Este email chegou a uma amiga do PoPa, por ter seu email registrado na universidade federal de Pelotas. Este professor utilizou de um banco de dados de uma universidade, para fazer propaganda eleitoral. É ilegal? O PoPa acha que é, mas é mais que isso! É imoral! Além disso, ele reclama que sua caixa postal estava cheia de emails com "boataria internética" e resolveu contribuir, enchendo a caixa postal dos funcionários, alunos e professores de sua universidade com propaganda político-partidária. Ele poderia chamar os colegas e amigos para uma reflexão, não para a imposição de uma posição ideológica...
Não vou comentar o conteúdo. Os parcos e fiéis leitores do PoPa não precisam disso.
Boa noite amig@s e colegas,
Peço licença. Procurarei ser breve, mas queria pedir seu voto. Escrevo para pessoas que me conhecem, que conhecem meu trabalho, conhecem a dedicação que doo as coisas que faço. O meu pedido é eivado de compromisso e preocupação com o bem de nosso país.
Todos nós possuímos amigos e parentes que votam nos mais variados candidatos, nem por isso deixam ser merecedores de nossa amizade, carinho e respeito. Portanto, é plenamente possível externarmos nossas convicções sobre o que entendemos ser melhor para o Brasil, neste 3 de outubro, com respeito mútuo e sem agressão.
Partindo desta premissa, tomo a liberdade de escrever para você, pedindo o seu voto para Dilma Rousseff.
Apesar de certo desconforto em me dirigir a tantos colegas e amig@s, invadindo seu correio eletrônico, para pedir apoio político a uma candidatura, minha consciência cobra de mim este ato.
Em razão dos dados revelados pelas pesquisas eleitorais apontarem solidamente para um desfecho da eleição presidencial já no primeiro turno, nos últimos 10 dias acionaram-se neste país mecanismos os mais sórdidos para corroer pela base o apoio eleitoral dado massiçamente (sic) pela população brasileira a Dilma Rousseff. Infelizmente, este mecanismo sórdido está minando a dinâmica democrática desta eleição, em seus últimos dias, fazendo com que uma usina de famigerados boatos interfira no processo de escolha eleitoral.
A minha caixa de entrada de e-mails, assim como de milhões de brasileiros, tem sido invadida, nos últimos dias, por mensagens de baixíssimo calão, que visam a inocular na campanha de Dilma o corrosivo vírus da boataria. Acusações as mais absurdas são lançadas contra ela, com o objetivo de atingir eleitores populares, seguidores de credos religiosos e mesmo setores intelctualizados e médios. Para além de acusações sérias que merecem apuração, apela-se ao obscurantismo e ao preconceito.
Isto nos faz pensar o que está em jogo. Bem , se o país não quebrou com o PT no governo, se o empresariado nacional e estrangeiro não fugiu do país com este governo, o que está em jogo? Resposta difícil, mas diria que está em jogo o preconceito, enraizado no passado colonial e escravocrata, contra o brasileiro comum, contra o que é popular, em prol de uma sociedade elitista. Está em jogo não promover a distribuição de renda, de cultura, de educação, de oportunidades.
Sinceramente, respeito plenamente – apesar de não concordar - aquele que opte pelo candidato demotucano, por imaginar que tenha mais capacidade gerencial, ou aquele que opte pela candidata verde, por imaginar que teria mais competência que a continuidade do governo atual para o tema ambiental, e respeito vivamente aqueles que por motivos ideológicos optam pelas candidaturas do PSOL e outros partidos mais à esquerda. Nada me permite pensar que Serra, Marina, Plínio e outros não sejam candidatos sérios, representativos de setores do pensamento nacional e merecedores de respeito. O que se percebe, contudo, é que a reciprocidade não é exercitada, e Dilma é achincalhada por meio de uma famigerada boataria “internética”.
O que não pode ser admitido, porém, é que se aceite o jogo sujo que tem sido feito, nas últimas semanas, contra a candidata Dilma. Qualquer cidadão – e candidato honesto – sério precisa manifestar inconformidade contra a boataria que circula pela internet, sem dar a mínima chance à resposta e ao esclarecimento. Não podemos aceitar que a religiosidade, a sexualidade ou a biografia dos candidatos sejam manipuladas às vésperas do pleito com a meta de semear inverdades visando a alterar a vontade popular.
Bem, mas mais que isto, o que está em jogo ao apoiarmos Dilma para presidente é a convicção de assegurar a continuidade do projeto político que tem permitido colocar o Brasil no rumo de um sobejo crescimento econômico, combinado a um desenvolvimento social que começa a arrancar milhões de família da pobreza e miséria. Trata-se, portanto, mais de tudo, de optar por um projeto político para nosso país, trata-se de garantir que o país não perca a oportunidade que está dada. Cresci ouvindo falar que o Brasil era o país do futuro. E o futuro agora está aí.
Sou intensamente crítico com vários aspectos do governo atual, entendo que muita coisa precisa ser melhorada. O governo precisa aprimorar seus mecanismos de melhoria da saúde pública, da educação básica e da segurança. Mas isto é um longo caminho, e as condições estão dadas.
Corremos sério risco de perdermos a credibilidade internacional que construímos nos últimos anos no governo Lula, corremos o risco de retroagirmos naquilo em que conseguimos avançar.
Por favor, amigo e colega, leve em consideração meu pedido. Ajude a garantir a vitória de Dilma no primeiro turno.
Muito obrigado pela atenção.
Fábio Vergara Cerqueira
Pelotas, 02 de outubro de 2010
Bem, parece que não adiantou o apelo do professor... talvez ele faça uma nova tentativa para o segundo turno. O PoPa estará aqui, mostrando o que pensa este nobre professor e o que ele ensina para seus alunos.
4 comentários:
O PoPa achou estranho o "massiçamente" do professor mas, afinal, ele é professor de história, não de português. Talvez ele refira-se às "massas".
Clássico. A esquerda sempre vai ter na universidade um reduto garantido. Ali, proselitismo ideológico é a regra.
Interessante é ele relembrar as previsões que se faziam na primeira eleição do Lula, que o PT no governo ia quebrar o país, que o empresariado iria fugir do país e, em seguida, ameaçar que perderemos a credibilidade internacional que contruimos nos últimos anos do governo Lula.(Nunca dantes)
Bem, o PoPa se considera um cidadão honesto e, francamente, não está vendo onde se encaixa a tal "boataria internética". Se é sobre o aborto, a própria candidata fala por si, já que ela se disse favorável à descriminação do aborto e apoiou o tal PNDH3 - que, por sinal, foi o primeiro plano de governo registrado no TSE. Qual o problema em ser favorável à discriminação do aborto? O PoPa acha que nenhum. O problema foi ela ter declarado que é a favor da vida e que é contra o aborto por questões puramente eleitorais. Isso é grave.
Mas o PoPa ficou a pensar sobre as espúrias parcerias da candidata e imaginando se, em um futuro próximo, não teremos Dilma e Serra em um mesmo palanque... Impossível? Impossível seria imaginar Collor e Lula como aliados há uns oito anos... sem falar em Sarney, Renam e tantos outros.
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