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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Florestas e Pedro Osório

Amanhã, vamos ter uma audiência pública da Comissão Especial [da Assembléia Legislativa do RS] para Acompanhar os Projetos de Reflorestamento do RS. A reunião será as 16:00, no Parque do Sindicato Rural de Pedro Osório.

PAUTA:
Discutir sobre a situação atual das plantações, licenciamentos ambientais, atividades econômicas do setor florestal, número de empregos gerados e principais reivindicações do setor na Região.

O PoPa vai estar lá. Será que o MST também vai dar as caras?

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Crimes anunciados

Crime 1: Papagaio no semi-aberto - quanto tempo até ele escapar de lá? Quanto tempo até ele começar a "treinar" os novos companheiros?

Crime 2: A marcha dos sem-terra, anunciando uma invasão na Fazenda Coqueiros. Hoje, na ZH, uma notícia sobre a tal marcha, onde aparece a declaração de Irma Ostroski sobre agressões sofridas pelos sem-terra. Irma? Este nome não é estranho... sim! Ela participou do bloqueio na entrada da VCP, semana passada. Também participou da destruição das plantações de eucalipto em assentamentos. Foi das que mais agitaram em Pedro Osório, naquele episódio lamentável promovido pelo INCRA. Esteve na destruição do laboratório da Aracruz, em 2006, destruindo pesquisas. Em entrevistas, passa por coordenadora estadual do MST (uma entidade sem identidade, logo, sem coordenação legal) e da via campesina. Ocupada, a senhora, não? A Prefeitura de Bagé (PT), incentivou a marcha (e o futuro crime) com a cedência de um clube para acampamento.

Estas entidades não querem saber de propriedades produtivas. Ora, se tiverem apenas pecuária de corte, não conseguem os índices de produtividade exigidos pelo INCRA. Se plantam eucalíptos, ficam produtivas e fora do alcance das hordas invasoras, logo, são contra eucaliptos...

Dia destes, o PoPa, zapeando pelos canais da NET (sim, o PoPa faz parte desta elite malvada que tem tv a cabo), parou no canal da câmara de vereadores de Pelotas. Chamou a atenção alguém falando com um boné vermelho. Esta pessoa, com um português tão falho que só poderia ser proposital ( o PoPa conhece centenas de produtores rurais e nenhum fala tão mal), dizia das vantagens dos assentamentos na região: como são sete mil famílias, a região "beneficiou-se" com a venda de sete mil fogões, sete mil colchões, panelas, roupas, material de construção, da quantidade de recursos do governo federal que chegaram à região para amparar os assentados. Não falou em produção de alimentos. Precisava?

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Pedro Osório, novamente

Voltando ao assunto, o PoPa leu, em um jornal semanal de Arroio Grande (Correio do Sul de 16/08/2007), mais algumas informações sobre o evento de Pedro Osório. Na síntese, não apresenta novidades, mas ao final, tem uma fala atribuída ao Ouvidor Agrário do MDA e aí está a parte interessante: "o ouvidor do MDA encaminhará um relatório à Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, buscando responsabilizar os autores do tumulto". O PoPa gostaria de ler este relatório, mas, como este ouvidor tem apenas uma orelha, ao contrário do Ser Supremo, já prevê o que estará escrito nele. Vamos esperar as reações...

domingo, 12 de agosto de 2007

O Mediador

Mediador, do Latim mediatore

adjetivo e substantivo masculino
  • que ou aquele que intervém como medianeiro;
  • árbitro;
  • medianeiro.
Mediar, do Latim Mediare

verbo transitivo
  • dividir ao meio
  • intervir a cerca de
O governo brasileiro tem um ouvidor agrário nacional na mediação dos conflitos agrários no país, que é o desembargador Gercino José da Silva. Isto seria muito bem vindo, se este mediador fosse alguém absolutamente isento ou que, pelo menos publicamente, fosse um verdadeiro mediador. Mas ele vai um pouco mais além, pois considera que a ocupação de áreas griladas ou improdutivas é bem-vinda. Sutil, muda o verbo de invasão para ocupação.

Uma entrevista do ouvidor agrário nacional na Agência Carta Maior, inicia com a identificação do cargo: Com a missão de garantir os direitos humanos e sociais do homem do campo, nos últimos anos a Ouvidoria vem buscando mecanismos de estabelecer algumas premissas frente às ações de luta pela terra dos movimentos sociais do campo...

