segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Alta do IPI - Tiro no pé?

O governo não  resistiu ao loby das grandes montadoras instaladas no Brasil e aumentou o IPI, atingindo algumas grandes montadoras que ainda não estão por aqui. Exemplo típico da JAC Motors, que está pretendendo instalar uma montadora em 2014, mas que está importando seus carros a preços realmente competitivos e com itens de série que são opcionais nos outros fabricantes.

A idéia geral é que a indústria brasileira estaria sendo ameaçada por estas importações e que seria preciso algum tipo de atitude para impedir o crescimento dos importados em nosso mercado. A coisa parece simples, mas não é. Mercado externo é coisa séria e pode resultar em ações contra o Brasil na OMC e retaliações que irão atingir outros setores que não o automotivo.

Mas o velho PoPa acompanha desde muito tempo estes mercados e sabe que a margem da indústria automotiva é muito grande. Tanto que durante a recente crise, a GM sustentou-se mundialmente com os lucros da unidade brasileira. E esta elevada margem permitiu a introdução destes modelos da JAC e de outras a preços competitivos. Mas ainda com uma grande margem...

Este final de semana, as revendas da JAC bateram recordes de vendas, com a ameaça do aumento de preço. Pois com este aumento súbito de preços, é possível que a empresa consiga manter o mesmo preço, com redução de margem unitária. Simples matemática... Ou com aumento bem menor do que o mercado está esperando.

O loby das outras grandes pode estar indo para o lixo. Um tiro no pé, como se diz por estas bandas.

O PoPa fica com um pensamento voltado à indústria verdadeiramente brasileira. Onde está a proteção às carnes aqui produzidas, ao arroz, às conservas, ao leite? Bem, o PoPa não acha que tenha que existir proteção, quando as regras de mercado estão sendo cumpridas. Se há dumping em algum destes produtos, no entanto, é direito do País de se proteger. Mas não proteger a incompetência ou a ganância.

Pensa nisso!

3 comentários:

nedelande disse...

Parece que no atual governo, e na maioria dos anteriores, tudo é uma questão de contribuição no caixa. Naquele caixa. E os produtores de carne, de arroz etc.. não tem condições de entrar neste time.

PoPa disse...

Verdade, no caso do arroz, o time é composto pelos donos de engenho, aos quais interessa arroz mais barato, embora isso não represente preço mais baixo na gôndola do supermercado. Mesma coisa com leite e carne.

Mas, no caso dos carros, eles compraram briga com cachorro grande. Não vai sair barato esta brincadeira, com certeza. Vamos ver se os "brasileiros" não vão aumentar o preço junto com os importados. O palpite do PoPa é que a JAC e os chineses do Uruguai vão segurar as pontas, absorvendo este imposto, e apostando no futuro. Afinal, as margens deles também são grandes o suficiente para isso.

Mas, no fundo, é só questão de aumento de arrecadação. A propósito, o aumento já houve neste trimestre e o governo já não fala mais em apertar os cintos. Talvez porque as calças já caíram mesmo...

Alberto disse...

O que dizer dos Vereadores de Novo Hamburgo? 10.000 assinaturas contra o aumento do número de Vereadores de 14 para 21 e, mesmo assim, eles votaram a favor dos 21 no primeiro turno!