terça-feira, 7 de setembro de 2010

O limite da terra

Há uma campanha da Caritas, que pretende fazer um "plebiscito" para saber se a população concorda com um limite na área de propriedade. Plebiscito este, feito em igrejas, lugar que deveria ser de reza e meditação e não de movimentos socialistas.

Mas vamos por partes... a campanha afirma que a agricultura familiar e camponesa gera mais empregos e renda e que a pulverização da propriedade da terra seria suficiente para aumentar a produção de alimentos. Vamos com calma, católicos! Se isso fosse verdade, já teríamos uma produção de alimentos enorme, em função da grande (enorme, monstruosa) concessão de terras para assentamento. No entanto, não existe ainda um assentamento que seja, no mínimo, autos-suficiente. Dependem do governo, das bolsas, dos financiamentos a fundo perdido, da alimentação. Não conseguem viver pelas próprias pernas. E estes seriam capazes de prover a sociedade brasileira de alimentos básicos?

A igreja católica (sim, a Caritas - órgão da CNBB - é a própria igreja católica) entende que o agronegócio é responsável pela violência no campo (EPA! Invasões são promovidas exatamente pelo lado apoiado pela igreja!) e pelo trabalho escravo. Esquecem que tem sido o agronegócio que tem mantido o superávit tão querido do partido preferido deste pessoal.

Enfim, mais uma tramóia promovida pelos "movimentos sociais", para tolher a produção e a produtividade deste País. Mais uma tramóia travestida de consulta popular, tão ao gosto da gentalha que está tentando subverter a América Latina. Cuba importa 80% da sua alimentação, pela falta de disposição de qualquer um produzir, uma vez que nada receberá em troca. Venezuela, com sua riqueza baseada no petróleo, já importa alimentos e está implantando uma caderneta de racionamento, ao estilo cubano. Na Bolívia, as áreas que realmente produzem, estão reféns de um governo que prega a anarquia, a desestruturação do sistema produtivo e o aumento da produção de drogas. E o Brasil financia uma estrada para facilitar o escoamento desta "produção".

Ora, Igreja Católica! Ajoelha e reza! Larga de apoiar movimentos que querem reduzir a liberdade das pessoas, que querem a comunização da nossa sociedade. Vendam seus tesouros e propriedades para fazer o bem! E, lembrem-se, comunista não tem religião... Eles ganhando esta parada, a Igreja Católica dança. De verdade.

4 comentários:

fabio disse...

Caro blogueiro,

Primeiramente é importante colocar que essa é uma campanha da esquerda e que participa os setores de esquerda da igreja e não é algo próprio dos católicos, afinal, se todos os católicos fossem de esquerda os latifúndios já não existiriam a muito tempo.

Depois, quando você fala que não existe assentamento que se sustente você se baseia no puro achismo, preconceito e no senso comum da mídia tendenciosa, afinal, quando se fala em pequenas propriedades e agricultura familiar se inclui muitos e muitos assentamentos até mesmo centenários, assentamentos da época das imigrações e do governo Getúlio Vargas e dentro desses também se encontram alguns mais recentes que conseguiram se sustentar por estarem mais próximos a centros de consumos.

PoPa disse...

Não, Fábio, por dever de ofício, conheço praticamente todos os assentamentos gaúchos. E nenhum deles é produtivo. Agora, agricultura familiar é outra coisa, que nada tem a ver com o que este povo quer.

Em um ou outro lugar, existem áreas, originalmente de assentamentos, que são produtivas. Mas não tem os usuários originais e sim, verdadeiros campesinos que adquiriram os lotes. Prática, aliás, ilegal.

Quanto aos assentamentos centenários, óbvio! Foram feitos por colonos que trabalharam de sol a sol. E pagaram por suas terras, muitas vezes sendo enganados por pessoas inescrupulosas! E era gente que já era da terra, não desempregados urbanos que fazem parte do mst.

Estes colonos não tem nada a ver com o que vemos nos últimos governos, notadamente no de FHC e no de Lula.

Agora, assentamentos do mst, posso te confirmar que não é achismo. Eles não produzem, mesmo!

nedelande disse...

Tem que se fazer uma diferença básica. Assentamento feito com agricultores é uma coisa, feito com pessoal que nunca viu uma enxada na vida é outra coisa completamente diferente. Os filhos, netos e bisnetos de agricultores do norte gaúcho colonizaram, sem auxilio do governo, o oeste catarinense, o oeste paranaense, mato grosso do sul, mato grosso, sul do Maranhão, rondônia, roraima, paraguai etc.. Alguns, pela sua capacidade, se transformando em grandes produtores. Já os assentamentos feitos em sua maioria com o lumpesinato, concordo com o PobrePampa não produzem praticamente nada. Infelizmente isto não é totalmente verdade, no Mato Grosso produzem e comercializam carvão as custas das queimadas criminosas do cerrado.

Roberto disse...

Na Índia, há séculos a propriedade rural popular não pode ultrapassar 5 hectares. Imaginem isso num país com 1/3 do tamanho do Brasil e uma população 6 vezes maior (1 bilhão e 200 milhões de habitantes). Propriedades tão pequenas certamente contribuem para o empobrecimento geral, já que não permitem que agricultores e criadores se dediquem a desenvolver estas atividades, mantedo-os no limíte mínimo da subsistência.
E agora querem trazer para cá esta tranqueira!