sábado, 30 de abril de 2011

Paloma Jorge Amado e um louco no aeroporto de Paris

Lá vai o PoPa com mais um corta-e-cola, de um texto originalmente postado no Facebook da própria autora e que foi replicado no Blog da Cláudia (http://claudiawas.blogspot.com/2011/04/odeio-prepotencia-por-paloma-jorge.html?spref=fb) e no Augusto Nunes. O político é o mesmo que está sendo "perseguido pela imprensa" e, respeitando o que Paloma soliticou à Cláudia, o PoPa também não vai dizer o nome da fera. Mas a identificação é bem fácil...

Odeio Prepotência

Paloma Jorge Amado*


Era 1998, estavamos em Paris, papai já bem doente participara da Feira do Livro de Paris e recebera o doutoramento na Sorbonne, o que o deixou muito feliz. De repente, uma imensa crise de saude se abateu sobre ele, foram muitas noites sem dormir, só mamãe e eu com ele. Uma pequena melhora e fomos tomar o aviao da Varig (que saudades) para Salvador.

Mamãe juntou tudo que mais gostavam no apartamento onde não mais voltaria e colocou em malas. Empurrando a cadeira de rodas de papai, ela o levou para uma sala reservada. E eu, com dois carrinhos, somando mais de 10 malas, entrava na fila da primeira classe. Em seguida chegou um casal que eu logo reconheci, era um politico do Sul (nao lembro se na época era senador ou governador, já foi tantas vezes os dois, que fica dificil lembrar). A mulher parecia uma arvore de Natal, cheia de saltos, cordões de ouros e berloques (Calá, com sua graça, diria: o jegue da festa do Bonfim). É claro que eu estava de jeans e tênis, absolutamente exausta. De repente, a senhora bate no meu ombro e diz: Moça, esta fila é da primeira classe, a de turistas é aquela ao fundo. Me armei de paciência e respondi: Sim, senhora, eu sei. Queria ter dito que eu pagara minha passagem enquanto a dela o povo pagara, mas nao disse. Ficou por isso. De repente, o senhor disse à mulher, bem alto para que eu escutasse: até parece que vai de mudança, como os retirantes nordestinos. Eu só sorri. Terminei o check in e fui encontrar meus pais.

Pouco depois bateram à porta, era o casal querendo cumprimentar o escritor. Não mandei a putaquepariu, apesar de desejar fazê-lo, educadamente disse não. Hoje, quando vi na tv o Senador dizendo que foi agredido por um repórter, por isso tomou seu gravador, apagou seu chip, eteceteraetal, fiquei muito retada, me deu uma crise de mariasampaismo e resolvi contar este triste episódio pelo qual passei. Só eu e o gerente da Varig fomos testemunhas deste episódio, meus pais nunca souberam de nada…

* Paloma Jorge Amado é psicóloga.
Define a sua preferência política desta forma. “Sou livre pensadora. Odeio tudo que é contra o povo, reacionário, retrógrado, preconceituoso. Se tivesse que escolher uma ala, escolheria a das Baianas.”

Brancos, tremei!

O IBGE afirma que o Brasil está menos branco. Baixou o número de pessoas que se declara branco no censo populacional. Agora os brancos, ainda maioria, abrangem 47% da população brasileira, enquanto os negros passaram de 6 para 7%.

A verdade é que o Brasil é mestiço, gostem ou não. Para saber a realidade além da pele - se é que isso é importante - o Brasil deveria fazer um exame de DNA em toda a população. Afinal, genética é algo muito interessante. Gente com pele escura pode ter mais ascendência européia que muita gente de pele clara. Um exemplo que já é clássico: Neguinho da Beija Flor tem 67% de sangue europeu... e daí? Muda alguma coisa?

