domingo, 13 de fevereiro de 2011

Orçamento público e o propalado corte de 50bi

O PoPa tem, como praticamente todo brasileiro, uma certa dificuldade em manter o orçamento doméstico sob controle. Não existe, na casa de ninguém, coisas "supérfluas" e desnecessárias. Existem gastos que poderiam não ser feitos e gastos que deveriam ser feitos. Quem tem criança pequena em casa, pode cortar o iogurte? A pipoca no parque? Quem gosta de ler, deve parar de comprar revistas e livros? São escolhas feitas por todos, todos os dias. Acabam tornando-se opções diárias para que outros gastos possam ser feitos, talvez mais importantes ou aparentemente mais importantes.

O que o governo federal está propondo, é um corte irrealizável, pois não há o que cortar neste primeiro momento de governo, sem que haja um corte real na carne. E este corte incluiria a demissão de muitos "auxiliares", a retirada de poder de muitos "apoiadores". É interessante notar que, na briga por poder e espaço dos dois principais partidos do governo, não há o menor interesse no País. Não há o menor interesse no controle da inflação. Não há o menor interesse na economia estável. O interesse real é tão somente o poder, o orçamento...

Mas este assunto de orçamento é muito chato. Não tem quase ninguém falando sobre ele, sobre o que pode e o que não pode. Sobre o que é possível e o que não é. Quase ninguém, mas alguns economistas tentam mostrar a realidade. A melhor análise que o PoPa leu sobre isso, é do economista Mansueto Almeida, técnico de planejamento e pesquisa do IPEA. (leia o artigo aqui)

Este assunto já foi comentado por outros economistas mais famosos, mas sem a didádita e a informação detalhada que faz Mansueto.

Há, entre os que nada entendem de economia e orçamento (e o PoPa está entre estes), a impressão de que seria possível cortar os extraordinários gastos dos dois últimos anos do governo passado, feitos apenas para conseguir a eleição do sucessor. Mas estes gastos foram incorporados na despesa pública. Os aumentos dados para parlamentares, assessores e outros no custeio do governo, já fazem parte da despesa corrente e seria muito difícil arrancá-los, sem a redução substancial deste exército. E isso não será feito, obviamente. Seria necessário acabar com a TV Brasil, mas isso não será feito. Seria necessário acabar com a publicidade oficial, mas isso não será feito.

Enfim, é um corte fajuto. Provavelmente o corte ficará na parte que já foi inflada deste orçamento, não indo "até a carne". Mas, para valer, deveria ser feito sobre o orçamento do ano passado. E de lá deveriam sair os tais 50bi. Qualquer coisa diferente disso, é pura bobagem.

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