COMPROMISSOS…
“Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos
setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo
minha mão a eles. De minha parte, não haverá discriminação, privilégios
ou compadrio. A partir da minha posse, serei presidenta de todos os
brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de
crença e de orientação política.”
No dia 31 de outubro de 2010, após ter confirmada a
vitória na disputa presidencial, a Sra Dilma Roussef proferiu um
discurso, do qual destacamos o parágrafo acima transcrito. Era uma
proposta de conduzir os destinos da nação como uma verdadeira estadista.
Logo no início do seu mandato, os Clubes Militares
transcreveram a mensagem que a então candidata enviara aos militares da
ativa e da reserva, pensionistas das Forças Armadas e aos associados dos
Clubes. Na mensagem a candidata assumia vários compromissos. Ao
transcrevê-la, os Clubes lhe davam um voto de confiança, na expectativa
de que os cumprisse.
Ao completar o primeiro ano do mandato,
paulatinamente vê-se a Presidente afastando-se das premissas por ela
mesma estipuladas. Parece que a preocupação em governar para uma parcela
da população sobrepuja-se ao desejo de atender aos interesses de todos
os brasileiros.
Especificamente na semana próxima passada, e por três dias consecutivos, pode-se exemplificar a assertiva acima citada.
Na quarta-feira, 8 de fevereiro, a Ministra da
Secretaria de Direitos Humanos concedeu uma entrevista à repórter Júnia
Gama, publicada no dia imediato no jornal Correio Braziliense, na qual
mais uma vez asseverava a possibilidade de as partes que se
considerassem ofendidas por fatos ocorridos nos governos militares
pudessem ingressar com ações na justiça, buscando a responsabilização
criminal de agentes repressores, à semelhança ao que ocorre em países
vizinhos. Mais uma vez esta autoridade da República sobrepunha sua
opinião à recente decisão do STF, instado a opinar sobre a validade da
Lei da Anistia. E, a Presidente não veio a público para contradizer a
subordinada.
Dois dias depois tomou posse como Ministra da
Secretaria de Política para as Mulheres a Sra Eleonora Menicucci. Em seu
discurso a Ministra, em presença da Presidente, teceu críticas
exarcebadas aos governos militares e, se auto-elogiando, ressaltou o
fato de ter lutado pela democracia (sic), ao mesmo tempo em que
homenageava os companheiros que tombaram na refrega. A platéia aplaudiu a
fala, incluindo a Sra Presidente. Ora, todos sabemos que o grupo ao
qual pertenceu a Sra Eleonora conduziu suas ações no sentido de
implantar, pela força, uma ditadura, nunca tendo pretendido a
democracia.
Para finalizar a semana, o Partido dos Trabalhadores,
ao qual a Presidente pertence, celebrou os seus 32 anos de criação. Na
ocasião foram divulgadas as Resoluções Políticas tomadas pelo Partido.
Foi dado realce ao item que diz que o PT estará empenhado junto com a
sociedade no resgate de nossa memória da luta pela democracia (sic)
durante o período da ditadura militar. Pode-se afirmar que a assertiva é
uma falácia, posto que quando de sua criação o governo já promovera a
abertura política, incluindo a possibilidade de fundação de outros
partidos políticos, encerrando o bi-partidarismo.
Os Clubes Militares expressam a preocupação com as
manifestações de auxiliares da Presidente sem que ela, como a mandatária
maior da nação, venha a público expressar desacordo com a posição
assumida por eles e pelo partido ao qual é filiada e aguardam com
expectativa positiva a postura de Presidente de todos os brasileiros e
não de minorias sectárias ou de partidos políticos.
Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2012
Vice-almirante Ricardo Antonio da Veiga Cabral, presidente do Clube Naval
General de Exército Renato Cesar Tibau da Costa, presidente do Clube Militar
Tenente Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista, presidente do Clube de Aeronáutica
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