quarta-feira, 30 de maio de 2018

Revisão gaudéria da evolução do PIB em 2018

Finalmente, depois de décadas de serviço ininterrupto, o velho PoPa conseguiu se aposentar. Já tinha se aposentado deste blog, pois a política cansa muito. Mas nestes dias complicados, não resta muito a fazer, já que gasolina não tem, disposição para caminhar, menos ainda...

Então, pensando no que o Brasil e o RS tem enfrentado, o velho PoPa resolveu fazer umas continhas de bolicho, para ver que impacto esta guerrilha das estradas vai causar na nossa economia. Os baguais pararam por dez dias, considerando que a coisa se acomode ainda esta semana. Os reflexos na indústria e no comércio, ainda vão se fazer sentir por mais dez dias e ainda temos um feriado pelo caminho. Bueno, Com estes 20 dias na cachola, o velho fez mais umas continhas e chegou a conclusão que o impacto será de, no mínimo, 10% do PIB brasileiro e um pouco mais do PIB gaúcho. As previsões que os graúdos da economia faziam para o crescimento do PIB brasileiro deste ano, era de 2,7%. O governo, com sempre um tantinho otimista, fala em 3%. Em 2017 mal chegamos a 1% no Brasil e apenas 0,8% no RS.

Com esta tragédia econômica, no entanto, poderemos rebaixar esta previsão para uns 2,4% (conta de bolicheiro, não esqueçam!). No RS, por um acaso, as importantes safras de soja e arroz já foram totalmente colhidas, em quantidade menor que no ano passado, mas em valor maior. Uma coisa quase equilibrando a outra, até um pouquinho mais de valor. Ou seja, nosso principal componente do PIB ficou meio que empatado. A indústria tinha tido um ano muito ruim, com crescimento negativo, e estava se recuperando aos pouco. Estava. Com um governo quebrado e sem pulso, vamos novamente para outro ano de crescimento pífio. Culpa dos caminhoneiros? Não totalmente, mas com uma ajuda impressionante.

Nas suas leituras matinais de hoje, o PoPa leu que o governo não vai aumentar os impostos para cobrir as benesses dadas aos empresários do setor (sim, não pensem que serão os caminhoneiros, os verdadeiros beneficiários) e que vai usar recursos do tesouro, redução de verbas já definidas e coisas do gênero. Ora, o governo não produz nada, toda a grana do "tesouro", vem dos bolsos da população, através de... impostos! A conta vai ser salgada, tanto em termos de apoios, como em termos de reajustes. Por conta disso, podemos reduzir um pouco mais aquela continha do PIB. Digamos, para 2,3%.

Em momento algum o governo falou em reduzir o tamanho da máquina. Estão até criando um tal de Ministério da Segurança Pública, cuja criação foi aprovada no senado ontem. Cortar viagens, diárias, cartões corporativos, veículos oficiais? Nah, que bobagem. Mesmo que alguns aleguem que cortar mordomias palacianas, como comidas especiais, ração para patos e coisas do gênero, sejam coisas de valor relativamente pequeno, o que vale é o exemplo. Só em comida para o avião presidencial, é um milhão de reais por ano (isso em 2017). Tinha saído uma licitação de 1,7 milhão, mas foi cancelada porque a gritaria foi grande. Ou seja, a gordura para cortar é muito grande por ali. Por que o presidente e sua trupe precisam comer salmão, pago pelo brasileiro, nestes vôos? Se quiserem, por que não podem pagar por isso?

O PIB do RS, infelizmente, é outra história. Poderíamos ter um crescimento maior que o do ano passado. O PoPa acredita que se ficarmos nos 0.8% já estará de bom tamanho. A crise do Estado vai se aprofundar. Em ano eleitoral e com o gringo querendo reeleição! Não vai levar, como nenhum outro antes dele levou, mas vai fazer bobagem para tentar se mostrar como um bom governante. Nesta crise, por exemplo, o Vice-Governador estava controlando tudo. Como as coisas estão se clareando, ontem o gringo assumiu os trabalhos, segundo a ZH. Esperto, mas nem tanto. O silêncio dele nestes dias será notado em outubro.

E chega por hoje! Fiquem espertos, que a gasolina nos tanques dos postos deveria ficar um pouco de tempo para decantar a sujeira, e isso não está acontecendo.



Um comentário:

PoPa disse...

Segundo a Exame, meus cálculos estavam otimistas demais. Economistas atribuem um crescimento de menos de 2% este ano. Parabéns, caminhoneiros!