segunda-feira, 9 de julho de 2007

Quando o Público deixa de ser Público?

O Pobre Pampa leu, no site do Sindicato dos Bancários, nota sobre uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das empresas públicas. Claro que o alvo é a venda de ações do Banrisul: "Dirigentes do SindBancários e da FEEB-RS farão plantão a partir das 10h, em frente ao acesso à agência. A PEC deve começar a tramitar na Assembléia Legislativa esta semana. A Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul obteve as 19 assinaturas para protocolar a proposta. Com as adesões da população, as entidades sindicais querem mostrar ao governo Yeda que a sociedade defende o Banrisul público e forte".

O Pobre Pampa não acredita que a sociedade tenha assim, tanta vontade de que o Banrisul seja público. Afinal, é um banco comercial como qualquer outro que se encontra em qualquer esquina. E tem, ainda por cima, clientes "cativos", pois todo funcionário público por ali recebe. Mas algum destes funcionários tem um cheque especial mais barato que na concorrência? Tem juros mais baixos para comprar sua casa? Ou seu carro? Ou, pelo menos, tem tarifas mais baixas? A resposta é, infelizmente não, pois sendo um banco comercial, age como qualquer banco comercial.

Então, para que serve ser público? Talvez para manter agências bancárias em pontos onde bancos comerciais não tenham interesse, mas a CEF está em qualquer casa lotérica... Talvez o que estejamos presenciando, é simplesmente um esforço corporativista de manutenção de cargos e salários. Talvez não, mas o que está proposto, pelo Governo do Estado, é simplesmente a venda de ações, mantendo o Estado como acionista majoritário. Como é o Banco do Brasil, por exemplo. Então, não deixaria de ser público! O que estaria por trás desta manipulação da população? Engessar o caixa do Estado para que continue nesta penúria? E será que a população que assina esta petição, sabe o que está assinando? E seria representativa esta parcela da população? É algo para se pensar muito...

Imagem: ação do Banco Pelotense, que não era público e foi fechado pelo Governo Getúlio Vargas, mesmo sendo um banco capitalizado, em uma ação até hoje sem boas explicações. Sua sede em Pelotas tem, atualmente, instalada a agência central do Banrisul. Particularmente, o Pobre Pampa preferia ver o Banco Pelotense por ali. Privado e forte!

2 comentários:

nedelande disse...

Eu tenho tentado achar a lógica de se posicionar contrário a venda de açãos preferenciais do Banrisul. Confesso que ainda não encontrei. Qual é a coisa mais nossa? Que ocasionou uma mobilização nacional no meio do século passado? "- O PETROLEO É NOSSO". Pois este marco do nacionalismo vende suas ações preferenciais (e ordinárias) na bolsa de valores sem que ninguem reclame. Colocando em outras palavras: O governo Lula está vendendo as ações preferenciais da Petrobras sem que o sindicato dos bancários e outros assemelhados reclamem.
Burrice e desinformação estão fora de questão, então existe um objetivo. E este objetivo é muito claro, procurar de qualquer forma dificultar um governo que já está encontrando muitas dificuldades pelo caminho. E dificultando o governo está dificultadno para todos nós.
Pois eu quero fazer aos nossos deputados uma sugestão:
Façam um plebiscito sobre a venda do Banrisul. Não só de ações preferenciais, que acho até que ninguem vai comprar, mas de todo o banco. Mas esclareçam a população qual a utilidade deste banco para a sociedade. Qual a representatividade dele no financiamento para o agricultor, para o industrial, para o comércio. Que idéias inovadoras ele trouxe que ajudaram o desenvolvimento do estado. Esclareçam a população, também, que estamos pagando esta parcela enorme da dívida, porque o governador Brito, cedendo as pressões do corporativismo do Banrisul, não privatizou o Banrisul. Se tivesse privatizado estariamos pagando a metade do que estamos pagando agora, além de ter entrado uma bela grana no caixa. Talvez o governo Lula aceita retomar os parâmetros daquela negociação. Que maravilha. Pagando metade do que pagamos hoje, teriamos dinheiro para segurança, para escolas, para saúde. Digam isto para a população e aguardem o resultado do plebiscito da venda do Banrisul.

PoPa disse...

Acho que nem precisa tanto. Não acredito que a população vá defender o Banrisul como "nosso". Nosso de quem? Dos funcionários? Do sindicato dos bancários que arrecada uma fábula por ali e que tem grande parte da sua estrutura sobre funcionários dos bancos públicos?

Aliás, vejo com muita frequência o sistema de som do sindicato dos bancários dando cobertura para qualquer manifestação de outros sindicatos. Os associados deste sindicato aprovam este tipo de gasto? Ou melhor, foram consultados sobre este tipo de manifestação? Essa eu posso responder: não!