A entrevista mostra bem a quem serve a ouvidoria: No que se refere às ações para melhorar a reforma agrária, o Governo Federal, através da Ouvidoria Agrária Nacional, tem notificado os movimentos sociais de que nós apoiamos integralmente as mobilizações, desde que sejam dentro da legalidade. Essa legalidade, no nosso ponto de vista, segue a premissa de que as propriedades rurais produtivas, legitimamente destacadas do patrimônio público para o particular, e que estejam cumprindo a função social, não podem ser objeto de ocupação, haja visto (sic) que a Constituição Federal nega sua desapropriação para fins de reforma agrária. Ele parece estar sendo coerente com a lei, para, em seguida, lançar o verbo: Com referencia às áreas improdutivas e griladas, nós entendemos que as ocupações destes imóveis são legítimas, desde que no processo de ocupação não aconteçam crimes como destruição de patrimônio, matança de gado, colocação de pessoas na condição de refém e outros crimes que estão na categoria de crimes comuns e nada têm a ver com a reforma agrária. É bem-vinda a atuação dos movimentos sociais dentro do processo da legalidade. O processo de Reforma Agrária seria mais lento sem a sua atuação. Esta é a posição da Ouvidoria Agrária, na qualidade de representante do governo federal.

Bem, caro ouvidor, no Rio Grande do Sul não existem áreas griladas e como as invasões, via de regra, antecipam as vistorias do Incra, como será que os movimentos sociais escolhem estas áreas? Com uma pequena ajuda do Incra, talvez? Além disso, em TODAS as invasões, ocorrem agressões ao patrimônio, quebras de cercas, corte de matos, abate de animais e ameaças aos funcionários destas propriedades. Isto, conforme diz o ouvidor, é crime! Mas ele segue na sua fala: O desempate entre o que os fazendeiros falam e o que os movimentos sociais entendem é feito pelo Incra, que tem legitimidade pra dizer se a área é produtiva ou não. Um mediador muito isento, como podemos notar.

Sobre a justiça: A atuação da justiça está muito longe do que representa o direito agrário. Não se aplica o direito agrário nas ações possessórias coletivas dos trabalhadores rurais sem terra, que requerem providências do poder público para acelerar a reforma agrária, e isso evidentemente aumenta o conflito e a violência. Uma liminar de despejo concedida sem a verificação do cumprimento da função social ou da produtividade da propriedade não encontra respaldo entre os trabalhadores, que na maioria das vezes já sabem, quando ocupam uma propriedade, se ela é grilada, improdutiva ou tem trabalho escravo.

Sobre a MP 2.027-38, decretada em 2000 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e que desautoriza o Incra de vistoriar e desapropriar áreas ocupadas: O Incra, quando se trata de área ocupada, segue uma orientação recorrente do Supremo Tribunal Federal: se a ocupação do imóvel ocorreu em uma pequena parte, não atrapalhando a atividade produtiva e o direito de propriedade do dono do imóvel, o Incra pode vistoriar e desapropriar.

O PoPa não conseguiu descobrir onde está esta orientação recorrente no STF, mas encontrou uma declaração interessante: O (ex) presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Maurício Corrêa, disse na noite desta terça-feira que o STF entendeu, ao julgar uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) sobre reintegração de terras no ano passado, que qualquer invasão de terra, seja produtiva ou improdutiva, é um ato ilícito que pode ser punido civil e penalmente.

Vejam bem, caros leitores do Pobre Pampa. Não há espaço para interpretação a esta MP. Ou há?

Mas tem mais! Segue o ouvidor: defendemos que as policias Militar, Civil e Federal não podem fazer a desocupação de imóveis ocupados sem ordem judicial (Ótimo). E a maioria tem assim procedido. Onde? Em Pedro Osório, não adianta nem mesmo um interdito proibitório. Nada faz com que os "movimentos sociais" cumpram a lei!

Se você não tiver estômago forte, o PoPa não recomenda a leitura da entrevista na íntegra...

A propósito de produtividade, aproveitando a presença constante do Incra na região, quem sabe fazer uma vistoria nos assentamentos de Pedro Osório, para verificar a produtividade? Não vale a cancha reta!

