O PoPa não é um grande fã de Porto Alegre, apesar de todos seus filhos terem nascido por lá. Nada a ver com o povo, mas com o trânsito, com a violência, com as áreas azuis e com esta mania de pressa e urgência. Mas a notícia que o PoPa leu, na ZH de hoje, dá conta que o portoalegrense perdeu seu estilo contestador. Em um universo de mais de um milhão de eleitores, apenas 20 mil decidiram o futuro do Pontal do Estaleiro. Bem democrático, sem dúvida, também demonstrando que os empacadores do progresso são muito mais articulados que o restante da população. Aliás, a grande maioria da população, provavelmente, não tem o mínimo interesse do que possa ser feito ali. Aliás, provavelmente este povo que votou é o mesmo que vocifera contra o desenvolvimento da Metade Sul e do Pampa, criando dificuldades para culturas alternativas, como o eucalípto.
Ao PoPa, também pouco importa o que vai ser feito por ali, pois - como disse - não é um grande fã de Porto Alegre. Mas esta situação serviu para demonstrar que Fogaça é um prefeito pífio e sem pulso e que não poderia ser um bom governador. Para o PoPa, portanto, está definido mais um no qual não votar.
7 comentários:
Num programa de rádio pela manhã, uma defensora do não, disse que foi um ato cívico muito bonito porque as pessoas se organizaram para votar pelo não. Então o famoso povo organizado de 20 e poucos mil, decide por todos nós. É a velha balela do orçamento participativo.
Esta é a armadilha das consultas populares. Fogaça fez uma bobagem e agora é tarde...
A verdade é que pessoas normais não se envolvem em ativismo político. Pessoas normais, via de regra, possuem preocupações maiores na vida do que fazer passeatas, piquetes e se deslocar até algum lugar para decidir como determinado terreno deve ser usado. Pessoas normais elegeram administradores para tomar decisões desta natureza.
Como existe atualmente uma tendência a "democracia participativa", ou consultas populares sobre os mais diferentes temas, estamos todos nas mãos dos ativistas e agitadores políticos. Estamos lascados.
O caso da Consulta Popular do estaleiro em POA mostra exatamente a grande falácia que é a democracia direta. Apenas 1,8% da população de Porto Alegre votou no Nâo, com a participação de apenas 2,1% dos eleitores.
É mais ou menos o povo do Orçamento Participativo petista. Esse estilo de governar, eu conheço muito bem!
Porto Alegre é uma cidade que não quer crescer. Desde os anos 1960s, quando o êxodo rural fazia crescer cidades por todo o RS, o migrante chegava na capital, via o preço dos imóveis e logo ia procurar moradia em alguma cidade vizinha. Com o alto custo dos imóveis que ostenta, a capital continua a espantar para outras cidades os pretensos novos moradores. Por isso, apesar de ser o centro de uma região metropolitana de 4 milhões de habitantes, ainda não conseguiu alcançar um milhão e meio, uma situação atípica em aglomerados urbanos deste porte.
O referendo do Estaleiro é apenas o que se podia esperar de uma população mal orientada. Não significa que o resultado represente a sempre presente ‘vontade da maioria’, porque, por trás da maioria se esconde uma minoria atuante.
E o pior, o Fogaça vai ser o nosso próximo governador, porque não tem ninguém melhor do que ele. Estamos mal.
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