Segunda feira, o Brasil acordará diferente? Não, continuaremos com as mesmas mazelas e as mesmas dúvidas. Talvez tenhamos um segundo turno no RS e no Brasil, garantindo mais algum tempo de excelentes programas de tv e rádio e aquelas agradáveis movimentações nas esquinas, de um povo, geralmente desempregado, que está ali para ganhar algum trocado.
Depois do segundo turno, teremos a certeza de quem vai estar governando o País nos próximos quatro anos. Ganhando Dilma, teremos a certeza da continuidade do governo Lula, dos seus mensalões, das traquinagens da Casa Civil e outras coisas menos comentadas, mas não menos sérias. Ganhando Serra ou Marina, teremos um governo definitivamente estranho, encharcado de neocomunistas em sua estrutura administrativa e com uma oposição como nuncaantesnahistóriadopaís se viu. Lula, que foi um opositor de seu próprio governo, terá liberdade ainda maior para dizer as barbaridades de sempre. E terá púlpito para isso, com o apoio da tal "imprensa golpista". Afinal, o que vende jornal é um bom barraco.
Aos que acreditam piamente na tal democracia participativa, é bom lembrar que, durante a ditadura, tínhamos eleições para o congresso e este votava para presidente, de maneira indireta. Continuamos tanto tempo com os militares, pois nós, povo, votávamos nos parlamentares que apoiavam aquele modelo de governo. Logo, era a vontade do povo! Por isso, caros e parcos leitores, a tal democracia participativa é podre em sua essência. O povo não sabe das coisas, não sabe das maracutaias, não tem idéia do que se passa no âmbito do poder. E vota em um produto midiático, que é vendido a ele como a solução de todos os seus problemas.
Naquela época, na ditadura, montou-se um esquema de votação parlamentar que privilegiava as regiões mais atrasadas deste País, onde era mais fácil manipular a opinião pública e garrotear os votos dos então chamados "currais eleitorais". Isso não mudou! A constituinte manteve a desproporção parlamentar entre as regiões brasileiras, fazendo com que votos de uma região valessem menos que os votos de outra. E manteve o terceiro senador, uma distorção desnecessária nos tempos atuais, a não ser para os partidos políticos e para os governos que querem manter sua "base", com base em outra distorção representativa. Senadores são eleitos com menos votos que um vereador de São Paulo! E colocam suplentes que ninguém nunca ouviu falar e que, eventualmente, estarão ocupando um dos principais cargos políticos do Brasil, sem ter a mínima representação popular. Distorções como esta fazem com que a nossa democracia seja muito menos do que parece.
Um comentário:
O que mudou, Popa, é que o PT de hoje é mais ou menos o que era a Arena ontem. O povo mais humilde, mais alienado, mais carente votava na Arena e hoje vota no PT. E ontem, no debate, a Dilma, toda de rosinha, parecia uma matrona da TFP.
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