sábado, 18 de agosto de 2007

Não foi por falta de aviso!

Coluna de Arnaldo Jabor (clique aqui, para ler o original), de ontem, na Globo:

É um caso para demissão imediata e prisão, com algemas e camburão.

Em janeiro, uma desembargadora séria, doutora Cecília Marcondes, proibiu pousos de alguns tipos de aviões em pista molhada, em Congonhas. Ela pensava na segurança da população.

Então, a Anac mandou-lhe um documento dizendo que obrigaria as companhias a usar os reversores no máximo; assim, a desembargadora acreditou e liberou a pista. Quem se beneficiou foram as empresas com pousos de grandes aviões em Congonhas. Esta foi a primeira mentira da Anac.

Depois, na CPI , para mostrar que a companhia não tinha desobedecido a recomendação dos reversores, afirmaram que o documento não tinha valor, não tinha sido regulamentado. Esta foi a segunda mentira: porque esse mesmo documento, sem valor, fora mandado em janeiro à juiza Cecília Marcondes.

"Ah, foi por engano... estava ali na Internet dando sopa e uma procuradora da Anac mandou assim, meio sem querer para a juíza". Terceira mentira.

Tudo se soma para insinuar que a companhia não teve culpa alguma, porque não houve a recomendação dos reversores ligados. Assim, a culpa seria de quem? Dos pilotos, talvez?

No meio dessa mistura de falsidades com uma suspeitosa incompetência, 200 pessoas sofreram uma morte horrenda. São fatos gravíssimos. É um caso para demissão imediata e prisão, com algemas e camburão.

Vamos ver o que fará o Planalto.

O PoPa acredita que o Planalto nada fará, pois não sabia de nada. Mas este pode ser o motivo para o tal inquérito administrativo que pode tirar esta cambada de lá, já que a estabilidade não pode ser sustentada se provada a incapacidade administrativa.

O assunto foi motivo de notícia no Correio Brasiliense e está na clipagem da FAB, do dia 24 de fevereiro. Entre outras coisas, diz: Depois de entregar toda a documentação solicitada à Justiça, a executiva da Anac se reuniu com a desembargadora. De acordo com ela, o encontro durou duas horas. Denise Abreu esclareceu que a decisão não trata da questão do fechamento da pista de Congonhas em dias de chuvas, um procedimento que continua mantido.

No site da Procuradoria Geral dos Direitos do Cidadão, a clipagem de 17 de fevereiro, mostra matéria do Globo, que diz o seguinte:

O Ministério Público Federal pede a interdição completa de Congonhas até a reforma de sua pista principal e diz que a providência adotada por Anac e Infraero, de interromper as operações em dias de chuva intensa, não seria suficiente para evitar novos acidentes.

— A situação da pista principal de Congonhas é da maior gravidade. A Anac e a Infraero dizem ter condições de evitar acidentes, fechando a pista em dias de chuva.

Não é o que se tem visto. Mesmo quando chove fraco, forma-se uma lâmina d"água o que, associado ao estado da pista que não dispõe de dispositivos de drenagem substanciosos, acaba acarretando deslizamentos — afirmou o procurador-regional.

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