Como muita coisa no Brasil, há a tentação de resolver todos os problemas através de novas leis. Agora, está sendo analisado, na Câmara Federal, um projeto que altera o CTB e endurece multas e punições para direção perigosa, incluindo aí dirigir embriagado.
O PoPa acha que este anteprojeto já nasce com sérios problemas. Aumenta exageradamente o valor de todas as multas. Alega, o relator, que o valor atual é tão baixo, que os responsáveis em multar nem o fazem, pois não compensa economicamente. Esse cara bebeu, para escrever isso? A indústria de multas é famosa em todo o Brasil e, com valores maiores, terão ainda mais força, já que a palavra do condutor de nada vale em uma jari.
Também pretende a "tolerância zero" no álcool, comparando alguém que bebeu um cálice de licor com quem derrubou uma caixa de cerveja. Se até nos radares é permitida uma variação de 10%, por conta da fidelidade dos equipamentos, por que seria diferente com os etilômetros? Baixos teores de álcool nunca causaram tragédias. Altos teores, com certeza.
O que poderia ser feito, é uma alteração na Constituição, para obrigar o usuário a submeter-se ao teste, ou aceitar testemunhas que avaliem o borracho. Afinal, quem não sabe identificar um destes?
A lei que existe é rigorosa. O que falta - e continuará faltando, mesmo com a aprovação desta bobagem - é uma fiscalização séria e eficiente. E punição à altura, quando bêbados causarem tragédias. Ao invéz de tentar punir, simplesmente, a legislação poderia tentar ensinar. Um exemplo? Alguém flagrado dirigindo bêbado poderia receber uma pena de serviços em um hospital de emergência, cuidando de acidentados, limpando feridas, vendo o estrago que a bebida pode causar. Isso teria um efeito muito maior!
Sobre bebida, os gringos são mais rígidos nisso - se o condutor estiver parado, na direção do veículo e a chave no contato, é suficiente. Não precisa estar dirigindo, mas demontra que estava pensando nisso. A mesma coisa com a presença de garrafas de bebidas dentro do carro.
Vamos ser coerentes, responsáveis e diligentes com a vida. Mas não precisamos engordar os cofres públicos com esta tunga imbecil. Os valores já são suficientemente elevados, pois não distinguem o mau motorista do eventual lapso ou até da má intenção do agente de trânsito. E não funcionam como barreira para o abuso por parte de condutores irresponsáveis. Melhor que aumentar valores, seria a transformação destes em trabalhos comunitários, como limpeza de ruas, pintura de prédios públicos. Já pensaram? Mão de obra para manutenção de escolas! E uma lição de verdade.
Um comentário:
O DRP (Departamento de Repressão ao Trânsito) só irá dar folga ao cidadão no dia em que lançarem a placa de trânsito definitiva: Proibido o Trânsito de Veículos.
Aí, poderão comemorar a criação do trânsito sem acidentes, essa neurose que perseguem com afinco desde que foi criado o novo código brasileiro.
A partir desse dia só poderão circular veículos oficiais e alguns amigos do rei, sem dúvida.
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