O PoPa sempre teve desconfiança das tais "emendas parlamentares". Sempre pensou que incluir investimentos no orçamento federal não deveria estar nas atribuições do deputado, pois isto poderia ofuscar seu dever de fiscalizar a confecção e a aplicação do tal orçamento. O deputado coloca a construção de uma creche na sua base eleitoral e deixa passar, em contrapartida, coisas que não deveria. Em um congresso onde a negociação está tão em alta, não dá para duvidar que isto também seja negociado.
Prova disso, é a notícia que o PoPa leu no Estadão, sobre cortes no orçamento, devido à crise. Claro que o pac não será afetado (mas ele está sendo aplicado?), segundo declarações do executivo. Mas alguma coisa vai ter que ceder! "Será uma sexta-feira negra", resumiu um ministro. "Se cortarem as emendas individuais de deputados e senadores, o governo terá muito problema para administrar a Câmara e o Senado em um ano pré-eleitoral", afirmou o senador Delcídio Amaral (PT-MS), relator do Orçamento de 2009.
Conforme o ilustre senador, a negociata existe e está valendo...
Depois dessa, o PoPa já tem certeza que a duplicação da BR392 fica pra próxima.
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quinta-feira, 19 de março de 2009
domingo, 30 de março de 2008
Família Feliz
Que nossos bandidos copiam os sistemas mafiosos, ninguém nunca duvidou disso. Mas agora eles começaram a se chamar de "família"! A notícia do Estadão é interessante pois, além de registrar que eles agora são uma família, também registra que têm "parentes" na Bolívia, no Paraguai e na Colômbia. Farcs também são parte desta imensa e criminosa família.
O primeiro encontro foi em Corumbá (MS). Era uma noite de sábado. Vindos de São Paulo, os emissários foram hospedados na cidade e levados à fronteira com a Bolívia na manhã do dia seguinte. Miguel, filho de Dom Eduardo, homem influente na região de Porto Quijaro, recebeu-os. Assim começou a viagem que tinha como objetivo fazer da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) uma organização internacional de tráfico de drogas, fechando um acordo com traficantes bolivianos ligados às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Buscava-se garantir o fornecimento de 1 tonelada de cocaína por mês, além de fuzis e explosivos para atentados... Leia o restante da notícia...
O primeiro encontro foi em Corumbá (MS). Era uma noite de sábado. Vindos de São Paulo, os emissários foram hospedados na cidade e levados à fronteira com a Bolívia na manhã do dia seguinte. Miguel, filho de Dom Eduardo, homem influente na região de Porto Quijaro, recebeu-os. Assim começou a viagem que tinha como objetivo fazer da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) uma organização internacional de tráfico de drogas, fechando um acordo com traficantes bolivianos ligados às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Buscava-se garantir o fornecimento de 1 tonelada de cocaína por mês, além de fuzis e explosivos para atentados... Leia o restante da notícia...
quarta-feira, 26 de março de 2008
Arrogância e audácia
O editorial do Estadão de hoje. Mais um "corta e cola" do PoPa...
A visita do ministro da Defesa a Washington teve ao menos um ponto positivo. Graças à cobertura que a imprensa deu aos encontros do ministro Nelson Jobim com as autoridades norte-americanas, os brasileiros puderam conhecer alguns poucos detalhes do projeto que ele está propondo aos países da América do Sul. Até então, sabia-se apenas que havia proposto a seus colegas da Argentina e do Chile a criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa; que, segundo ele, seria uma realização capaz de mudar o panorama estratégico da região, que passaria a ter influência decisiva nos foros globais; e que todos os países da América do Sul seriam convidados para integrar o organismo.
Num discurso para 14 dos 27 representantes dos países membros da Junta Interamericana de Defesa (JID), o ministro Nelson Jobim decretou que "chega de pensar pequeno. Pensar pequeno significa dependência, significa continuar pequeno. É preciso arrogância estratégica e a audácia do enfrentamento dos nossos problemas, com a coesão dos países da região". E assim os brasileiros foram os últimos a saber que seu governo está empenhado em criar um organismo internacional "que possa articular na América do Sul a elaboração de políticas de defesa, intercâmbio de pessoal, formação e treinamento de militares, realização de exercícios militares conjuntos, participação conjunta em missões de paz da ONU, integração de bases industriais de defesa".
