Onde estão os irresponsáveis que causaram a tragédia em São Paulo? Quem liberou aquela pista sem condições de operação? Porque até agora, passadas quase 15 horas do acidente, a única coisa oficial que foi feita é a decretação de luto oficial?
Enquanto isso, a blogosfera governista está quieta, esperando as explicações oficiais para poder defendê-las. Como nas vaias, quando tentaram culpar a prefeitura do Rio de Janeiro, que teve pouco mais de 500 convites distribuídos, enquanto as patrocinadoras oficiais (empresas federais) tiveram mais de 9.000...
9 comentários:
Até agora os indícios e especulações são apenas tiros para todos os lados - o que esperas dos que apoiam o Lula - que "caiam na real" e saiam a criticar o Lula intempestivamente, como faz a oposição? Se é assim que queres, suspenda-se as investigações, culpe-se o Lula e economizamos dinheiro e tempo. Aproveita e fecha o Judiciário também - já que a capacidade de apurar, julgar e condenar dos anti-petistas e infinitamente maior do que a da Justiça.
Pobre Pampa, acho que não estás mais sosinho. Pobre Brasil.
Todos sabiamos que um desastre ia acontecer. Não se sabia onde nem quando. Foi-se a Varig, ética, responsável, competente e assumiram os transportadores de candangos transformados em novos donos do poder. O jogo é o da corrupção pura e simples ditada pela ganância. Não importa se foi um erro do piloto, se foi uma falha do avião, o fato é que uma pista que não oferecia as melhores condições, que não admitia êrro, foi liberada para uso. Por pressão política dizem. Que pressão política? Pressão política dos donos das companhias de aviação? Esta pressão tem outro nome e parece que é mercadoria muito comum nos tempos atuais.
Lembro de uma piada que se fazia com a velha Varig: seus boings tinham parabrisas bifocais, alusão à idade de seus comandantes. Se o governo não tem culpa em mais nada, tem na quebra da Varig, tirando o padrão de primeiro mundo da nossa aviação.
E a pergunta continua: onde estão, ainda não fizeram nem ao menos uma declaração de condolências! (não vale porta-voz!)
Me parece que os comentários deste blog dedicam-se apenas a apontar o dedo ao governo Lula. E dizer que a Varig faliu por culpa do governo é só mais um episódio do file "lucro é privado, prejuízo é público". Sempre pensei que o mercado ou os consumidores regulariam a qualidade da nossa aviação. E pelo visto agora não mais importa o que causou o acidente - o governo já está julgado e condenado.
Há um episódio na velha Varig, que não é muito comentado: o governo federal devia dinheiro à Varig (4,6 bilhões de reais) por conta de diferenças tarifas quando do destemperado plano Cruzado e mais 1,2 bilhões devidos por governos estaduais. Isto seria suficiente para equilibrar as contas da Varig.
Mas o mercado realmente regulou a qualidade do serviço aéreo. Para manter-se no mercado, as empresas economizam no lanche servido a bordo. Será que não economizam na manutenção, também? A Varig tinha reputação internacional na manutenção de suas aeronaves. No treinamento de sua tripulação? Na Varig, não se chegava a comandante de Boing antes dos 50 anos.
E, pode ter havido falha humana (piloto sem a experiência necessária para situações de crise - sem treinamento, portanto); falha da aeronave (problemas de manutenção, obviamente); falha dos controladores (sem comentários); falha da pista...
Uma frase de Julio Redecker em seu blog, no dia 21 do mês passado, chama a atenção:
Lei de Murphy à vista: pode dar errado, vai dar errado... E pensar que Lula exigiu em dezembro de 2006 "dia, hora e local pra gente anunciar ao Brasil o fim dessa situação"...
Julio Redecker foi uma das vítimas da tragédia.
Claro que eu entendo muito pouco de aviação. Na minha época a gente tirava o brevet de piloto para escapar do serviço militar. Nem isto fiz. Consegui o ambicionado título de reservista de terceira categoria do glorioso exército nacional (frase extraida do filme "Meu Amor Brasileiro") ao entrar para a faculdade de agronomia. Mas algumas coisas sobre aviões sempre ouvi. Uma delas é que o avião para com o uso do motor. O freio mecânico é só um complemento. Então pela velocidade que o video na infraero mostrou o avião não reduziu sua velocidade, ou seja, não freiou. A reversão do motor não funcionou. Seria então uma falha mecânica que pode acontecer mesmo quando feita a mais perfeita manutenção. Mas agora leio que o avião que se acidentou estava com um problema no reversor da turbina direita desde sexta feira passada, quatro dias antes do acidente. A TAM informa que segundo os manuais da fabricante da aeronave o defeito não representava nenhum problema para o pouso do avião. É verdade, eu não entendo nada de aviões, mas no meu intimo, acho que um piloto da Varig nem teria levantado vôo num avião nestas condições.
OOps! Não falei mal do Lula.
19 Julho, 2007 19:51
Não lembro de ter feito um único pouso sem a reversão das turbinas.
Agora, ficamos assim: a pista teria condições de pouso SE o avião tivesse o reversor funcionando. E o avião pararia SEM o reversor se a pista não fosse tão curta e escorregadia... deve ter mais alguma variável nesta equação, mas o fato é que vai acabar como sendo uma tragédia e ponto final. Talvez culpem o comandante!
Agora, sem entender nada de aviões, usar o reversor de um lado em uma pista molhada, não deve dar certo!
Não achas que a TAM tinha que avisar os passageiros do problema: "senhores passageiros, nossa aeronave não está funcionando corretamente, mas não há problema nenhum em utilizá-la. Quem não quiser viajar, podemos transferir de vôo..."
Agora eu vou falar mal do governo: acredito que este tipo de situação se evita, dentro de alguns limites e parâmetros, tendo uma agência reguladora mais firme - seja ela pública ou privada. Eu apontaria o dedo agora para a ANAC. Acho que deveriam estar mais atentos e ativos. O que leio por aí na internet é que a ANAC é só mais uma filial da TAM e da Gol. Quem sabe o "caos aéreo" não seria um "caos", mas apenas uma "baguncinha", se a ANAC não estivesse adotando uma política de pulso firme com as empresas?
O governo não deve pensar assim, pois condecorou o presidente da ANAC pelos excelentes serviços prestados à Aernonáutica. Algo podre está no ar, com certeza!
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