O PoPa estava lendo, no excelente blog Anti Foro de São Paulo, uma entrevista com o Prefeito de Nova York por dois mandatos, de 1994 a 2002, Rudolph W. Giuliani. Uma bela entrevista que vale a pena ser lida na íntegra (clica aqui). Mas de tudo que ali está escrito, o PoPa retirou apenas uma frase, quase que escondida e que pode ser o motivo do recrudescimento da violência nas cidades brasileiras: Em Nova York, havia tanto roubo, assassinato e narcotráfico que nenhum policial queria perder tempo com "crimes pequenos", como as pichações, os pontos de prostituição, a destruição de propriedades, ou com os lavadores de para-brisas que limpam o seu carro mesmo contra a sua vontade. Aí residia o nosso maior erro.
Pelotas teve seu 32 homicídio esta semana, provavelmente envolvendo drogas. Um dos erros que estamos cometendo, é deixar de considerar o consumidor de drogas como um criminoso. Isto tem feito com que seja aceita a condição de consumidor, praticamente liberando-se o tráfico. No outro lado do problema, estão os guardadores de carros, os 'malabaristas de sinaleira', os pequenos furtos e tantos outros sistemas de conseguir dinheiro para a droga, fazendo com que a sociedade sofra de várias formas com esta atitude 'politicamente correta'. Criou-se um sistema que tolera estes pequenos delitos, na vã esperança de que os perpretadores sobrevivam e não se transformem em grandes criminosos. Ledo engano! Eles se transformarão em grandes criminosos ou serão vítimas deles. De uma ou de outra maneira, a sociedade padece.
Está mais que na hora de começarmos a nos preocupar com os 'crimes pequenos'! Eles são, sem dúvida nenhuma, a porta de entrada para os grandes crimes.
E, para estes crimes pequenos, pequenas cadeias. Lugares com segurança mínima, mas com normas rígidas, com local de trabalho, estudo e lazer. Principalmente para os jovens adultos que tenham cometido algum destes pequenos delitos, que seja próximo de sua família. Nada muito complicado nem muito caro para construir e manter. Risco ainda maior, é deixar estes pequenos infratores junto com perigosos bandidos.
Um comentário:
Aplicação excessiva de teorias como o “princípio da insignificância” talvez possa – friso o talvez – à primeira vista parecer razoável, porém só a primeira vista. A política do Fixing Broken Windows ensina exatamente o contrário. Contudo, não é esse rumo que a jurisprudência tem tomado. O próprio STF já reconheceu o princípio.
Num país onde comercializar droga é crime, mas consumir não é, não seria possível esperar algo muito diferente. O mesmo vale para o post sobre a privatização dos presídios. A princípio, a idéia parece interessante. Mas o que me chamou a atenção foi outra coisa. Algumas correntes rejeitam com tanta histeria qualquer política que envolva recrudescimento da punição e segurança pública (que, para eles, sempre será em detrimento de investimentos sociais) que criam os argumentos mais bizarros para se opor às propostas. Por exemplo, que “os trabalhadores privados estariam mais sujeitos à corrupção”
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