terça-feira, 30 de junho de 2009

Honduras

Nestes primeiros momentos do desenrolar da história em Honduras, é preciso ter muita calma. Não se pode esperar, por exemplo, que os EUA reconheçam de pronto, o novo governo, pois Zelaya pode voltar e eles ficariam em uma posição ruim. Logo, a declaração de Obama e de Hilary são coerentes. O que não é coerente, é a reação do bufão de Caracas, ameaçando invadir, caso o seu embaixador sofra algum tipo de ataque. Atenção, embaixador, esconda-se dos amigos de Chávez!!!

Mas, ao que tudo indica, o golpista é o presidente deposto, que queria atropelar as demais instituições do país, para que pudesse reeleger-se eternamente. A mesma mudança constitucional que Cháves e o cocaleiro já fizeram e tantos outros tentam ou sonham com ela. A democracia está sempre no caminho dos pobres caudilhos.

Mas não é sem pesar que o PoPa vê a situação hondurenha. Um país extremamente pobre onde nem a direita nem a esquerda pensam em seu próprio povo. Aliás, este problema está meio generalizado na América Latina, infelizmente. O bolso fala mais alto que qualquer ideologia...

Um comentário:

Anônimo disse...

Sem o apoio dos EUA não vejo muita esperança para os legalistas de Honduras, Popa.

Uma das coisas que chamaram a atenção nesse caso é a enigmática coerência do Itamaraty. Quando aiatolás coniventes com fraudes oprimem e assassinam seu próprio povo desarmado dizemos que não podemos intervir nos “assuntos internos” dos persas. Quando um general qualquer fecha os olhos para os massacres que acontecem em seu território nós repetimos o mesmo mote. Não satisfeitos, é bem provável que convidemos esses sujeitos para visitar o país e firmar alguns acordos comerciais. Por outro lado, quando os militares hondurenhos cumprem ordem judicial em defesa da constituição depondo um presidente de esquerda (para quem o povo não dá muita atenção e que pertence, vai entender, ao partido liberal) retiramos nosso embaixador do país e ameaçamos isolá-lo.

Penso que deveria ser irrelevante para os EUA o risco de Zelaya voltar ao poder (mas essa não é uma visão política), o novo governo deveria receber apoio de pronto dos americanos (não necessariamente reconhecimento imediato) especialmente depois que Chavéz ameaçou intervir.