dívida de energia elétrica de míseros 28 reais, mas as regras da Infraero, onde ele trabalha, não permitem que funcionários recebam presentes. E olha que a recompensa não chegava nem perto do valor da Land Rover que seu amigo ganhou de um outro "amigo".

Basílio e Genésio são a cara do povo brasileiro. A cara que Lula tentou forjar que era possuidor, mas não é. Na verdade Lula tinha essa máscara, mas ela caiu. Não podemos suportar ver essa farsa de homem tripudiar em cima na pureza do nosso povo. Lula não é a cara do brasileiro honesto, trabalhador e sofrido que representa a maioria. Um homem que para levar vantagem aceita se aliar a qualquer um e é benevolente com os que cometem crimes para benefício dele ou de seu grupo e ainda acha tudo normal! Tenha paciência! "Fernandinho beira-mar", guardando as devidas proporções, também acha seus crimes normais.

Desculpe-me, 'presidente', mas suas lágrimas apenas maculam a honestidade e integridade do povo brasileiro, um povo sofrido que vem sendo enganado, espoliado, achacado e roubado há anos. E é por esse povo que eu me permito dizer: Presidente, vá se danar!

Imagem: Adriana, uma mulher que pode ajudar a mudar estepaís, com a cara e a coragem da mulher brasileira!

Enquanto isso, em Cuiabá...

“Na época da eleição, 10 pobres valem mais que um jantar com um banqueiro. Mas, depois das eleições, meio banqueiro vale mais que 10 mil pobres.”

“Os que estão vaiando são os que mais deveriam estar aplaudindo. Foram os que ganharam muito dinheiro no meu governo. É só ver quanto ganharam os banqueiros, os empresários. Não conheço um deles que tem uma biografia que lhe permita sequer falar em democracia nesse país. E eu conheço muitos deles.”

Do blog de Reinaldo Azevedo

ninguémsabenessepaís colocar mais gente na rua do que eu

Do site "ultimo segundo":

"Se quiserem brincar com a democracia, ninguém sabe nesse País colocar mais gente na rua do que eu", declarou o presidente em auditório fechado do Centro de Eventos do Pantanal, onde anunciou para mil convidados - rigorosamente selecionados e que muito o aplaudiram -, a liberação de R$ 521,5 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras de saneamento básico no Mato Grosso.

O presidente acredita ter identificado quem o hostiliza. "Os que estão vaiando são os que mais deveriam estar aplaudindo. Foram os que ganharam muito dinheiro nesse País no meu governo. É só ver quanto ganharam os banqueiros os empresários."

Então, tá! Talvez não sejam estes que estejam vaiando... o PP não é banqueiro nem empresário e, se tivesse chance, estaria vaiando!

O orgulho de fazer a "coisa certa"

O PP andou pesquisando, para saber o que a UFPel estava dizendo sobre sua decisão de criar um curso especial para os assentados do MST. Pois não parecem muito orgulhosos do feito, já que apenas uma pequena nota apareceu no site, nas notícias - já desapareceu da primeira página:

20/07/07 Conselho Universitário aprova Veterinária para assentados e agricultores familiares - O Conselho Universitário da UFPel, órgão deliberativo máximo da instituição, aprovou nesta sexta-feira(20) a instalação do curso de graduação em Medicina Veterinária para assentados da reforma agrária e agricultores familiares. O curso será vinculado ao Centro de Capacitação e Desenvolvimento Rural Sustentável da UFPel e será realizado em convênio com o Incra e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário(MDA). Foram 36 votos a favor, 20 contra e nenhuma abstenção.

Chamou a atenção do PP, o fato de falarem em "agricultures familiares". Mas, procurando mais informações sobre o assunto no site do Incra, a verdade. No Manual de Operações do PRONERA (Projeto de formação profissional em nível superior para jovens e adultos em áreas de reforma agrária) explicitamente diz que são somente os oriundos dos assentamentos, devidamente autorizados pelo próprio movimento, como o amém do Incra, que poderão participar do curso.


Do site do INCRA:

O Conselho Universitário da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) aprovou, na última sexta-feira (20), a instalação do curso de graduação em Medicina Veterinária para assentados da reforma agrária e agricultores familiares. Ele será realizado em convênio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e destinado aos filhos de assentados, aos agricultores familiares e seus dependentes. (PP: novamente citam agricultores familiares, mas o "Manual do PRONERA" explicita que somente os oriundos dos assentamentos podem participar. A quem eles querem enganar?)

A criação desse curso visa suprir a necessidade de mão-de-obra de médicos veterinários para trabalhar dentro dos assentamentos da reforma agrária, afirma o superintendente do Incra no Rio Grande do Sul, Mozar Artur Dietrich. “Nós não estamos conseguindo fazer a contratação de médicos veterinários para trabalhar dentro dos assentamentos da reforma agrária no Brasil inteiro. Conseguimos a contratação de engenheiros agrônomos e de técnicos agrícolas, mas há uma grande carência de médicos veterinários que queiram trabalhar dentro dos assentamentos. Em função disso, é que está sendo aberto esse curso”, explica Dietrich.

Convênios para infra-estrutura e educação

Para viabilizar a execução do curso foram celebrados dois convênios entre o Incra/MDA e a UFPel. O primeiro deles, assinado no ano passado, foi firmado para a criação do Centro de Capacitação e Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), que será construído dentro do Campus Universitário.

Esse convênio assegura à Universidade um recurso de R$ 3,5 milhões que será aplicado em obras de infra-estrutura. Segundo o superintendente do Incra/RS, o atual prédio é bastante precário e afastado do campus (PP: serve para os demais estudantes, mas é precário para o MST). “Com a construção do novo prédio para o curso de Medicina Veterinária a faculdade como um todo será beneficiada”, afirma.

O recurso disponibilizado também será utilizado na compra de equipamentos clínico-cirúrgicos novos, na construção de uma área de lazer, de uma creche para estudantes que tenham filhos e na construção de um alojamento novo (PP: não há alojamento antigo no campus) com capacidade para 100 pessoas. Esse espaço será reservado para que os assentados possam se instalar dentro do campus durante a graduação.

O segundo convênio foi firmado com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) - desenvolvido pelo Incra - e destina R$ 150 mil para financiar o curso. O recurso será utilizado para custear a realização do vestibular (PP: pra quê?), a contratação de professores e a aquisição de material de expediente.

Seleção dos candidatos

A proposta prevê a oferta de 60 vagas para assentados credenciados pelo Incra. A previsão é que as provas sejam realizadas até setembro, em Pelotas (RS). Qualquer assentado ou filho de assentado inscrito no Incra pode se candidatar às vagas desde que tenha sido indicado pelo assentamento onde mora e obtenha, do superintendente regional do Instituto, uma carta de anuência para poder se inscrever.

O vestibular para seleção dos candidatos terá conteúdo idêntico aos demais concursos da Universidade. Haverá uma primeira prova para pré-selecionar 80 candidatos, que farão um estágio de vivência de um mês no Campus Universitário. Depois, serão submetidos a um novo exame e, a partir daí, serão identificados os 60 primeiros alunos que farão o curso.

Parece que o MEC não tem nada a dizer sobre este projeto...