A criação de um organismo que cuide disso tudo, compatibilizando as políticas externa, de defesa e industrial de uma dúzia de países tão diferentes quanto o Suriname do Brasil já seria um prodígio. Mas não para o ministro Nelson Jobim. Tomado de "arrogância estratégica" e "audácia do enfrentamento", ele quer que o tal Conselho seja um órgão "proativo", com capacidade executiva e operacional, para "não ter nossas posições manipuladas por outros grupos e interesses". (Leia-se Estados Unidos.) Ora, desde que d. Pedro I gritou "laços fora", as posições brasileiras não são manipuladas por quem quer que seja. A frase foi injusta com o próprio governo ao qual o ministro pertence e injuriosa para todos os países da região. Preferimos creditá-la a um arroubo de retórica.
O grave é propor a criação de um organismo de natureza militar - pois é a isso que remete o termo "defesa" - com capacidade executiva e operacional para formular e implementar políticas no plano internacional. Pela ordem jurídica que vige nos países sul-americanos, em tempos de paz, as suas políticas externas são de responsabilidade dos diplomatas, sob supervisão direta do presidente da República, e os objetivos de suas políticas de defesa se subordinam às necessidades da política externa. O projeto do ministro Jobim somente teria sentido se a América do Sul estivesse, unida, em pé de guerra contra um inimigo extra-regional.
Esse projeto encontrará outros obstáculos. O representante da Argentina na JID enunciou um deles. "Como se enquadraria esse órgão numa região onde há possibilidades de conflitos? O que acontecerá quando houver crise entre os países?" Mas não é preciso considerar essa hipótese extrema. O que se propõe é a criação de um órgão coordenador da defesa - em seu sentido amplo - de todo um subcontinente que não consegue harmonia política suficiente para montar um sistema integrado de comércio. Pior ainda, que há décadas ensaia, sem conseguir realizá-la, a sua integração física na área dos transportes.
A integração da defesa é a última etapa dos processos de integração regional. Envolve, mais que a soberania, a sobrevivência da nação e, por isso, os países relutam em abrir mão de sua autonomia nessa área. A União Européia, por exemplo, até hoje não saiu do estágio inicial da integração militar. Para garantir a sua segurança coletiva, confia, em última instância, na OTAN. Na América do Sul, o Mercosul está estagnado, sem conseguir aplicar sequer a tarifa externa comum e a Comunidade Sul-americana de Nações não passa de uma quimera. Não há, portanto, condições objetivas para a integração militar.
O recente episódio envolvendo a Colômbia e o Equador mostrou que a OEA continua sendo o foro regional provedor de segurança coletiva - e que os Estados Unidos sabem se comportar com discrição numa crise sul-americana. Nessas condições, arrogância e audácia não mudarão a realidade para melhor.
O PoPa ficou pasmo com as declarações do marechal Jobim, que demonstra uma sutileza de elefante para tratar de questões tão delicadas. E isto não seria um assunto para estar sendo discutido no congresso? Com a sociedade? Não é isto importante o suficiente para que o brasileiro comum saiba o que passa pela cabeça desta gente?
A visita do ministro da Defesa a Washington teve ao menos um ponto positivo. Graças à cobertura que a imprensa deu aos encontros do ministro Nelson Jobim com as autoridades norte-americanas, os brasileiros puderam conhecer alguns poucos detalhes do projeto que ele está propondo aos países da América do Sul. Até então, sabia-se apenas que havia proposto a seus colegas da Argentina e do Chile a criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa; que, segundo ele, seria uma realização capaz de mudar o panorama estratégico da região, que passaria a ter influência decisiva nos foros globais; e que todos os países da América do Sul seriam convidados para integrar o organismo.
Num discurso para 14 dos 27 representantes dos países membros da Junta Interamericana de Defesa (JID), o ministro Nelson Jobim decretou que "chega de pensar pequeno. Pensar pequeno significa dependência, significa continuar pequeno. É preciso arrogância estratégica e a audácia do enfrentamento dos nossos problemas, com a coesão dos países da região". E assim os brasileiros foram os últimos a saber que seu governo está empenhado em criar um organismo internacional "que possa articular na América do Sul a elaboração de políticas de defesa, intercâmbio de pessoal, formação e treinamento de militares, realização de exercícios militares conjuntos, participação conjunta em missões de paz da ONU, integração de bases industriais de defesa".
