Em suas leituras matinais, cercado de amigos virtuais, o PoPa viu a declaração do deputado federal Beto Albuquerque (PSB - vice lider do governo na câmara), de que a Ministra (ela mesma) está errada e por isso a duplicação da BR392 Pelotas/Rio Grande, ainda não saiu do papel. Vocês sabem, um dos projetos do PAC. O deputado ainda complementa sua declaração: "o que ela vai conseguir com isso é que o presidente Lula não vai inaugurar esta obra na sua gestão".
Há um problema nesta duplicação, pois a concessionária não aceita fazer parte do investimento - ué, não era obra do PAC? - e a coisa emPACou. Pois bem, o nobre deputado pensa ter achado a solução para o embroglio: reduzir o tamanho do polo Pelotas, com a retirada do trecho Pelotas/Bagé da concessão, já que dá apenas despesa e não receita para a Ecosul. Este trecho não tem praça de pedágio, pelo baixo fluxo de veículos.
O que o deputado talvez não saiba, é que o polo Pelotas é o único do RS que é fiscalizado pela ANTT e não pela AGERGS. Por que? Quando foram privatizadas as estradas gaúchas, este polo ficou paralizado, pois o governador de então, Brito, não autorizava o início da cobrança do pedágio, antes que a Ecosul fizesse as obras necessárias no trecho. Quando Olívio assumiu, esta era a situação. Qual a decisão do governo do PT? Devolver o trecho ao governo federal. Caiu no colo do então ministro Padilha que, sabe-se lá porque (dããã), contratou na hora a Ecosul, mesmo sem as tais reformas.
E é um fato que o trecho Pelotas/Bagé tem um pequeno fluxo de veículos. Mas a Ecosul tem prejuízo com isso? Não! No tal contrato, foi colocado um posto de pedágio A MAIS no trecho Camaquã/Pelotas, para compensar. Então, a empresa arrecada bem mais em um trecho para compensar O QUE NÃO FAZ em outro. Se houver algum acidente neste trecho, ambulâncias, guinchos ou o que for necessário, irão sair de Pelotas. Azar de quem se acidentar por ali. O PoPa se acidentou neste trecho. Por sorte, foi na saída de Pelotas e o socorro demorou "apenas" 30 minutos, os quais o PoPa passou preso dentro do carro, com oito costelas quebradas.
A proposta do sagaz deputado é devolver o trecho Pelotas/Bagé para a ANTT, de maneira que reduza a despesa da Ecosul e ela se interesse em participar da tal duplicação que seria feita pelo PAC. Será que ele vai propor a extinção da praça de pedágio suplementar entre Pelotas e Camaquã?
Muito se fala das dificuldades da Metade Sul do Estado. O custo do pedágio entre Rio Grande e Porto Alegre é uma delas. Na saída de Porto Alegre, uma praça de pedágio que deveria estar na Freeway (BR290). São pouco mais de 20km apenas. Depois, uma praça de pedágio de outra empresa, que cobra o trecho entre Guaíba e Camaquã. Finalmente, as praças de pedágio da Ecosul: duas até Pelotas e mais uma até Rio Grande. Um veículo de passeio deixa uns 60 reais ida e volta entre a capital e Rio Grande. Caminhões, imaginem!
Deputado, cuide de Santa Maria e deixe os problemas da Zona Sul para nós! Este tipo de ajuda não ajuda nada...
Imagem: BR392 entre Pelotas e Rio Grande, em um dia de muita calma. Dá para ver que não é nenhuma maravilha e por ela passam alguns milhares de veículos por dia.
4 comentários:
vc não tem idéia dos pedágios de SP, em algumas estradas piores que esta.
Mas acho que o campeão em cobrança de pedágios por estrads ruins é o PR.
Não entendo pedágio em estradas ruins! Esta de Rio Grande, foi totalmente reformada pelo governo e entregue para a Ecosul, que faz somente a cobrança. Nas outras estradas do Polo Pelotas, a Ecosul começou a fazer alguma coisa dez anos depois de assinado o contrato!
Era de se esperar que as estradas não pedagiadas ficariam bem conservadas, já que a grana seria dividida por menos quilometragem e em lugares de menos trânsito. Mas não foi o que aconteceu, pelo menos aqui no RS. O restante da malha que não está privatizada, está "na unha"!
Seria interessante encomendar um estudo para algum instituto de estatísticas econômicas sobre o "custo Zona Sul" ou "custo Pelotas" em relação a outras cidades de outras regiões.
Bem pensado, Charlie! Este custo inclui uma demanda maior que a média em ações trabalhistas, em ações contra contratos bancários e outras mais, que acabam influenciando a vida das empressas daqui.
Sobre isto, é interessante ler os classificados dominicais, que enchem várias páginas de anúncios de advogados especializados nestas causas.Talvez, efeito da grande quantidade de bacharéis formados por aqui, que buscam seu lugar ao sol...
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