Imagem: Portões fechados! Aqui não entra ninguém! Quem aparece em destaque não é um sem-terra. Mas não queria que o povo de Pedro Osório entrasse no recinto. Democrata, com certeza!

sábado, 11 de agosto de 2007

Testemunha Ocular

O PoPa ouviu vários relatos sobre o conflito, de moradores da cidade. Estava com um texto preparado para os 20 leitores (estamos crescendo...) do Pobre Pampa, quando leu este testemunho emocionado e verdadeiro, no Diário Popular de hoje. Impressionante!

Em frente ao salão paroquial da cidade de Pedro Osório, aguardávamos a abertura do portão de acesso à audiência pública solicitada pelo ouvidor agrário nacional, com o objetivo de debater a reforma agrária.

Representantes de entidades do comércio, da indústria e do agronegócio, que de maneira alguma são contra esta Reforma Agrária, lá estavam para questionar a forma como ela vem sendo conduzida, onde municípios como Herval, com enorme área desapropriada entre 1994 e 1999, figuram entre os que mais empobreceram no RS, no período de 1994 a 2004.

Há exemplos de reforma agrária bem-sucedida, como a do Banco da Terra (Arapã), ao lado do Assentamento Novo Pedro Osório (MST), que não gera conflitos, trazendo o desenvolvimento socioeconômico, de maneira sustentável.

Embora os portões da audiência ainda estivessem fechados, lá dentro estavam integrantes do MST, gritando que saíssemos dali, que só os seus iriam entrar, pois a “audiência era do povo”. De repente, um outro grupo de sem-terra, que se dirigia para o Fórum, surpreendendo a todos, virou a esquina em direção aos produtores rurais, que aguardavam em frente ao salão paroquial. Numa formação militar em forma de cunha, abriram caminho entre os produtores rurais, empunhando bandeiras e taquaras pontiagudas. Ficamos, eu e outros, prensados entre o portão de ferro e a massa de sem-terras que entrara no meio dos produtores rurais. Eu me segurava no portão, já de frente para o conflito. Lá de dentro, um homem tentava desprender a minha mão, enquanto uma sem-terra me sacudia, gritando que saísse dali. Ao redor, cidadãos eram empurrados, para que não entrassem no recinto da audiência. Quando o presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos fez menção de entrar, foi violentamente jogado de volta. Um integrante do MST atingiu com um tijolo o rosto de um produtor de 73 anos, que estava ao meu lado. O segundo produtor caiu, também com um tijolo no rosto. Um veterinário, atingido por um golpe nas costas, virou-se para reagir e ficou sem ação, quando viu que a arma utilizada era um bebê nas mãos de uma mulher

Seguiu-se um confronto violento, com tijolos jogados de dentro do prédio e mastros de bandeira estocados através das grades. A Brigada Militar interveio, os produtores se afastaram, mas os tijolos continuaram sendo arremessados de dentro do prédio enquanto os militares eram impedidos de controlar a situação, com uma massa tentando fechar os portões.

O ouvidor agrário, protegido pela Polícia Federal, esteve com o MST, mas em nenhum momento procurou os cidadãos e produtores rurais que queriam lhe falar do lado de fora. Aos de fora, ficou a nítida impressão de que o nome de audiência pública acobertava na verdade uma audiência privada onde Incra, MST e Ouvidoria falariam a mesma língua, sem permitir o exercício da democracia. Uma audiência pública de convites direcionados, cujas regras não foram divulgadas, que não respeitava a ordem de chegada, “organizada” sem preocupação com a segurança e com os portões controlados pelo MST.

Ninguém me contou, eu estava lá e vi o tipo de democracia que está se instalando no Brasil.

Marta Fernandes de Sousa Costa - Escritora


Entenderam? A "audiência pública" convocada pelo Incra, não era para ouvir o povo da região, mas apenas o MST! O representante do Incra ainda teve a cara-de-pau de dizer para o povo que ali estava, que poderia fazer uma "audiência pública" para eles. EPA! Sujeito esquisito!

O povo de Pedro Osório não estava esperando um conflito. Aguardavam placidamente o início da audiência. É fácil constatar isto, através das fotos que estão no site www.pedroosorio.net, onde se vêem mulheres e idosos na frente do salão. O PoPa tinha absoluta certeza do conflito, pois conhece os métodos do MST. Eles precisam das manchetes e somente podem consegui-las através de ações que apareçam na mídia, preferencialmente, como vítimas.