A criação de um organismo que cuide disso tudo, compatibilizando as políticas externa, de defesa e industrial de uma dúzia de países tão diferentes quanto o Suriname do Brasil já seria um prodígio. Mas não para o ministro Nelson Jobim. Tomado de "arrogância estratégica" e "audácia do enfrentamento", ele quer que o tal Conselho seja um órgão "proativo", com capacidade executiva e operacional, para "não ter nossas posições manipuladas por outros grupos e interesses". (Leia-se Estados Unidos.) Ora, desde que d. Pedro I gritou "laços fora", as posições brasileiras não são manipuladas por quem quer que seja. A frase foi injusta com o próprio governo ao qual o ministro pertence e injuriosa para todos os países da região. Preferimos creditá-la a um arroubo de retórica.
O grave é propor a criação de um organismo de natureza militar - pois é a isso que remete o termo "defesa" - com capacidade executiva e operacional para formular e implementar políticas no plano internacional. Pela ordem jurídica que vige nos países sul-americanos, em tempos de paz, as suas políticas externas são de responsabilidade dos diplomatas, sob supervisão direta do presidente da República, e os objetivos de suas políticas de defesa se subordinam às necessidades da política externa. O projeto do ministro Jobim somente teria sentido se a América do Sul estivesse, unida, em pé de guerra contra um inimigo extra-regional.
Esse projeto encontrará outros obstáculos. O representante da Argentina na JID enunciou um deles. "Como se enquadraria esse órgão numa região onde há possibilidades de conflitos? O que acontecerá quando houver crise entre os países?" Mas não é preciso considerar essa hipótese extrema. O que se propõe é a criação de um órgão coordenador da defesa - em seu sentido amplo - de todo um subcontinente que não consegue harmonia política suficiente para montar um sistema integrado de comércio. Pior ainda, que há décadas ensaia, sem conseguir realizá-la, a sua integração física na área dos transportes.
A integração da defesa é a última etapa dos processos de integração regional. Envolve, mais que a soberania, a sobrevivência da nação e, por isso, os países relutam em abrir mão de sua autonomia nessa área. A União Européia, por exemplo, até hoje não saiu do estágio inicial da integração militar. Para garantir a sua segurança coletiva, confia, em última instância, na OTAN. Na América do Sul, o Mercosul está estagnado, sem conseguir aplicar sequer a tarifa externa comum e a Comunidade Sul-americana de Nações não passa de uma quimera. Não há, portanto, condições objetivas para a integração militar.
O recente episódio envolvendo a Colômbia e o Equador mostrou que a OEA continua sendo o foro regional provedor de segurança coletiva - e que os Estados Unidos sabem se comportar com discrição numa crise sul-americana. Nessas condições, arrogância e audácia não mudarão a realidade para melhor.
O PoPa ficou pasmo com as declarações do marechal Jobim, que demonstra uma sutileza de elefante para tratar de questões tão delicadas. E isto não seria um assunto para estar sendo discutido no congresso? Com a sociedade? Não é isto importante o suficiente para que o brasileiro comum saiba o que passa pela cabeça desta gente?
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
A perversidade das Farc
Os dez leitores do PoPa sabem que ele não faz o estilo "corta/cola". Ok, faz um pouquinho... Mas este editorial do Estadão de hoje, é por demais eloquente e dispensa qualquer comentário:
A cena foi transmitida pela emissora estatal venezuelana Telesur, a única autorizada a documentar a entrega de quatro reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a representantes do governo de Caracas e da Cruz Vermelha, em um ponto da Amazônia colombiana apropriadamente chamado El Retorno. A única mulher do grupo de libertados depois de mais de seis anos de captura, a ex-senadora Gloria Polanco, recebe flores de uma guerrilheira, agradece e diz o que vai fazer com elas: "Vou depositar no túmulo de meu marido, os quatro ramos, um de cada um dos meus filhos e o outro meu." Poucas imagens - e palavras - poderiam ser mais lancinantes do que essa na crônica de horrores protagonizada pela organização narcoterrorista que mantém em cativeiro centenas de pessoas, algumas há um decênio.
A história da ex-senadora, afinal, é uma ilustração insuperavelmente fiel da desumanidade desse exército de delinqüentes "revolucionários". Em julho de 2001, Gloria foi seqüestrada com dois dos seus três filhos, então com 15 e 17 anos, por um bando que invadiu o prédio em que moravam na cidade de Neiva, no sul da Colômbia. Sete meses depois, ela foi separada dos jovens e incluída no infame rol de "reféns políticos", hoje na casa de 40, que as Farc querem trocar por 500 dos seus que se encontram presos. À época, mesmo ausente, ela foi eleita para o Congresso pelo Partido Conservador - com a maior votação daquele pleito. O seu marido e correligionário, ex-deputado e ex-governador, Jaime Lozada, conseguiu comprar a libertação dos filhos, pagando o resgate em parcelas. Eles recuperaram a liberdade em julho de 2004. Um ano e meio depois, num ataque a tiros e explosivos, Lozada foi assassinado - aparentemente, por ter atrasado uma prestação.
