segunda-feira, 7 de março de 2011

Direito sem sobrenome

O PoPa aprendeu, desde criança, que todos temos direitos e que nossos direitos acabam onde começam os dos outros. É uma lição simples, mas que vale uma vida inteira de ensinamentos. O PoPa acredita que ética, bons costumes, humanidade, se aprende em casa, na família. Famílias desajustadas criam pessoas desajustadas. E não há escola ou professor no mundo que consigam acomodar isso.

No Brasil atual e em muitos países, teima-se em ensinar ética e outras baboseiras na sala de aula. Escolas são para ensinar conteúdo de escola. Quem tem que ensinar a ser ético, a ser decente, é a família, o círculo social da criança e do adolescente. Se esta está desestruturada, de nada adianta - talvez até piore - as tentativas vãs de professores com teorias malucas.

Direito é uma daquelas palavras que não exigem "sobrenome". Direito é direito e fim de papo. Direito do homossexual, direito do idoso, direito da criança, da mulher... isso tudo é balela. Pessoas tem direito à vida, à segurança, à educação, à saúde, independente de raça, cor, credo, sexo, preferência sexual ou idade. É simples assim! Por que insistir em categorizar os direitos? Porque a sociedade não sabe garantir o direito de todos, talvez? Qual a lógica de ter uma fila especial para quem tem mais de 60 anos, quando existem pessoas com esta idade em perfeitas condições físicas e mentais - aliás, muitos melhores que alguns mais novos!

Todos temos direitos, sem categorização. O direito de ir e vir precisa ser garantido a todos e isso inclui as rampas e locais adaptados a quem tem dificuldades de locomoção. Não é, no entanto, um direito por terem algum tipo de deficiência, mas por serem cidadãos e precisarem que estas garantias sejam respeitadas.

Todos temos direito a montar uma família. Se esta família está composta de pessoas do mesmo sexo, ou mesmo de apenas um componente solteiro, qual o problema? A adoção, neste país, é uma grande hipocrisia. Para ter filhos, qualquer abestado está autorizado. Para adotar, exige-se uma qualificação que não existe na grande maioria dos lares brasileiros.

Todos temos direito à saúde, está na Constituição. Mas qualquer um que precise de uma consulta com especialista, sabe que isto não funciona assim. Meses podem passar até que a tal consulta seja feita. E mais alguns meses para os necessários exames. Se for realmente grave, a possibilidade de cura afasta-se completamente. Direito só para quem tem plano de saúde - e um bom advogado...

Todo brasileiro tem direito à educação. Está na Constituição, também! Mas basta uma caminhada pelos bairros da periferia para ver que este é outro direito que não existe na realidade. Escolas depredadas, professores despreparados, falta de segurança, falta de biblioteca, falta, falta, falta. Ao invés de providenciar um estudo básico decente, o governo prefere investir em cursos universitários, na criação de cotas e coisas do gênero. Onde está a lógica desta ação? Sem um bom estudo de base, não vamos ter um estudante universitário decente! O contrário, o investimento no ensino fundamental, eliminaria a necessidade destas ações caras e sem sentido e possibilitaria o acesso dos estudantes pobres aos bancos universitários, sem uso de cotas, apenas com sua capacidade. Mas, talvez, isso não interesse aos poderosos de plantão.

Todo brasileiro deveria ter direito ao trabalho. No entanto, o Brasil optou por impedir seus jovens de trabalhar, colocando-os na ilegalidade. Somente a partir dos 16 anos e com muitas exigências, uma empresa pode contratar. Com isso, menores carentes são obrigados a ter seu ganho na esmola, no tráfico, na prostituição. O PoPa é contra o trabalho infantil degradante ou pesado. Aliás, é contra este tipo de trabalho para qualquer idade. No entanto, adolescentes poderiam ter atividade econômica, por que não? Nos países de primeiro mundo, é comum crianças fazerem distribuição de jornais, serviços de babá e coisas do gênero, sem que isso configure uma exploração ou atrapalhe seus estudos e seu desenvolvimento. Ao contrário, criam um cidadão que respeita hierarquia e sabe o valor do dinheiro.

Todo brasileiro tem direitos, mas estes direitos acabam onde começam os dos outros. Lição simples e fundamental para a ética, a decência, a vida em sociedade.

2 comentários:

José de Araújo Madeiro disse...

PoPa,

Para meus direitos e que acabam onde começam os dos outros, chama-se direitos e deveres do Cidadão. Sem isto, sociedade nenhuma prospera. Só na cabeça dos petralhas e dos otários que votam neles.

Att. Madeiro

Diego disse...

O grande desastre é que direitos humanos sempre vai ser representado pelas pessoas mais estúpidas, mesmo que bem intencionadas.

Tentei achar uma palavra menos ofensiva, mas enfim :P