Sem medo do futuro

O PoPa até já declarou seu voto, embora não com muita convicção. Mas foi uma escolha fácil, sem problemas maiores, uma vez que tratou apenas de eliminar candidatos que não demonstraram capacidade suficiente para falar e expor suas idéias e, consequentemente, para governar o País.

Mas e se for eleito outro, que não o que levará o voto do PoPa? Bem, democracia tem destas coisas... Mas, apesar de recente, a democracia brasileira já está quase amadurecida. Quase, pois ainda temos resquícios da ditadura, como alguma pretensão de amordaçar a imprensa, um executivo que legisla (e nem só urgências, mas muita bobagem) e um legislativo que é, digamos, muito suscetível a pressões nem sempre lícitas. O mensalão é um caso típico de pressão, apenas para citar um.

De qualquer forma, o Brasil sobreviverá a qualquer candidato que se eleja. Mesmo Plínio, com suas idéias radicais, seria devidamente cerceado nas ações muito fora do contexto. O Brasil sobreviverá a Dilma, pois seus associados são os que sempre estiveram no poder, de uma ou outra forma. Marina também terá suas dificuldades para colocar em prática as ações ecológicas. O PoPa considera que a preocupação dela com a Amazônia é positiva e muito necessária, mas ela própria admite a existência de uma agricultura empresarial e do agronegócio em si. E Serra? Bem, já tivemos a experiência de FHC no governo, mas não dá para traçar um paralelo direto entre os dois. São personagens distintos, apesar do mesmo partido. Serra é mais administrador, enquanto FHC foi mais estadista. Outros tempos, talvez. O Brasil também sobreviverá a Serra, embora neste caso específico, haverá uma oposição raivosa e constante como, aliás, já tivemos. O partido que quis barrar o Plano Real, que não assinou a Constituição, que foi contra as reformas básicas, vai ser o mesmo? Ou terá aprendido alguma coisa? Difícil saber, mas o PoPa não tem medo do futuro. O Brasil é maior que todos eles.