O pampa rio grandense é uma área muito delicada principalmente por suas condições de solo. O mau uso além de fatores desconhecidos estão levando, inclusive, uma área deste pampa à desertificação. É compreensível portanto que grupos ambientalistas se movam na defesa deste ecosistema.
ESTUDO DE AÇÕES PARA PROTEÇÃO AO PAMPA
O pampa não deve ser lavrado, não deve ser utilizado para o plantio de culturas anuais como soja, milho, feijão e como consequência disto já surge a primeira medida de proteção ao pampa -
PRIMEIRA MEDIDA DE PROTEÇÃO AO PAMPA
Proibir os assentamentos que visem a produção da chamada agricultura familiar. Só serão admitidos assentamentos que visem a produção leiteira, criação de gado de corte (que poderia ser feito em condominios) e criação de ovinos.
O pampa não pode ser submetido a pastoreio intensivo. Cabe a EMBRAPA determinar que quantidade de Unidades Animais (UA) a pastagem nativa do pampa pode suportar. Este estudo poderia levar a segunda medida de proteção ao pampa.
SEGUNDA MEDIDA DE PROTEÇÃO AO PAMPA
Somente mediante laudo técnico de engenheiro agrônomo com especialização em pastagens nativas do pampa poderá ser ampliada a quantidade de UA estabelecida para a região em estudo da EMBRAPA aprovado pelo CONSELHO DE PROTEÇÃO AO PAMPA - CPP (Orgão de defesa do pampa a ser criado)
Para atender as determinações da nossa segunda medida de proteção ao pampa será necessário alterar alguns procedimentos do INCRA. A lotação que poderia ser considerada aceitável para preservação do pampa não alcança os indices de produtividade estabelecidos pelo INCRA. E o INCRA pretende ampliar mais ainda estes indices. O produtor, ameaçado de desapropriação, aumenta a quantidade de gado no pasto e ultrapassa assim o máximo recomendável. Isto nos leva a triste conclusão que o produtor rural que trabalha no pampa riograndense vai acabar sendo o maior responsável pela extinção deste eco-sistema. Já podemos colocar a nossa terceira medida de proteção ao pampa.
TERCEIRA MEDIDA DE PROTEÇÃO AO PAMPA
Os indices de produtividade para a região do pampa serão estabelecidos pela EMBRAPA e não pelo INCRA.
Para coordenar a execução destas e outras medidas seria interessante a criação de um organismo formado por instituições ligadas ao pampa. Então teriamos a quarta medida de proteção ao pampa.
QUARTA MEDIDA DE PROTEÇÃO AO PAMPA
Criação do Conselho de Proteção ao Pampa - CPP, formados pelos COREDES (ou que nome tenham hoje) da região.
Até a próxima postagem
5 comentários:
Todas as medidas são boas, me parecem, embora não seja agrônomo...
Mas a terceira, matou, como diríamos:
"Os indices de produtividade para a região do pampa serão estabelecidos pela EMBRAPA e não pelo INCRA."
O INCRA é, antes de ser o que é, uma entidade política sensível às pressões ideológicas; além disso, estabelece critérios, aplica-os e fiscaliza.
A ciência da administração ensina que um mesmo órgão não pode produzir e fiscalizar. Essas duas unidades têm que ser submetidas a um árbitro maior, para que se faça a sinergia.
Acabei de imprimir este tópico e vou distribuir aos prefeitos da região que conheço. Acho que pode estar aí uma semente importante para mudar uma situação que já passou dos limites. A gente do Pampa tem que começar a se preocupar com o que é o melhor para o Pampa e não simplesmente assistir de camarote o que está ocorrendo.
lembro de uma conversa que tive com o saudoso Lutz. Ele alertava que o Pampa era um sistema extremamente frágil e que deveriam deixar a pecuária extensiva por lá.
Há alguns anos, visitei o Deserto de São João, na região do Alegre e é uma visão impressionante. O solo é muito raso e qualquer movimentação (arado ou lotação exagerada) faz com que a areia tome conta. Depois, o vento faz com que a areia destas áreas já arenificadas cubra as áreas lindeiras, matando a vegetação, que já é pobre. Quando de minha visita ao local, conheci áreas florestadas com eucalipto e acácia negra. Ambos desenvolvendo-se perfeitamente e já se notando a presença de matéria orgânica sobre o solo arenoso.
Então, vamos à luta para a criação do CPP!
Muito boa a lembrança do Lutz. Ele foi o segundo grande ecologista que conheci. O primeiro foi o velho professor Ceslau Marie Biezanko, que nas aulas de entomologia da Escola de Agronomia Eliseu Maciel sempre se recusou a discutir o uso de inseticidas no combate às pragas. Quando ninguem falava em meio ambiente e segurança alimentar ele já dizia que o uso de inseticidas só iria criar superinsetos e poluir o meio ambiente.
Fiz um comentário na publicação O Pampa e o Incra II, onde falo do tuco-tuco, um roedor que vive em áreas arenosas ou de grama e que foi descoberto no Alegrete. O tuco-tuco é considerado uma praga na Argentina. Será que ele não tem a ver com a área de deserto no Alegrete? Pesquisadores respondam.
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