O PoPa entende que um censo pode ter finalidades estatísticas interessantes e importantes. No entanto, acha que a cor da pele não é uma delas. Qual o objetivo de saber o que cada um se declara, em termos de cor da pele? Qual o resultado prático de uma pesquisa como esta? No Brasil miscigenado, podem existir brancos puros, em áreas de colonização européia que ficaram muito tempo isoladas, como algumas colônias alemãs e italianas no RS e SC. Mas estas colônias foram segregadas pelos outros brancos dominadores na época da colonização e, no sentido de preservação, isolaram-se. Algumas poucas abastadas famílias brasileiras podem ter permanecido como "puro branco", por preconceito, mas isso é absoluta e total minoria.

No lado contrário desta moeda, o PoPa acredita não existirem mais negros "puros", pois a realidade social encarregou-se de misturar genetica e afetivamente com outras "cores de pele" (o PoPa não admite a existência de "raças" humanas).

Encerrando, o PoPa tem convicção que a maior discriminação existente no Brasil, é quanto à condição social. Os pobres são discriminados quase em sua totalidade e a maior discriminação a eles, vem do próprio governo, que não lhes dá um ensino decente, não proporciona saúde decente, não provém aposentadorias decentes. Isto é segregação real, palpável, ignóbil. E independe da cor da pele para existir. As chamadas ações positivas apenas mascaram o problema real.

Acorda, classe média que pensa ser branca! Luta para que esta população pobre tenha acesso a ensino, saúde e segurança. Disto vai depender o futuro de todos os brasileiros. Dos teus filhos, inclusive e principalmente.

Por que o espanto com a volta ao partido?

O PoPa acha engraçado que tanta gente estranhe o fato de que "aquele do mensalão" esteja voltando para seu partido de origem. Qual o espanto? Ele é a essência deste partido, a mola mestra que deu a propulsão para que ele - o partido - tivesse o sucesso que tem.

O que mais espanta o PoPa é a fraqueza - para ficar em uma palavra socialmente aceita - da oposição em relação ao governo deste partido. Mais que espanta, impressiona!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sem terra, invasões e comidinha grátis

Este vídeo, o PoPa pegou no blog do Reinaldo Azevedo. Como alguns dos dez leitores do PoPa não acompanham este jornalista, ele resolveu colocar por aqui. Assistam mas contenham a indignação para as eleições...



O título está errado propositadamente. A comida não foi gratuita. Nós pagamos. Tu pagastes esta conta!

Oposição, que oposição?

Existem dois momentos de governo no Brasil. O que conta com a oposição sistemática, fria, calculista e isenta de qualquer tipo de apoio "para o bem do Brasil" e o governo atual que, além de não ter oposição em termos numéricos, o que sobra é de uma incompetência atroz!

Um partido que teve mais de 40 milhões de votos, está jogando tudo isso na lata do lixo da história. Cria-se outro que não é "nem de centro, nem de direita, nem de esquerda", mas que está preparado para prover o tal "apoio para o bem do Brasil" e tudo segue desta maneira. A lição de FHC, em seu artigo, está sendo bem usada pelos partidos da situação que, percebendo esta falha no atendimento de uma importante fração do eleitorado, já está se preparando para colocá-la em sua cesta.

O que dizer disso? Que o Brasil, infelizmente, está sem Políticos verdadeiros e está coalhado de políticos mesquinhos e egoístas. Sim, devem existir uma ou duas excessões...

Cuidado, Cpers!

Em suas leituras matinais, o PoPa leu na ZH que o Cpers e o PSOL manifestaram-se contra o pacotaço do governador gaúcho. Bem, na verdade, não contra o pacote mas apenas contra o que pisa no calo deles, que é o aumento da contribuição previdencial. O que estes calorosos amantes do funcionalismo não dizem, é que o desconto é irrisório perante os benefícios. Funcionário público aposenta-se com o valor do salário atualizado, ao contrário do trabalhador do setor privado que é arrasado quando se aposenta e, ano a ano, vai perdendo valor nesta aposentadoria.