Um deputado do PT tentava fechar o portão, para evitar a entrada do povo de Pedro Osório. Dentro do recinto, tinha ficado um ruralista e um brigadiano, que começaram a ser agredidos. Neste momento, para resgatar seu companheiro, a BM forçou a entrada. O deputado do PT ainda tentou intimidar a BM, com um "carteiraço". Felizmente, outros dois deputados chegaram ao local e equilibraram as forças, digamos, democráticas no local.

Também hoje, na Agência Chasque de Notícias, a informação: "A Ouvidoria Agrária do Rio Grande do Sul vai receber na manhã da próxima segunda-feira (13) os integrantes do MST que foram feridos no confronto com ruralistas em Pedro Osório nesta quinta (9). Eles denunciam que foram vítimas da violência dos fazendeiros e da Brigada Militar, momentos antes de uma audiência pública". EPA! Esta Ouvidoria é Agrária ou é uma Ouvidoria do MST? E os feridos entre o povo de Pedro Osório não serão ouvidos? Bem, deve ser mais ou menos como a tal audiência "pública"...

Imagem: uma mulher e sua "arma". Imagem do site pedroosorio.net

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Fedeu II

Bem, não resta mais dúvida sobre o evento de Pedro Osório. O MST chegou à cidade e teve suas foices e enxadas apreendidas pela BM (e alegaram constrangimento!). Levaram cerca de 40 crianças junto com eles, como é costume da turba esconder-se atrás de menores. Para que levar crianças a um evento que tinha tudo para dar errado? Ainda bem que nenhuma delas foi ferida.

A declaração da Lider Irma: “Foi uma ação conjunta da Brigada Militar e dos latifundiários. Nos atrasaram com a revista, enquanto os latifundiários tomaram conta da rua e quando chegamos tivemos a intenção de entrar antes para garantir nossos lugares na audiência pública, eles intervieram e começou a confusão e depois a Brigada invadiu o salão batendo e prendendo.” Ou seja, conforme informa a líder, o salão estava fechado, os moradores da cidade aguardavam para entrar e a turba chegou querendo forçar a entrada, tendo conseguido, pois a BM teve que entrar para tirá-los de lá. E os "latifundiários" estavam em sua cidade, não precisavam da BM para "tomar conta da rua". Aí, deu o óbvio! Mesmo sem foices, estavam com mastros de bandeiras pontiagudos, portavam pedras e tentaram ganhar, no grito, de uma turma que não estava disposta a perder em seu próprio território...

Tremenda burrada do Incra, que não adiou esta audiência pública. Mas, talvez tenha sido proposital, para forçar o enfrentamento. Quem duvida?

A BM agiu corretamente, separou os dois grupos e, enquanto os ruralistas se afastaram, a turba resolveu, novamente, enfrentar a polícia, que usou gás de pimenta e cassetetes. Nenhum ferido grave, ao contrário do que pretendia a turba. Não aprendem...

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Fedeu...

Hoje pela manhã, tinha uma audiência pública, em Pedro Osório, convocada pelo Incra para tratar dos assentamentos e acampamentos da região. Infelizmente, faltou ao Incra, um certo nível de sensibilidade necessário para que esta audiência pública fosse adiada para outra data mais adequada que uma imediatamente após a desocupação da Fazenda da Palma. Quem esperava algo diferente do confronto direto, estava redondamente enganado. O PoPa ainda não tem todas as versões para o ocorrido e buscou na imprensa mais informações. Algumas informações apenas no site do MST (óbvio) e na Agência Chasque, cuja url é mantida pela mesma organização que mantém a do MST. Mas, mesmo assim, em termos de fidelidade jornalística, é muito maior que a do MST, que tem mais algumas baboseiras (aquela história das armas na cabeça de crianças!). Bem, está lá no site da Agência Chasque:

Porto Alegre (RS) - Integrantes do Movimento sem Terra e ruralistas entraram em confronto na manhã desta quinta-feira em Pedro Osório. O enfrentamento aconteceu momentos antes da audiência pública que discutiria o conflito entre as famílias acampadas ao lado da Fazenda da Palma e a Brigada Militar. O embate resultou em 20 sem terras feridos.

