sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Democracia e respeito aos vizinhos

Uribe não precisa na unção dos bolivarianos e seus amigos para concluir seu acordo com Washington. Mas preferiu fazer seu périplo pelos países mais [ou menos] amigos e recebeu algumas respostas interessantes [no Estadão de hoje - os comentários do PoPa estão destacados]:

Brasil - Lula disse que bases americanas não o agradam e defendeu que acordo fosse discutido na Unasul; a Uribe, pediu garantias de que tropas americanas só atuariam no combate ao narcotráfico dentro de território colombiano, mas não obteve resposta clara. Peraí, da Silva! Como Uribe iria dar garantias sobre o que as tropas americanas irão fazer? E se fosse descoberto um avião saindo da Colômbia e estando sobre águas internacionais? Estaria fora da Colômbia mas eles não poderiam fazer nada? Que da Silva fosse claro em sua pergunta, também: ter garantias que as tropas americanas não entrariam no Brasil, que é o que nos interessa. PONTO! Da Silva nunca perguntou a Chávez detalhes do acordo militar feito entre a Venezuela e a Rússia.

Uruguai - Apesar de se dizer contra toda presença militar dos EUA no continente, Tabaré Vázquez diz que não tem direito de intervir em "assuntos internos". Essa é uma posição correta. Não gosta, mas respeita.

Paraguai - Fernando Lugo diz respeitar decisão colombiana e só espera que a presença dos EUA no país "não cause inconveniente a vizinhos". Outra posição inteligente, embora o tal inconveniente esteja sendo causado pelos vizinhos, principalmente Equador e Venezuela.

Argentina - Segundo assessores, Cristina Kirchner repudiou o acordo, alegando que bases americanas são "elemento perturbador" em uma região onde é preciso reduzir as tensões. Nenhuma novidade, já que Cristina alinhou-se totalmente com Chávez, provavelmente para garantir uma graninha na aposentadoria que o povo argentino irá forçar ao casal, no final de seu mandato. "Elemento perturbador" é Chávez e seu séquito!

Chile - Depois de ter se pronunciado contra o acordo em viagem ao Brasil, Michelle Bachelet recebeu Uribe e amenizou o discurso, declarando que respeita a "decisão soberana" de Bogotá. Esta é uma notícia equivocada. Bachelet não amenizou seu discurso, porque ele nunca foi contra a decisão de Uribe. Apenas respeitou a posição de da Silva, enquanto estava no Brasil, mas não foi assim tão enfática contra as bases. A imprensa - e o Estadão - erraram na análise de sua posição.

Bolívia - Considera bases americanas uma "agressão" à região; Evo Morales promete levar à reunião da Unasul proposta para impedir que os Estados Unidos usem bases na América do Sul. Bem, o PoPa nem sabe o que Uribe foi fazer na Bolívia. Estes daí, estão plantando coca na fronteira brasileira, para ficar mais fácil a elaboração e a "exportação" de cocaína. Ou tem, assim, tanto índio mascador de coca na Bolívia?

Peru - Mesmo antes de receber Uribe, Alan García já havia expressado seu apoio ao acordo militar entre Bogotá e Washington; após visita, disse que Uribe "fez muito pela Colômbia e por todo continente". E fez. Já pensaram o que seria este continente, sem um freio como Uribe?

Que fique claro aos bolivarianos, que elemento perturbador são os que querem ingerir em assuntos internos de um país vizinho. Há uma guerra na Colômbia e, para desespero dos bolivarianos, o povo colombiano a está vencendo.

Um comentário:

charlie disse...

Não vejo a hora do Lula deixar a presidencia, qualquer um (exceto seus correligionarios petistas, claro) faria uma diplomacia de melhor qualidade.