sábado, 2 de outubro de 2010

Aborto e Dilma

O PoPa acha que estão superdimensionando a questão do aborto, em relação à Dilma. Ela declarou, mais de uma vez, que o aborto é um assunto de saúde pública, que o aborto deveria ser legalizado no Brasil e coisas do gênero. O PoPa tem uma posição semelhante, apesar de ser contra o aborto, em princípio, por julgar que a vida humana é sagrada e que existem métodos contraceptivos mais que conhecidos, baratos e simples. Logo, o problema básico é educação e conhecimento, mas também não podemos deixar jovens mulheres passar por situações de altíssimo risco, como são os abortos clandestinos. Não dá, simplesmente, para ignorar a realidade brasileira neste ponto.

Dilma, portanto, não está errada em sua posição, quando defende que mulheres não sejam submetidas a métodos medievais para retirar o feto em gestação. Mas aí entra outro aspecto da personagem que o PoPa discorda e critica. Ela resolveu refazer sua posição, meramente por interesse político. Isso é grave! Mais grave que defender o aborto, é dizer que é contra, apenas para consumo público. Apenas porque a sociedade não vê esta ação com bons olhos. Diz muito da personalidade da candidata, pois como é possível acreditar em outras promessas e definições? Como acreditar na construção de dois milhões de casas, nos cursos técnicos, nas ferrovias, nas hidrovias, na saúde, na educação. Principalmente, como acreditar que não pensa no controle da imprensa?

Esta é a dúvida. Não, esta é a certeza! Dilma não é contra o aborto, não é contra o controle da imprensa e vamos ficando por aí, só nestes exemplos pontuais.

O Brasil não vai acabar com a eleição de Dilma. Vai andar mais lentamente do que poderia, como aconteceu nos últimos oito anos, mas vai sobreviver.

Bem, como dizia o impagável riograndino Apparício Torelly, (o Barão de Itararé), "De onde menos se espera, daí é que não sai nada...". Ele também dizia: . O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim , afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.

Boa votação aos parcos e fiéis leitores do PoPa!

2 comentários:

José de Araújo Madeiro disse...

PoPa,

Tudo bem, a Dilma disse e me disse sobre o aborto; a Igreja disse e me disse sobre o aborto; a imprensa disse e me disse sobre o aborto; Os intelectuais disseram e disseram; a justiça ficou o omissa, mas tem o Código Penal Brasileiro. È crime e com as devidas penas.

Mas a Classe Médica foi ouvida para opinar? Que saibamos, não!

O Compromisso formal do médico está com a vida, faz parte do seu Juramento Profissional.

Eu, particularmente, como médico, reconheço que o profissional aborteiro é um criminoso da mais insignificante posição na escala social, que deve ser não sòmente execrado, mas expulso dos Conselhos Regionais e Federal de Medicina.

Portanto que vão todos para aquele singular cantinho dos impropérios populares... e quem quiser fazer seus proselitismos com assuntos médicos que façam longe de mim. Um médico aborteiro que seja o deles, mas jamais o considerarei como um colega de profissão.

Att. Madeiro

PoPa disse...

O grande risco deste tipo de discussão, é realmente tornar-se o aborto uma questão menor, como a cura de um mero resfriado. Com a liberação da prática, pode tornar-se um processo contraceptivo banal, com custos para a sociedade, não só em termos econômicos, mas também psico-sociais. É uma discussão que deveria ter como fórum, apenas quem realmente entende do assunto, como os médicos das especialidades afins - ginecologia, obstetrícia e psiquiatria, principalmente. Não é assunto para discussão política e muito menos para um plebiscito, como quer Marina.

Mas que a discussão precisa ser feita, não tenho dúvidas. E que não se pode deixar continuar como está, também.