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sexta-feira, 1 de junho de 2007

PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE

Pobre Pampa está lançando uma campanha estadual de defesa do ambiente em que vivemos. Vamos começar com a poluição da Região Metropolitana que recursos sem fim tem custado à toda a sociedade gaúcha (principalmente o Pró-Guaíba, cuja primeira etapa já consumiu mais de 220 milhões de dólares), sem que se observem resultados significativos para melhoria da qualidade de vida dos habitantes desta terra varonil.

E sobra para nós, aqui em baixo, com nossa belíssima Lagoa dos Patos totalmente poluída com resíduos das cidades "desenvolvidas" de nosso Estado. Está no site do DMAE: "84% da população tem o esgoto coletado. O tratamento de esgoto contempla 27% da população". Portanto, além dos coitados que não têm esgoto coletado (mas ele vai para algum lugar, certamente), Porto Alegre despeja no Guaíba (e, por consequência, na Lagoa dos Patos), 63% do esgoto produzido pelos seus quase quatro milhões de habitantes e estamos falando somente de Porto Alegre! Vamos ampliar isto para a "Grande Porto Alegre", cuja situação de tratamento de esgotos não deve ser melhor, e teremos mais de três milhões de produtores de resíduos sólidos e líquidos que não são tratados ou, em uma conta vulgar, a merda de três milhões de pessoas cai diretamente no rio, todos os dias...

Estima-se que haja uma produção diária entre 180 e 200 litros/pessoa/dia de esgoto. Parece muito? lembrem-se dos banhos, da higiene diária, das descargas, tudo isto regado a muita água, que fica contaminada irremediavelmente. E precisa ser tratada, mas não é, como vimos. Então, a Grande Porto Alegre contribui com algo perto de 600 milhões de litros de água extremamente poluída, entregue aos nossos rios, diariamente. Mas não ficamos por aí, pois temos todo o Vale dos Sinos e a região de Caxias do Sul. 75% do PIB estadual está neste eixo entre Porto Alegre e Caxias do Sul e, provavelmente, muito mais que isto da poluição também. E ainda temos muito esgoto cloacal caindo no pluvial e vice-versa, o que causa um impacto ainda maior no sistema.

Esperem, não falamos da poluição industrial! Do assoreamento dos rios, da destruição das matas ciliares (algum portoalegrense já viu isso de perto?). E temos os lixões industriais, concentrando os detritos de inúmeras indústrias, nem sempre estáveis e seguros, como vimos recentemente.

Vamos a fundo! Vamos criar um "Zoneamento Populacional" e impedir as pessoas de poluírem a água enquanto não tiverem seus esgotos tratados. E um "Zoneamento Industrial", para impedir a concentração de indústrias no eixo Porto Alegre/Caxias do Sul, pois não podemos permitir que a poluição industrial permaneça nos atuais níveis. Como primeira proposta, o imediato fechamento de todas as indústrias das regiões analisadas, até que se faça um estudo de impacto ambiental que mostrem quais podem retornar à produção. Também será necessária a análise dos bairros destas cidades, para saber quais deverão ser evacuados até que se faça a implantação de um sistema de tratamento integral de esgotos que não agrida o meio-ambiente. Infelizmente, as regiões mais pobres serão as mais atingidas, mas isto não deverá preocupar os ecoburocratas.

Vamos buscar apoio nas hostes das ongs preocupadas com o meio-ambiente. O Pobre Pampa tem certeza que sua preocupação terá acolhida nestas instituições! Quem sabe até recursos internacionais para promover passeatas, discursos, montar um documentário e, de quebra, comprar algum político.

Imagem: sujeira no Rio Guaíba. Fonte: FURG, onde também tem o seguinte texto: É estranha a relação que porto-alegrenses mantém com o Guaíba: oscila entre o amor e o ódio. Orgulham-se do pôr-do-sol e se servem dele para matar a sede, mas não hesitam em despejar esgotos domésticos, dejetos industriais e lixo em suas águas.