domingo, 31 de outubro de 2010

Está feito!

Bem, não adianta tentar achar motivos para o fato de que o pt garantiu mais quatro anos de mandato. Não adianta achar que nunca tivemos oposição de verdade (talvez Bolsonaro tenha sido o único) nestepaís. Não adianta pensar que poderia ser diferente se a campanha de Serra tivesse sido mais agressiva e mostrasse como é o governo Lula na realidade.

Nada disso adianta. Vamos ter que enfrentar quatro anos de populismo, corrupção e casuísmos. Seria diferente com Serra? O PoPa não tem tanta certeza assim mas, pelo menos, teríamos um tempo enquanto a nova turma se habituasse ao espaço público...


O PoPa já decidiu o que vai fazer. Vai continuar por aqui, tentando mostrar erros e acertos de todos que tem a ver com o Pampa. E é só o que interessa para nós que aqui vivemos.

alea iacta est

...agora é esperar o resultado. Se vamos ter mais quatro anos de mensalões, grana na cueca, erenices, dirceus e outros escândalos que fizeram a história recente do Brasil. Não que o PoPa acredite que Serra seja o presidente ideal para o País, mas representa a necessária alternância para, pelo menos por algum tempo, dar um basta na sacanagem que impera no executivo brasileiro.

E se der Dilma? Bem, o PoPa acredita que vai haver algum tipo de alternância, sim. De um grupo para outro, isolando Lula e sua proverbial mania de comparar tudo com futebol. Entrará um time mais sério, que sabe exatamente o que faz e fará. Gente que aprendeu com os erros e não pretende repetí-los. Gente que todos conhecemos, que sabemos exatamente o que farão. Não seremos, portanto, enganados...

sábado, 30 de outubro de 2010

Como se perde uma eleição

O PoPa não tem dúvida que Dilma irá ganhar esta eleição. Não com a diferença que os institutos insistem em colocar, mas algo em torno de 6% (com margem de erro de 2%...). Mas o PoPa acha que a eleição vai ter este desfecho mais pelos erros da campanha de Serra que propriamente pelos acertos da de Dilma.

Vamos ver:

1. Serra insistiu demais que o governo Lula foi bom e que ele faria uma espécie de continuidade. Se é para ter continuidade, por que não ficar com o produto original?

2. Serra conseguiu aliados que não participaram ativamente da campanha no primeiro turno e, neste segundo, estão apenas cumprindo carnê, sem o entusiasmo que deveria existir.

3. Com medo de repercutir negativamente, Serra não participou da campanha de Yeda no RS. No entanto, ela teria condições de arrebanhar mais votos para Serra que para ela própria. E pareceu traição, o que o eleitor gaúcho não gosta. Perdeu no primeiro e vai perder no segundo...

4. Talvez por falta de dinheiro ou por puro abandono, faltou material de campanha e não se vê nas ruas do RS, placas, adesivos e qualquer outro tipo de propaganda de Serra. Dilma, ao contrário, está a pleno, parecendo até ser candidata única.

5. Serra não avançou em propostas estruturantes, ficando nas vagas promessas de melhorar a saúde, a educação e a segurança. Não falou como faria para desinchar a máquina pública, como faria para reduzir os gastos e coisas do gênero. O eleitor não é tão burro como demonstra (é burro, sim, mas não tanto).

6. Serra preocupou-se com as polêmicas e não bateu no principal: o governo Lula foi ruim para o Brasil. Perdeu oportunidades durante a maré de crescimento mundial, ficando muito aquém do que poderia ter sido.

7. A campanha de Serra foi tão ruim que mesmo a péssima performance de Dilma não impediu seu crescimento. Lula influenciou? Certamente, mas foi a falta de uma opção vigorosa que a transformou em candidata viável.