A promessa da viúva de levar a seu túmulo as flores do mal - literalmente - exprime tudo o que pode separar a decência humana da criminalidade hedionda dos terroristas que, embora na defensiva hoje em dia, continuam na sua faina assassina que atormenta o povo colombiano. Para libertar outros reféns, as Farc ainda se dão ao escárnio de exigir, além da soltura de 500 guerrilheiros, que o presidente Álvaro Uribe decrete a desmilitarização, por 45 dias, das áreas onde se situam os municípios de Pradera e Florida e onde se daria o escambo. Naturalmente, tratando-se de uma região próxima de Cali, a terceira maior cidade do país, seria uma temeridade o governo de Bogotá aceitar a imposição dos bandidos. Blefando ou não, as Farc anunciaram o fim abrupto das "liberações unilaterais" iniciadas em janeiro com a entrega de uma ex-senadora e de uma auxiliar de sua mais conhecida vítima, Ingrid Betancourt.
Seqüestrada em fevereiro de 2002, quando candidata à presidência da Colômbia, a então senadora, agora a única mulher refém dos facínoras, tem sido especialmente maltratada por eles. Um dos quatro libertados anteontem, o também ex-senador Luis Eladio Pérez - que contou em detalhes revoltantes as agruras a que eram todos submetidos -, descreveu Ingrid, com quem esteve no começo do mês, como "fisicamente esgotada" e correndo risco de vida. Pérez relatou que ela é mantida "em condições infra-humanas". Em Caracas, para onde os ex-cativos foram finalmente conduzidos, no papel de coadjuvantes involuntários do show do bom amigo das Farc, Hugo Chávez, Gloria Polanco reiterou que o estado de Ingrid é desesperador. Nem assim, o caudilho se dispôs a demandar a sua soltura.
Numa apoteose de cinismo, dirigiu-se diretamente ao chefão da narcoguerrilha, Manuel Marulanda, a quem pediu que transferisse a prisioneira para "um comando" mais próximo dele, "enquanto continuamos abrindo o caminho para a sua liberação definitiva" - como se os padecimentos a ela infligidos não tivessem sido determinados pelo mesmo Marulanda, qualquer que fosse o pedaço de inferno que fosse obrigada a habitar. Chávez ainda se gabou de estar fazendo "tudo o que pudermos para liberar até o último dos seqüestrados" - como se as Farc estivessem propensas, apenas para enaltecer perante o mundo a figura do caudilho aliado, a renunciar ao seu poder de barganha. O que a quadrilha do narcotráfico pretende é ser reconhecida como força beligerante legítima.
A cena foi transmitida pela emissora estatal venezuelana Telesur, a única autorizada a documentar a entrega de quatro reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a representantes do governo de Caracas e da Cruz Vermelha, em um ponto da Amazônia colombiana apropriadamente chamado El Retorno. A única mulher do grupo de libertados depois de mais de seis anos de captura, a ex-senadora Gloria Polanco, recebe flores de uma guerrilheira, agradece e diz o que vai fazer com elas: "Vou depositar no túmulo de meu marido, os quatro ramos, um de cada um dos meus filhos e o outro meu." Poucas imagens - e palavras - poderiam ser mais lancinantes do que essa na crônica de horrores protagonizada pela organização narcoterrorista que mantém em cativeiro centenas de pessoas, algumas há um decênio.
A história da ex-senadora, afinal, é uma ilustração insuperavelmente fiel da desumanidade desse exército de delinqüentes "revolucionários". Em julho de 2001, Gloria foi seqüestrada com dois dos seus três filhos, então com 15 e 17 anos, por um bando que invadiu o prédio em que moravam na cidade de Neiva, no sul da Colômbia. Sete meses depois, ela foi separada dos jovens e incluída no infame rol de "reféns políticos", hoje na casa de 40, que as Farc querem trocar por 500 dos seus que se encontram presos. À época, mesmo ausente, ela foi eleita para o Congresso pelo Partido Conservador - com a maior votação daquele pleito. O seu marido e correligionário, ex-deputado e ex-governador, Jaime Lozada, conseguiu comprar a libertação dos filhos, pagando o resgate em parcelas. Eles recuperaram a liberdade em julho de 2004. Um ano e meio depois, num ataque a tiros e explosivos, Lozada foi assassinado - aparentemente, por ter atrasado uma prestação.