Sem terras denunciam que a Brigada Militar agiu de modo truculento. A integrante do MST Neiva Santos conta que os sem-terra foram revistados antes de chegarem ao salão paroquial local, onde ocorreria a audiência. Na porta do salão, encontraram os fazendeiros. “Ao chegar no salão paroquial local, na porta, os fazendeiros estavam ali, em torno de 400, e começaram a gritar e dizer que os sem-terra não iriam entrar, que eles é que iam entrar. Aí começaram a jogar um gás que nós não sabemos o que é, mas que tonteia as pessoas. Daí começou o confronto e a Brigada Militar começou a bater, inclusive os fazendeiros também”, relembra.

Para Neiva, episódios como o desta quinta não podem intimidar as lutas do Movimento. “Agora é que nós temos que fazer a luta para que a sociedade brasileira conheça, de fato, quem é quem, e possa ser favorável àqueles que, de fato, precisam, que são os sem-terra, que precisam de terra pra sobreviver”, diz.

O procurador-federal Paráclito Brazeiro de Deus testemunhou o confronto e a ação da Brigada Militar. “Foi uma ação truculenta e com lado. Foi dirigida especialmente ao pessoal dos sem-terra. Parece que havia uma pré-determinação de bater nos companheiros do movimento social. Isso ficou bem claro”, avalia.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) condenou a violência. O superintendente regional substituto do Incra, José Rui Tagliapietra, que acompanhou o enfrentamento, avalia que houve falhas da Brigada Militar. “Na nossa avaliação, no momento do confronto ela (Brigada) não estava preparada para tranqüilizar a situação e o ambiente que houve. Tinha pouco efetivo da Brigada Militar no momento em que houve o confronto, sabendo que de um lado, estavam os sem-terra e de outro lado estavam os fazendeiros e outros interessados em participar da audiência”, afirma.

Na versão da Brigada Militar, a agressão contra os ruralistas partiu dos sem terra. O subcomandante Coronel Paulo Mendes afirma que a Brigada apenas cumpriu com sua obrigação. “Sempre que há essas questões envolvendo o MST pulveriza na imprensa questões relacionadas à truculência da Brigada, os quais, de antemão, nós refutamos como inverídicas. Na verdade, o que a Brigada fez foi cumprir seu papel de polícia, ou seja, intervir na contenção de delitos. E foi isso que aconteceu”, diz.

Aí está. O PoPa estava em Jaguarão, hoje e ouviu algumas versões sobre o fato. O PoPa não publica o que não pode confirmar com fontes seguras. Mas estará pesquisando de fontes mais próximas do evento e postando por aqui.

O PoPa volta com mais uma informaçãozinha, que saiu no Estadão: O sub-comandante geral da Brigada Militar, coronel Paulo Roberto Mendes, conta que os policiais tiveram que intervir para evitar um confronto iminente entre MST e ruralistas. Segundo ele, os sem-terra estavam armados com foices e facões. "A audiência pública não tem garantia de segurança porque envolve segmentos antagônicos, com conflito iminente, de modo que a Brigada Militar está cancelando este evento".

Bem, a BM fez o que o Incra deveria ter feito, cancelado o evento. Falta de cabeça ou cabeça preparada para criar confusão? Ali em Pedro Osório, não há conflito de terras, como em outras regiões do País. Há, sim, uma intenção de criar conflitos, por parte de um movimento que nada tem de social e só quer promover a desordem e não a reforma agrária. O que está por trás disso? Sabe-se lá...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

MST vs. Justiça

Pela terceira ou quarta vez (o PoPa já perdeu a conta), o MST invadiu a Fazenda da Palma. O PoPa já falou nas tentativas de plantar hortas nesta época, na área invadida. Novamente, a justiça mandou tirar os arruaceiros do local, o que foi cumprido por um contingente de 294 policiais militares. Mesmo assim, tentaram enfrentar a tropa de choque com paus, pedras e foices e Irma Ostroski, da coordenação estadual do MST avisou: "nós vamos voltar, porque não há outra alternativa para manter o sustento do acampamento...". Como assim? Aquela falsa horta iria garantir o sustento de uma turma que recebe - garantidamente, ao contrário de muitos pobres destepaís - comida do governo? E porque não plantam nada no assentamento ao lado?

