sábado, 25 de outubro de 2008

Concorrência predatória

Trechos de notícia que saiu no G1:

Para o proprietário do grupo que representa as marcas Harley-Davidson, Buell, Malaguti, Husqvarna, Triumph, MV Agusta, Polaris e Benelli no Brasil, Paulo Izzo, o mercado de motos de luxo no Brasil não será afetado nem pela restrição de crédito e nem pelo aumento do dólar.

De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), as vendas no mercado interno vão subir 20,6% neste ano em relação ao ano passado. A previsão inicial era de crescimento de 13,8%.

Segundo o diretor executivo da Abraciclo, Moacyr Alberto Paes, no mês de setembro foram comercializadas 186.355 unidades, 4,1% a mais do que as vendas de agosto, o que renova a perspectiva de desenvolvimento gradual e constante do setor. O patamar menor de crescimento para este semestre já era previsto pela indústria de motos desde o início do ano, devido a um acomodamento natural do mercado.

Na opinião de Paulo Izzo a crise só afetará um segmento, o dos oportunistas. Segundo ele, quem se beneficiou da valorização do real para se aventurar na importação de motos ou motopeças pode ser muito prejudicado pelo câmbio. “Haverá uma seleção natural de quem atua no mercado de motos no Brasil”, ressalta.

A empresa deste senhor Paulo Izzo, está localizada na Zona Franca de Manaus, que não paga o IPI, de 25% devido pelos empresários de outros estados, tendo o Imposto de Importação reduzido a quase zero e ainda podendo remeter lucros ao exterior na forma de custo de peças. Fica muito fácil chamar os que pagam tudo isto de oportunistas. Deveria chamar de heróis por continuarem sobrevivendo à concorrência com esta inacreditável sonegação oficial praticada na Zona Franca de Manaus.

Fica o desafio: Monte sua fábrica no Rio Grande do Sul, pague os mesmos impostos e vamos ver se aguenta mais de um mês com as portas abertas. Oportunista, sr. Paulo, é quem mama nas tetas oficiais por tanto tempo e ainda declara que seus produtos - de alto luxo - não sofrerão com a crise. Declaração feia de se fazer em um país pobre, que precisa de um meio de transporte barato.

Um dia alguém com coragem vai acabar com esta farra com o dinheiro público e esta indecência contra a livre concorrência.

Responda Sr. Izzo, responda sr. Lula: Porque um automóvel de luxo paga menos da metade do IPI que uma moto popular (produzida fora da ZFM)?

Um comentário:

Anônimo disse...

Bah. Que declaração absolutamente infeliz. Lá, do paraíso fiscal do país, é bem fácil declarar vitória contra concorrentes que PAGAM IMPOSTOS.

E ainda tripudia sobre pessoas que se atreveram a, vejam quanta petulância, abrir um negócio no país: os oportunistas!

Onde tá o tal neoliberalismo deste país, que eu não consigo ver?