O PoPa acredita que Dilma terá uma oposição forte em seu governo. Mas esta oposição não será de Serra e sua turma. Será de Lula, ao ver que foi escanteado no governo...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dois cenários

02/01/2011 - depois de festejar tudo que podia e ir dormir, o cara acorda e vai para seu gabinete, como sempre fez (quando estava em Brasília, claro), nos últimos oito anos. Estranhou que o porteiro não correu para abrir a porta, a servente do cafezinho nem sorriu para ele e mais estranho achou quando a nova inquilina do gabinete falou: espera um pouquinho aí fora, que tenho que resolver uns 'probleminha' com meu chefe de gabinete. Duas horas depois, avisaram que ela precisou sair pela porta lateral para atender uma urgência política. E nada de cafezinho.

02/01/2011 - depois de passar os últimos dias de poder chorando a perda de sua candidata, o cara acorda e tem um recado para ele. O presidente precisava se encontrar e discutir como entender a máquina pública anabolizada que ele deixou. PS: aceitas um cafezinho?

O malvado fabricante de garrafas

Em suas leituras matinais, o PoPa leu, no Estadão, que Chávez irá expropriar uma fábrica de garrafas de vidro, cujos proprietários são americanos. "Ela está levando o dinheiro venezuelano e explorando a população", disse o sério líder.

Socialista é assim mesmo. Não consegue ter tecnologia para montar uma fábrica de garrafas e resolve roubar do malvado capitalista. Provavelmente entregará a produção para um sindicato do setor e os venezuelanos, muito em breve, estarão pagando mais pelas mesmas garrafas. Isso, se a fábrica continuar a trabalhar no mesmo ritmo "capitalista". A mesma coisa aconteceu com a malvada Petrobras, cujas refinarias foram roubadas pelo governo da Bolívia. E com o aval de quem deveria protegê-la!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O petróleo é nosso

Uma campanha, na década de 50, sacudiu o Brasil e criou a Petrobrás. Ontem, no debate, soubemos que ela foi recriada em 2003. A história foi jogada no ralo pela candidata do pt à presidência, ao afirmar que antes de 2003, a Petrobrás era "carne de pescoço". Ela quis fazer alguém acreditar que o pré-sal é um "bilhete premiado" e que nada tem a ver com as pesquisas realizadas pela Petrobrás, e com seu corpo técnico, nestes últimos 50 anos.

"Bilhete premiado" é obra do acaso. O pré-sal é obra de muita pesquisa e muito trabalho. Tem a ver com a formação do quadro técnico da empresa e com as diretrizes de suas subseqüentes diretorias, desde sua fundação.

Outro ponto interessante do debate, foi quando Dilma afirmou que a agropecuária estava mais forte, em função de tecnologias apoiadas por este governo, como o plantio direto! Plantio direto é tecnologia já dominada há várias décadas! Vem sendo apoiada pelos sucessivos Planos de Safra, antes de - acreditem! - 2003. O Cineman afirma que ela ainda vai querer reivindicar a autoria dos transgênicos...

Estes são fatos que o PoPa conhece bem e, sobre eles, ela mentiu. Então, o resto das coisas que ela disse e o PoPa não conhece, podem ser mentiras também.

O PoPa também tem visto comparações do Brasil com a China. Bem, os fatos - é, os fatos - mostram que a China realmente tem influência no mercado internacional. Subiu apenas 0,5% em sua taxa básica de juros e o mercado internacional tremeu, as bolsas caíram. O Brasil pode fazer qualquer coisa e nada acontece. Dá para comparar?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Burritzia

Talvez por efeito da idade, o PoPa não tem mais muita paciência com a burrice que tomou conta de nossa sociedade. Não somente da brasileira, mas de praticamente todo o mundo. Já tivemos a "idade das trevas", o "Renascimento", a "década perdida", entre tantas épocas e tantos apelidos.

No futuro, esta nossa época poderá ser chamada de "era do politicamente correto", quando se fez tudo muito errado, tentando fazer o muito correto. Uma época em que se tentou reduzir as diferenças, criando-se mecanismos que não só aumentaram esta diferença, como as transformaram em lutas sociais, lutas políticas, lutas raciais, lutas religiosas. Uma lástima que o homem não soube aproveitar o que esta época tem de melhor, sua tecnologia, criada justamente para melhorar a vida de todos.

