quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Com o chapéu alheio

Há um dito popular que fala do "cumprimento com o chapéu alheio". O PoPa já tem falado sobre os passes de ônibus dados a idosos, deficientes e estudantes. A medida seria louvável, caso o custo não caísse sobre a parcela mais necessitada da população, que é quem usa o transporte coletivo para o deslocamento diário. Justo seria se o autor destas leis previsse a origem destas esmolas dadas com a grana alheia.

Pois em Santa Cruz do Sul, no centro do Estado, a coisa foi adiante. Aprovaram uma lei que libera a entrada de doadores de sangue em espetáculos públicos. Boa medida? Até parece, mas a coisa se dá de uma maneira interessante, permitindo a entrada no cinema da cidade, dos portadores da carteira de doador, renovada a cada quatro meses. Ou seja, o cidadão faz uma doação a cada quatro meses e tem garantida a entrada gratuita no cinema e nos espetáculos da cidade. E quem paga a conta? Os empresários, claro. Eventualmente, o dono do cinema irá fechar a casa ou aumentar a entrada - o que também causaria uma debandada dos clientes. Espetáculos teatrais devem pensar duas vezes antes de ir à cidade, temendo prejuízos.

Por trás de uma idéia altruísta, uma grande bobagem! E um prejuízo aos empresários que, eventualmente, se transformará em um prejuízo para a população.

Cumprimento com o chapéu alheio é coisa de gente que não sabe como funciona a sociedade...

Um comentário:

Diego disse...

"Por trás de uma idéia altruísta, uma grande bobagem!"

O Brasil é feito desse tipo de idéia :P