sexta-feira, 11 de maio de 2007

Por que assentamentos não são produtivos?

Esta semana, finalmente descobri o motivo pelo qual os assentamentos não produzem absolutamente nada. Esta semana, a coordenação estadual do MST entrou com uma ação na justiça federal, pedindo a anulação dos contratos da "poupança verde" que alguns assentados fizeram com a Votorantim. O argumento? "o plantio de espécies exóticas em assentamentos é proibido pela legislação ambiental". Então, claro, não podem plantar arroz, feijão, trigo, pêssego, citros... Mas, caramba! A legislação AMBIENTAL faz este tipo de discriminação com os assentamentos? Ainda bem que o MST tem sua patrulha para impedir alguns assentados de produzirem e quebrarem a lei!

Também não sabia que uma entidade sem personalidade jurídica pudesse entrar na justiça...

Imagem: Tanques na Praça da Paz Celestial (China). O que tem a ver com este assunto? Nada, gosto da imagem de um solitário personagem contra a força bruta do comunismo.

9 comentários:

nedelande disse...

Não entendi esta história de anulação de contratos. Não é mais simples fazer uma auto-invasão e destruir os eucaliptos?

nedelande disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
nedelande disse...

Nem bem postei o comentário acima e o MST seguiu minha sugestão. Militantes auto-invadiram um assentamento e cortaram todos os jovens pés de eucaliptos ali plantados. Me pareceu que era uma recomendação bem razoável e sem riscos considerando que o MST costuma invadir propriedades dos outros a vontade e nunca acontece nada. Ledo engano. Me penitencio em ter dado uma recomendação que levou ao indiciamento pessoas que apenas procuravam erradicar de suas propriedades uma espécie exótica sabidamente proibida pelo INCRA. Me explique esta, Pobre Pampa.

Carlos Silva disse...

Não foi uma autoinvasão! Grupos do MST invadiram lotes de assentados. Gente que, eventualmente, gostaria de produzir alguma coisa e foi isto que buscaram na parceria com a Votorantin. Os donos dos lotes não participaram do "evento", mas tiveram que aceitar. Sabe como é a democracia do movimento.

nedelande disse...

Ah Buggyman, entendi. O Ovo da Serpente. O MST começa a gerar um novo inimigo - os assentados. Interesses diferentes. Não vou me surprender se os assentados entrarem na justiça contra o MST.

PoPa disse...

Parece que eles lutam para serem proprietários. Logo, quando ganham seu lote, deixam de ser "sem terra" e passam para a condição de "assentados". Alguns parecem tomar gosto pela coisa e querem ser "produtores rurais". Aí, a coisa começa a complicar...

nedelande disse...

O MST é um movimento essencialmente capitalista só que conduzido como se fosse socialista. Ai surgem as contradições internas, como esta que estamos falando. A formação de pequenos produtores rurais com suas propriedades individuais não passa de desviacionismo de direita. A minha sugestão para o movimento é que os assentamentos passassem a ser coletivos tipo os kolkoses da ex-União Soviética. Não iria dar certo igual mas pelo menos seria mais coerente. Uma brilhante explanação sobre o assunto pode ser encontrada no endereço: http://www.marxists.org/portugues/stalin/1929/12/28.htm

José Elesbán disse...

Absolutamente nada é meio forte. Coloquei algo em meu blog sobre o assunto. Eles têm lojas em Porto Alegre. Também já encontrei leite pasteurizado produzido por assentados do MST aqui por Porto Alegre.

PoPa disse...

Tens razão, Zé Alfredo. Alguns estão estimulados a produzir, como os assentamentos de Candiota que produzem leite e alguns outros, principalmente na metade norte, que produzem embutidos, queijos e outros produtos. Mas minha afirmação foi mais ou menos na linha dos que dizem que todos as médias e grandes propriedades da metade sul são improdutivas. A generalização é sempre perigosa, realmente.

Especificamente neste post, eu quis fazer uma piada com os que destruíram as mudas de eucalíptos e defendem esta posição. Em nenhum dos casos, os proprietários dos lotes interagiram com a destruição, pois eles saíram perdendo nesta história. Ou seja, foi uma imposição do movimento! E eles justificaram dizendo que nenhuma espécie exótica poderia estar nos lotes. Isto, claro, deve incluir as vacas leiteiras, porcos e outros produtos agropecuários, que também são exóticos. Claro que não foi isto que eles quiseram dizer, mas foi isto que disseram. Ignorância ou má interpretação do jornalista?
Por que tentaram plantar alguma coisa no início de maio lá em Pedro Osório? Eles não seriam agricultores?