O Twitter tem sido superestimado por estes dias. Uma bela ferramenta de comunicação social, tem sua finalidade principal meio que desvirtuada, com campanhas sem sentido e que não funcionam, obviamente. Querem um exemplo? Imaginem que se faça uma campanha "Para de escrever, Fulado", onde este Fulano pode ser qualquer um das centenas de comentaristas que existem no Brasil. Para citar alguns aqui do Sul: Paulo Santana, LFV, Moarcir Scliar... O que aconteceria, em uma campanha como esta? Seus leitores habituais, que conhecem e gostam do estilo, vão continuar lendo-os. Eventualmente, alguém que não os conheça e veja a tal campanha, pode sentir-se atraído para saber do que se trata e, pronto!, outro leitor fisgado. O Restart não deixou de ser o que é e de ter os fãs que tem, por causa daquela "puta falta de sacanagem"! Aliás, o PoPa ficou sabendo que eles existiam, somente por causa daquilo (mas não foi fisgado...).
Tem quem tente traçar um paralelo entre a eleição de Obama e esta campanha brasileira, exagerando a atuação das redes sociais. O que não está sendo levado em conta, são as astronômicas diferenças de cultura e o fácil acesso à internet por aquele povo. E, principalmente, não se leva em conta que por lá, não é possível a mentira óbvia como método, pois seria imediatamente denunciada e punida.
O Twitter, junto com outras redes sociais, poderá ajudar os candidatos brasileiros, sem dúvida, mas com um bom uso, sem demagogias (aparentes, pois elas vão existir sempre) e sem ataques sem fundamento que possam gerar reações muito fortes do outro lado. O candidato poderá ter sua campanha disseminada por seus seguidores e poderá, eventualmente, ganhar alguns adeptos. Isso poderá acontecer com quem não está, ainda, com seu voto definido, que são nada menos de 40% do eleitorado, de acordo com o IBOPE. Mas este povo não tem internet, em sua maioria! Os formadores de opinião, no entanto, tem. Estes poderão ser municiados de boas - ou más - informações que, eventualmente, poderão mudar a opinião de seus "cabrestados", filhos, pais, empregados, colegas... algumas pessoas, mesmo sem querer, acabam influenciando os que os rodeiam e, exatamente por isso, são chamados de "formadores de opinião".
O Twitter tem algumas características muito interessantes. Por exemplo, não dá para seguir muita gente, senão, não se acompanha o que eles pensam e escrevem. Não dá para seguir gente que rettwita demais, pelo mesmo motivo, ou não se faz outra coisa na vida. A grande vantagem do sistema, é a possibilidade de bloquear uns e outros, reduzindo sua carga de mensagens para um nível que seja possível acompanhar. Com o tempo, as pessoas irão aprender a controlar isso e a rede será muito mais eficiente. Afinal, não dá para ficar lendo coisas como: está frio aqui... abriu um solzinho... acho que vai chover... Antigamente se dizia, "o que seria dos pobres de espírito, não fossem as variações climáticas". Em tempos de Twitter, estes pobres de espiríto encontraram um terreno fértil e estão proliferando, com suas twittadas sem fundamento e que só interessam a eles mesmos.
A campanha no Twitter do "Dia Sem Globo" foi, como não poderia deixar de ser, um fracasso. O "Cala Boca Galvão" deu mais visibilidade para o cara, cujos fãs não o abandonaram e, de quebra, ganhou um destaque internacional. Mas estas coisas servem para depurar a rede, com os bloqueios de gente que adere a campanhas sem nexo ou que se manifestam de forma muito diferente dos seus seguidores ou que são, simplesmente, chatos. O Twitter está aí - e é muito eficiente - para divulgação de eventos, fatos novos, notícias e conversa de grupos. Tudo mais só serve para mostrar que a rede pode muito, mas não pode tudo.
É de ter pena de quem está como responsável, nas campanhas políticas, das tais redes sociais. É trabalho insano, maluco, mas necessário. Vamos torcer para que sejam bem utilizadas e que não sirvam para disseminar mentiras e fofocas. Isto já é muito bem feito pela imprensa escrita e televisada...
Um comentário:
Popa, depois de ler essa mensagem deu uma vontade louca de twittar.
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