O Rio Grande do Sul já teve um rebanho de mais de 14 milhões de ovinos, praticamente todo ele na Metade Sul do Estado. Em 1990, este número já era menor, mas ainda estava superior a 10 milhões, sendo mais da metade do rebanho nacional. Em 2004 (estatística não é o forte brasileiro), estávamos com 3,8 milhões e apenas 23% do rebanho nacional, praticamente empatado com a Bahia, apesar de ainda ser o maior rebanho entre os estados brasileiros. Neste mesmo período, a produção de lãs gaúcha, despencou de 29 mil toneladas para pouco mais de 10 mil toneladas.
O motivo principal da crise foi a queda do preço internacional da lã a níveis absurdamente baixos. Praticamente, não paga o trabalho da tosquia. No mercado mundial, a lã de baixa qualidade foi sendo substituída por fios sintéticos, mais eficientes e mais (muito mais) baratos. A lã de qualidade superior, produzida na Austrália e Nova Zelândia, ainda tem mercado seguro, mas cada vez mais sofisticado e competitivo. Estamos fora desta, com certeza!
Aí entra a situação da ovinocultura gaúcha, comparando com o restante do Brasil. Aqui, se criava ovelhas para a produção de lã. Portanto, era importante a quantidade de animais adultos na propriedade e não interessava a quantidade de nascimentos, desde que fossem suficientes para manter o rebanho no tamanho desejado. Por isso, os machos eram castrados (capões) e abatidos aos dois anos, depois de produzirem alguma lã. As ovelhas velhas eram substituídas pelas borregas, na medida do necessário. A carne destes animais (ovelhas velhas e capões), normalmente era utilizada para a alimentação dos peões da fazenda e para a venda em açougues da periferia, como carne de baixa qualidade e baixo preço. Ou seja, o nascimento de cordeiros demais, seria um problema para a propriedade...
O abigeato é outro problema na ovinocultura. Animais muito dóceis, principalmente as raças laneiras, são vítimas fáceis para os ladrões. Enquanto se tinha um grande rebanho, isto era visto como um pequeno contratempo na produção. Quando os rebanhos começaram a reduzir-se drasticamente, os abigeatários não quiseram baixar sua própria "produção", e passaram a ser um problema, proporcionalmente, muito maior. Alie-se a isto, o fato de que os abates clandestinos têm a anuência velada de muitas prefeituras, sob a alegação de um problema social, e temos um entrave sério para a produção de carne.
Qual a grande importância que o Pobre Pampa vê na produção de carne ovina para a Metade Sul do Estado? É uma atividade absorvedora de mão de obra; é possível de ser mantida em propriedades de qualquer tamanho; integra-se facilmente com a pecuária de corte e leite; integra-se facilmente com a agricultura; tem mercado; tem tradição. Bem, este último item, tradição, pode ser mais uma dificuldade que uma vantagem, mas é importante de qualquer maneira.
Como foi demonstrado, a Metade Sul do RS não tem vocação para produção de cordeiros, ficando os índices de desmame (quantidade de animais que são desmamados, dividida pela quantidade de matrizes aptas para reprodução) em torno de 50%. Para se ter uma idéia, na produção de cordeiros, este índice precisa estar em torno de 100%, ultrapassando isto em propriedades tecnologicamente de ponta.
Receita do dia, misturando dois importantes produtos da Metade Sul do RS
Filé de Cordeiro Premium Santa Fé ao Molho de Pêssego e Mussarela
- 6 filés de cordeiro Premium Santa Fé
- 6 fatias de queijo tipo Mussarela
- 3 colheres sopa de Azeite de Oliva
- 1/4 xíc. Shoyu
- 1/4 xíc. suco de limão siciliano
- 1 pitada de sal
Para o Molho:
- 6 pêssegos maduros
- 2 colheres sopa de amido de milho
- 2 colheres sopa de creme de leite
- 2 colheres sopa de açúcar
- 1 xíc. água
Modo de Preparo:
Frite os filés em panela de ferro com azeite. Acrescente o suco de limão, sal e shoyu, dourando dos dois lados.
Para o molho, descasque, pique e liquidifique os pêssegos com o açúcar, amido de milho e água. Leve ao fogo para engrossar. Desligue o fogo e acrescente o creme de leite.
Envolva os filés com o queijo e cubra com o molho quente.
Sirva com arroz.
Fonte: Carne de Cordeiro Premium Santa Fé. Pelotas, RS
3 comentários:
Vou experimentar esta receita, sem o queijo. Acho que fica muito melhor!
Pois eu gosto de cordeiro no tradicional churrasco. O truque é colocar o cordeiro lá em cima na churrasqueira, com um bom fogo, e deixar uma boa hora e meia, assando devagar. Agora, muito bom o teu retorno as coisas da Metade Sul. Deixa o Renan, o Sarney, o Maluf, o frei Gorgen, o Lulinha, o Lorenzetti, o Marcos Valério, o Genoino, o Delúbio, o LUla e outros cidadãos de Brasilia para lá. Nosso assunto é aqui.
Também gosto do churrasco tradicional, mas a carne de cordeiro é ótima para estas variações. Muito melhor que o filé bovino, por exemplo.
Postar um comentário