O PoPa sugere que seja - como se faz com sindicatos grevistas que não cumprem ordens judiciais - estabelecida uma punição pecuniária se isto for efetivado. Uma multa diária, paga pelo MST ou suas cooperativas, que seria destinada para a Emater ou para o SENAR, com a finalidade exclusiva de treinamento de assentados. Assim, saberíamos que, pelo menos uma parte da grana PÚBLICA que se esvai neste movimento, teria uma finalidade clara, específica e justa.

Afinal, foram 294 policiais, desviados de sua função de garantir a seguraça dos cidadãos de bem, para atender uma ocorrência recorrente. Alguém tem que pagar por isso e não pode ser a sociedade.

Ainda sobre ralé e elite, esta é a ralé agrícola!

Voltei para acrescentar uma nota que está no site do MST (em preto a nota, em vermelho, os comentários do PoPa):

MST denuncia violação aos direitos humanos em Pedro Osório (RS) - 08/08/2007

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público denunciar a violação aos direitos humanos praticada pela Brigada Militar no acampamento de Pedro Osório, nesta terça-feira (07/08).

Por volta de 7:30 h os policiais invadiram o acampamento, localizado dentro de um assentamento do Movimento (estavam cumprindo um mandado judicial, o invasor era exatamente o pessoal do MST), e de forma truculenta foram revistando homens, mulheres e crianças, sem estabelecer nenhum tipo de negociação. O Diário Popular de hoje, mostra - com fotos - que houve enfrentamento dos acampados, ameaçando os policiais com pedras, paus e foices e nenhum policial com arma na mão. Também diz que "após rápida negociação, os sem-terra concordaram com a revista geral, desde que fosse realizada sob supervisão dos acampados".

Segundo relato de companheiros e companheiras acampadas, a Brigada Militar colocava o revólver na cabeça até de crianças colo para fazer a revista (essa é difícil de engolir! A imprensa estava lá e não perderia uma destas por nada no mundo!). O argumento da Brigada é que estavam cumprindo um mandado de busca e apreensão de armas. Entretanto, ao final de toda essa explícita violação aos direitos humanos, nenhuma arma foi encontrada (Queriam o quê? Eles estavam esperando a Polícia e podem ser qualquer coisa, menos burros!).

Não satisfeitos, os soldados destruíram as hortas que as famílias haviam plantado na fazenda em frente ao acampamento para complementar a alimentação das crianças. O PoPa já comentou sobre estas hortas e lamenta que estas crianças estivessem dependendo da capacidade de produção dessa turma.

Estranhamos que em meio à crise econômica no Estado não falte dinheiro à Secretaria de Segurança para mobilizar um grande efetivo de homens (mais de 250) para promover essa ação. É dinheiro público mais uma vez sendo usado para promover a violação aos direitos humanos, enquanto a população sofre com a falta de recursos para educação, saúde e de segurança pública, principalmente nos centros urbanos. É importante que o MST tenha consciência de que estas ações continuadas, apenas para fazer manchete, causam prejuízo ao erário estadual e à segurança das pessoas.

Estranhamos o fato de que funcionários dos fazendeiros da Fazenda Palma acompanhavam a Brigada Militar, conforme foi inclusive registrado pela imprensa. Como assim? Estavam nas terras deles e isto não saiu na imprensa local, não.

Desde fevereiro de 2007, cerca de 200 famílias estão acampadas em Pedro Osório reivindicando a desapropriação da Fazenda Palma, de nove mil hectares. Em função de várias ações truculentas da BM o clima de tensão é contínuo na região. Eles deveriam saber que, está na legislação, terras invadidas não podem ser vistoriadas para desapropriação nos próximos dois anos.

Na próxima quinta-feira, dia 09/09, haverá uma audiência pública no município de Pedro Osório, exatamente para discutir o conflito agrário no município. Estranhamos que ao invés de buscar soluções a BM se empenhe em alimentar o conflito. A BM não está aí para buscar soluções, eles simplesmente cumprem o que lhes é mandado pela justiça e não existe conflito na região, existe um grupo de desocupados que insiste em criar situações de conflito.

O MST reafirma seu compromisso de seguir lutando por reforma agrária e justiça social. OK! E seguem mentindo...