O que estes valorosos defensores dos funcionários públicos não dizem, é que toda a sociedade paga pelo déficit deste sistema. Mas o PoPa concorda que esta não é uma coisa a ser resolvida por um projeto simples. O Estado precisa fazer um estudo autuarial sério para saber o que é preciso descontar dos funcionários para garantir a aposentadoria legal e necessária para cada um deles. E preparar recursos para resgatar o histórico déficit, pois os atuais funcionários não tem que pagar pelos erros do passado.

Uma coisa é certa. Para manter este tipo de aposentadoria privilegiada, existe um custo e este custo precisa ser suportado por um sistema transparente, que não onere a sociedade pagadora de impostos. Mas o Cpers que se cuide, pode ser e, muito provavelmente é,  um custo maior que o deste pacote...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pacotaço gaúcho

Nosso governador está preparando um pacote de medidas para ampliar a arrecadação do governo. É bom que isto seja feito, desde que os recursos sejam utilizados para o bem estar da população e para o financiamento do desenvolvimento. Uma parte da grana já está comprometida com a contratação - sem concurso - de centenas de companheiros que deverão levar adiante o trabalho duro de prospectar negócios e promover o futuro. Claro que seria impossível encontrar gente competente nas fileiras do serviço público!

Os professores começaram a chiar. Depois de um aumento pífio, aceito com aplauso pelo sindicato da categoria, o governador anuncia que vai aumentar o desconto da previdência. Dá (pouco) com uma mão e tira com a outra. Yeda iniciou seu governo tentando fazer algo parecido e não foi permitido. Mesmo assim, conseguiu fazer uma boa limpeza nas contas públicas. Desta vez, a Assembléia estará de joelhos, sem discutir?

A Gerente, quem diria, aderiu à privataria.

Mesmo o óbvio, às vezes, pode ser impactante. Quem diria que o governo do pt iria iniciar privatizações em serviços públicos? O PoPa nem leu as explicações para que a gerente tenha tomado a decisão de entregar à iniciativa privada, a ampliação dos aeroportos brasileiros. Era uma decisão óbvia para qualquer governante decente. Mas que é estranho, é. A Gerente, quem diria, aderiu à privataria...

A propósito, é sempre bom lembrar que gerentes não planejam, apenas executam o que outros planejaram. Mas isso não importa. Importa é saber que agora os aeroportos irão sair do papel. O que isto custará para a sociedade, só o tempo dira pois, como o próprio pt afirma(va), capitalistas sempre estão à espreita de surrupiar o bem público.

O "desencarnado" e a história do Brasil

Em suas leituras matinais, o PoPa andou lendo as últimas declarações de Lula sobre ser ex-presidente. Ele alega que está sendo muito difícil “desencarnar” do cargo. E segue falando sobre o atual governo, o que deveria fazer e o que está fazendo e pedindo aos companheiros que entendam a atual presidente e respeitem seus erros (!!). Claro que, depois de declarar estas coisas, acusou seu antecessor de não saber ser um ex-presidente e que ele, o cara, ensinaria como é que se comporta um ex-presidente.

Interessante isso. Faz o que diz que os outros fazem, acusa os outros de fazerem o que ele faz. É possível que, em algum lugar do futuro, esta figura seja estudada e desvendada. Mas, se isso acontecer, ficará entre acadêmicos e nada será conhecido do “povão”.

Aliás, o que se conhece dos ex-presidentes brasileiros? Não estudamos sequer a sequência dos mesmos, não sabemos sobre a história do Brasil. Aprendemos, em algumas páginas, o que foi a Inconfidência Mineira, em uma página, aprendemos o que aconteceu nos dez anos da Revolução Farroupilha. Sabemos da “abertura dos portos às nações amigas” e tantas outras baboseiras, mas não sabemos o que levou a estes fatos, o que aconteceu antes e depois. Quais as causas, quais as conseqüências. Nosso País tem história! Mas nós, o “povão” não a conhecemos!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Rui Biriva e Elton Saldanha - Castelhana (Galpão Crioulo 2007)

Rui Biriva faleceu aos 52 anos, ontem à noite. Esta é uma das músicas gaudérias preferidas do PoPa, de autoria do próprio Rui.