E isso, caros parcos e fiéis leitores do PoPa, é de uma burrice atroz!

sábado, 23 de outubro de 2010

Abstinência de Poder

Em janeiro, Lula será apenas e tão somente, um aposentado. Na verdade, um tri-aposentado (por invalidez, por ter sido preso político e, em janeiro, por ser ex-presidente).

Já se manifestam, neste momento, alguns sintomas que podem ser atribuídos à abstinência do poder. São sintomas antecipados, na verdade, mas que já se manifestam, com incontinência verbal, apologia da violência explícita e, muito provavelmente, suores noturnos e pesadelos…

Lula vai sentir fortemente a falta do poder. Para ele, seria melhor Serra vencer esta eleição, pois teria garantido espaço na imprensa, para o que ele sabe fazer melhor: oposição. Às vezes, até parece que ele faz oposição ao próprio governo, colocando culpas no "governo anterior", talvez esquecendo que o "governo anterior" foi dele, também. Com Dilma, vai ser um pouco mais complicado, mas o PoPa aposta que, caso ela ganhe, até a metade do ano Lula já vai estar criticando alguns erros da “companheira”. E vai começar a fazer o que sabe melhor... Afinal, para ser apoiador, não vai ter imprensa para ele. E ele não vai se contentar com “assar um coelhinho”, como ele afirmava (não mais) há algum tempo.

O tempo dirá se o PoPa está certo. Preparem-se! Nos discursos posteriores à eleição, já poderemos ver na sua face, o alívio (o PoPa acredita que será cara de felicidade) caso Serra vença. E uma pitada de preocupação (o PoPa acredita que ele estará com uma cara séria, atacando a oposição), caso Dilma vença.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eu Lembro!

Eu lembro de um tempo em que as pessoas tinham vergonha de mentir e, pegas na mentira, tinham vergonha. Eu lembro de um tempo em que as famílias se envergonhavam por seus membros que mentiam. Eu lembro de um tempo em que os amigos se envergonhavam pelos amigos que mentiam.

Eu lembro de um tempo em que roubar era feio, muito feio. Lembro que não se repetiam até cansar as palavras "ética", "honestidade", "caráter", pois eram apenas coisas que toda pessoa deveria ser, não uma qualidade a ser perseguida ou mimetizada.

Eu lembro de um tempo em que o Brasil era um país sério, em que era preciso estudar para passar de ano e as pessoas começavam a trabalhar cedo, aos 14, 16 anos. Eu lembro de um tempo em que se respeitava professores, se respeitava a autoridade deles dentro de aula. Lembro de um tempo em que as crianças respeitavam os mais velhos. E um tempo em que criança era simplesmente uma criança, não um marmanjo armado com um 38 assaltando e sendo protegido pela sociedade que ele ameaça.

Lembro de um tempo em que velhos, crianças, grávidas, deficientes eram respeitados pela sua condição humana e pelas suas dificuldades intrínsicas, não pelo peso de uma lei.

O Brasil mudou? Mudamos nós? Ou simplesmente algumas pessoas se julgaram melhores que outras e começaram a criar coisas que não precisávamos, para resolver problemas que não tínhamos?

Estamos cada vez mais perto do universo de George Orwell. Já temos nossa novilíngua distorcendo o significado de palavras como "cidadania", "justiça", "trabalhadores", "igualdade", "raça", "tolerância" além de criar novas, como "transversalidade", "politicamente correto", "ambientalismo"... Já temos nosso Big Brother em todas as telas de tv, bradando chavões e palavras de ordem, tentando manter e ampliar seu universo de controle.

Está nas mãos dos brasileiros seguir este rumo ou começar a mudar - um pouquinho que seja. Voltar aos tempos em que honestidade, ética e caráter não eram apenas palavras ou qualidades pessoais, mas um conjunto de regras respeitadas por toda a sociedade. Que a falta destas características seja repudiada pela sociedade e não premiada.