A promessa da viúva de levar a seu túmulo as flores do mal - literalmente - exprime tudo o que pode separar a decência humana da criminalidade hedionda dos terroristas que, embora na defensiva hoje em dia, continuam na sua faina assassina que atormenta o povo colombiano. Para libertar outros reféns, as Farc ainda se dão ao escárnio de exigir, além da soltura de 500 guerrilheiros, que o presidente Álvaro Uribe decrete a desmilitarização, por 45 dias, das áreas onde se situam os municípios de Pradera e Florida e onde se daria o escambo. Naturalmente, tratando-se de uma região próxima de Cali, a terceira maior cidade do país, seria uma temeridade o governo de Bogotá aceitar a imposição dos bandidos. Blefando ou não, as Farc anunciaram o fim abrupto das "liberações unilaterais" iniciadas em janeiro com a entrega de uma ex-senadora e de uma auxiliar de sua mais conhecida vítima, Ingrid Betancourt.
Seqüestrada em fevereiro de 2002, quando candidata à presidência da Colômbia, a então senadora, agora a única mulher refém dos facínoras, tem sido especialmente maltratada por eles. Um dos quatro libertados anteontem, o também ex-senador Luis Eladio Pérez - que contou em detalhes revoltantes as agruras a que eram todos submetidos -, descreveu Ingrid, com quem esteve no começo do mês, como "fisicamente esgotada" e correndo risco de vida. Pérez relatou que ela é mantida "em condições infra-humanas". Em Caracas, para onde os ex-cativos foram finalmente conduzidos, no papel de coadjuvantes involuntários do show do bom amigo das Farc, Hugo Chávez, Gloria Polanco reiterou que o estado de Ingrid é desesperador. Nem assim, o caudilho se dispôs a demandar a sua soltura.
Numa apoteose de cinismo, dirigiu-se diretamente ao chefão da narcoguerrilha, Manuel Marulanda, a quem pediu que transferisse a prisioneira para "um comando" mais próximo dele, "enquanto continuamos abrindo o caminho para a sua liberação definitiva" - como se os padecimentos a ela infligidos não tivessem sido determinados pelo mesmo Marulanda, qualquer que fosse o pedaço de inferno que fosse obrigada a habitar. Chávez ainda se gabou de estar fazendo "tudo o que pudermos para liberar até o último dos seqüestrados" - como se as Farc estivessem propensas, apenas para enaltecer perante o mundo a figura do caudilho aliado, a renunciar ao seu poder de barganha. O que a quadrilha do narcotráfico pretende é ser reconhecida como força beligerante legítima.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Conselho [bem] pago
Diziam os antigos que se conselho fosse bom, ninguém daria, venderia. Pois o PoPa leu, no Estadão, a notícia: BRASÍLIA - Anunciado como grande novidade do primeiro governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) passa por um período de ostracismo e questionamento de suas funções, mas não recua na luta por mais recursos. A proposta orçamentária do órgão para 2008 prevê R$ 2,6 milhões em gastos. Se for aprovado pelo Congresso, esse orçamento vai superar em R$ 1,1 milhão (73%) o do ano passado, que foi de R$ 1,5 milhão - R$ 1,2 milhão foi efetivamente gasto.
Segue a notícia: O motivo do reforço no orçamento, explica a secretária do CDES, Esther Bemerguy de Albuquerque, é que o Brasil assumiu a presidência da Associação Internacional de Conselhos, que reúne grupos de aconselhamento de presidentes de 70 países. "Nossa responsabilidade aumentou, teremos mais viagens internacionais, muitas vezes com quatro ou cinco conselheiros [êta festança!!!!]. O conselho está ganhando importância". [e muita grana...].
O que parece estranho, é que os conselheiros não ganham salário, mas sim passagens e diárias (estas, caso os amigos não saibam, não sofrem descontos no imposto de renda, ou seja, são "limpas"). Então, como chegaram a este valor, com apenas 20 funcionários e cerca de 100 conselheiros que trabalham "de graça" (e que, provavelmente, não fazem - ou não deveriam fazer - tantas viagens assim)? Seria interessante uma olhadinha no orçamento detalhado deste "conselhão". Provavelmente, pode ser visto em algum canto obscuro da Câmara dos Deputados, se alguém se der ao trabalho de procurar. (leia o restante da notícia aqui).
