Na Arábia Saudita, um conjunto de fazendas produtoras de leite, fazem inveja a qualquer lugar do mundo onde se fala em estiagem. No meio do deserto, são cultivados alfafa e milho para a alimentação de um rebanho leiteiro que chega a produzir um milhão de litros diários. Poços artesianos com mais de 200 metros se encarregam de fazer o milagre da irrigação e da produção.
O PoPa entende um pouco - muito pouco - de produção primária e irrigação. Sabe que a região da Campanha gaúcha tem dificuldades de armazenamento de água, mas tem chuvas anuais em boa quantidade. E está sobre um aquífero enorme, considerado o maior do mundo, em profundidade muito menor que os 200 metros dos árabes. O que impede de existir um programa de construção de barragens e de poços para estas regiões? E o PoPa nem está falando em recursos a fundo perdido, mas em recursos de financiamento, agregados a uma divulgação forte do que se pode fazer com irrigação. E incentivar empresas que consumam muita água a fazer seus próprios poços, mesmo dentro da cidade, como maneira de sustentar as barragens para uso humano.
Bem, em outro governo, por coincidência do mesmo partido do atual, o PoPa andou participando de algumas reuniões sobre irrigação na região da Campanha, com o uso da água do aquífero Guarani. E ouviu, dos diletos técnicos do governo que não poderiam incentivar este tipo de uso, sob pena de "acabar com as reservas hídricas do aquífero"!
O PoPa sabe que o uso de um aquífero deve ser feito de maneira cuidadosa. Que qualquer interferência pode ser desastrosa, não pelo uso, mas pela possível contaminação feita pelos buracos abertos para extração da água. Mas isso pode - e deve - ser controlado, com técnicas modernas de perfuração e utilização da água, com o encamisamento cuidadoso de todo o poço. Caro? Certamente, mas muito mais caro é perder safras, deixar o povo sofrer racionamentos, impedir o desenvolvimento, promover um êxodo da população em direção a outros centros urbanos...
Há alguns anos, o PoPa andou lendo sobre poços abertos em uma cidade, na revenda de motos e em uma casa de saúde pertencentes a um político nordestino. Em meio ao caos, ele tinha água nestas empresas. Justo? Seria, se os poços não tivessem sido abertos com recursos públicos mas uma lição ainda mais importante se tirava do evento: existe água no subsolo do sertão nordestino. Por que não usá-la? Por que manter o povo na absoluta miséria? Talvez a resposta seja a mesma para a Campanha Gaúcha: falta de interesse em resolver um problema crítico mas que dá dividendos políticos quando se faz as tais "soluções emergenciais"...
Pensem um pouco nestas regiões, sem racionamento, com produção forte e riquezas advindas desta produção. Pobres? Não, apenas ignorantes, exploradas por corruptos, ladrões, assassinos.
2 comentários:
Popa, amigão. O dinheiro que poderia ser utilizado para solucionar o problema das estiagens aí na região em apreço, é devidamente desviado para paraisos fiscais e, claro, uma certa porcentagem para um certo partido de bandeira vermelha. Esate país é podre desde o topo da pirâmide e, nos próximos dois milênios não há sinal de recuperação a não ser que os Maias estejam certos sobre 2012!
A maior riqueza do país é a miséria. Milhares de crápulas enriquecem explorando este rico manancial.
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