Vejam a foto ao lado. É o homem que ousa criticar e questionar Chávez em plena Venezuela. É o dono da Globovision, única tv que ainda permanece operando na Venezuela e que não apoia o tirano.
Uma reportagem da Veja desta semana mostra um pouco desta luta. Aberta para não assinantes aqui.
É triste saber que nosso presidente afirma que a Venezuela tem democracia até demais -No G1: “Podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa. Inventem uma coisa para criticar o Chávez. Agora por falta de democracia na Venezuela não é. O que eu sei [ele sabe alguma coisa!] é que na Venezuela já tiveram três referendos, já tiveram três eleições, já tiveram quatro plebiscitos. O que não falta é discussão. Eu acho [agora, ele não sabe...] democracia é assim: a gente submete aquilo que a gente acredita ao povo e o povo decide. Cabe a nós acatar o resultado”.
Censurar quem não apoia, fechar rádios, tvs e jornais. Impedir jornais de importar papel, perseguir jornalistas. Nada disso é antidemocrático, segundo da Silva. Não podemos nos esquecer que Hitler foi eleito pelo povo, teve apoio para fazer o que fez. Aqui mesmo, no Brasil, os militares tinham apoio popular, mantendo-se no poder - quem diria - pelo voto!
Da Silva disse tudo - a gente submete aquilo que a gente acredita - o que ele não diz, é que, depois, se manipula a opinião pública com todas as ferramentas que se pode ter ao alcance da mão, incluindo os amigos do poder, a veiculação de propaganda oficial, a enxurrada de grana pública para setores privados [como os patrocínios para a UNE] e por aí vai. Chávez foi mais longe, tirando toda a imprensa oposicionista do mercado. Tirou juízes que não concordavam com ele. Tirou poder de prefeitos e governadores. É um democrata!
Um pedacinho da entrevista:
O que falta para a Venezuela ser uma ditadura? Muito pouco. Quando terminarem de fechar todas as formas de acesso livre à informação, então teremos ingressado em uma ditadura. Chávez quer tirar 240 rádios do ar. Nenhuma das que estão na lista, obviamente, é chavista. Também quer proibir que as estações de Caracas transmitam para o restante do país. Se isso acontecer, somente o presidente poderá falar em cadeia nacional. Nas bibliotecas públicas, todos os livros de direita ou que não estavam de acordo com a ideologia oficial foram jogados fora. Os jornais impressos continuam independentes, mas alguns donos já reclamam que não conseguem importar papel, porque o Cadivi não libera os dólares. Na televisão a cabo, o governo está discutindo uma lei para limitar o acesso aos canais venezuelanos. Em relação à Globovisión, o governo não nos deixa ampliar a cobertura para outras cidades. Temos sinal aberto em apenas três cidades.
Imagem: Guilhermo Zuloaga, da Globovisión. Leia a reportagem! É uma lição de democracia real.
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