Segue a notícia: O motivo do reforço no orçamento, explica a secretária do CDES, Esther Bemerguy de Albuquerque, é que o Brasil assumiu a presidência da Associação Internacional de Conselhos, que reúne grupos de aconselhamento de presidentes de 70 países. "Nossa responsabilidade aumentou, teremos mais viagens internacionais, muitas vezes com quatro ou cinco conselheiros [êta festança!!!!]. O conselho está ganhando importância". [e muita grana...].
O que parece estranho, é que os conselheiros não ganham salário, mas sim passagens e diárias (estas, caso os amigos não saibam, não sofrem descontos no imposto de renda, ou seja, são "limpas"). Então, como chegaram a este valor, com apenas 20 funcionários e cerca de 100 conselheiros que trabalham "de graça" (e que, provavelmente, não fazem - ou não deveriam fazer - tantas viagens assim)? Seria interessante uma olhadinha no orçamento detalhado deste "conselhão". Provavelmente, pode ser visto em algum canto obscuro da Câmara dos Deputados, se alguém se der ao trabalho de procurar. (leia o restante da notícia aqui).
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Analisando o Longo Prazo (Alopra?)
O PoPa leu no Estadão, a intrigante notícia: MANAUS - Informado que só em Manaus, onde vivem mais de 1,8 milhão de habitantes, quase 700 mil não dispõem de água encanada em suas casas, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, mudou a defesa sobre um dos pontos mais polêmicos de seu projeto Amazônia: a construção de aquedutos para levar água dos rios da região para o Nordeste. "É um paradoxo faltar água para os habitantes da Amazônia com toda a abundância dos rios. Primeiro precisamos providenciar que os habitantes da região possam usar essa água", afirmou o ministro.
O PoPa passou a vida toda trabalhando em desenvolvimento regional e planejamento. Estranha que o ministro, cuja função seria de planejar estrategicamente, montou um projeto sem conhecer a realidade das regiões envolvidas! Ou seja, alguém disse para ele: ministro, Manaus tem problemas sérios de água encanada! Então, ele vem com esta preciosidade de que primeiro vamos ter que providenciar para os habitantes da região usarem esta água. Nada a ver, ministro! Manaus tem governo! Água encanada é direito básico a ser provido pelo governo municipal ou estadual ou, em áreas muito pobres, pelo governo federal. Manaus é rica!
Aproveite a assessoria que deve ter neste ministério, agora provado inútil, e veja porque Manaus não tem água encanada. Certamente, não é por falta de água, nem por falta de recursos.
Em tempo: este projeto parece ser uma bobagem... ou, pelo menos, não tem dados consistentes sobre o que pretendem. Coisa de colegial.
O PoPa passou a vida toda trabalhando em desenvolvimento regional e planejamento. Estranha que o ministro, cuja função seria de planejar estrategicamente, montou um projeto sem conhecer a realidade das regiões envolvidas! Ou seja, alguém disse para ele: ministro, Manaus tem problemas sérios de água encanada! Então, ele vem com esta preciosidade de que primeiro vamos ter que providenciar para os habitantes da região usarem esta água. Nada a ver, ministro! Manaus tem governo! Água encanada é direito básico a ser provido pelo governo municipal ou estadual ou, em áreas muito pobres, pelo governo federal. Manaus é rica!
Aproveite a assessoria que deve ter neste ministério, agora provado inútil, e veja porque Manaus não tem água encanada. Certamente, não é por falta de água, nem por falta de recursos.
Em tempo: este projeto parece ser uma bobagem... ou, pelo menos, não tem dados consistentes sobre o que pretendem. Coisa de colegial.
domingo, 4 de novembro de 2007
A Felicidade
Fernanda Montenegro, este domingo no Estadão: Vê-se no rosto de Lula, no brilho dos seus olhos, que ele é o homem mais feliz deste País. Está feliz porque conseguiu o impossível. Temos que entender a viagem desse homem. Ele vive o seu milagre em total arrebatamento.A entrevista é longa e interessante. O PoPa recomenda a leitura, mas registra este trecho por achar que é algo extremamente interessante, pois Fernanda captou a essência da personagem vivida pelo homem. Nenhum analista político chegou à esta conclusão...
Imagem: Lula, ao ganhar a reeleição. Feliz como porco em roça de milho!
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