Sobre Cuba, não há como não se emocionar com o blog "Generacion Y", onde Yoani Sánchez mostra um pouco da vida dura na ilha: Toda mi vida la he pasado con el mismo presidente. No sólo yo, sino que mi mamá y mi papá –nacidos en el 57 y en el 54, respectivamente- tampoco recuerdan a otro. ou: Las imágenes de la caída del muro de Berlín las vi once años después de los sucesos de aquel octubre de 1989.
Mas, sobre internet, vejam o que ela escreve:
Ayer me fui a la Feria Internacional del Libro en la fortaleza de la Cabaña, al este de La Habana. Gracias a un lector de este Blog, que me regaló algunos títulos de su pequeña editorial española, pude salir con algo en las manos. Los precios en pesos convertibles me convencieron de no comprar nada, mientras creía reconocer -entre las ofertas en pesos cubanos- sextas o séptimas reediciones de Alejandro Dumas y Emilio Salgari.
Ciertos pabellones repletos de gente, mientras que otros, especialmente las editoriales con temática política y social, significativamente vacíos. La atracción principal eran los pequeños cuadernos para colorear o los libros infantiles con llamativos personajes a lo Disney; y los stands menos visitados aquellos de discursos, consignas y utopías de las que ya estamos saturados cada día.
Sin embargo, no fueron los libros los que me proveyeron de la experiencia más intensa de esa jornada, sino la escurridiza Internet o la “balsa virtual” como la llaman algunos. Resulta que ETECSA ha colocado muy cerca de la entrada principal un Telepunto para vender tarjetas, llamar por teléfono y acceder a la red de redes. El año pasado ya había hecho el intento de sentarme frente a uno de los teclados, pero me aclararon “enérgicamente” que era sólo para extranjeros. Con la ilusión de que esta vez el apartheid fuera cosa del pasado, volví a intentarlo. Una elegante vendedora, que parecía llevar sobre sí varios postgrados de marketing y gestión de ventas, me hizo bajar de mi nube al pedirme el pasaporte o la tarjeta de turista.
No puedo entender que en un espacio para la lectura y el conocimiento -como debe ser una feria de libros- exista una zona vedada para los que ostenta determinado “origen nacional”. Si encima de eso el “área restringida” es la puerta a esa gran biblioteca, hemeroteca y enciclopedia que es Internet, entonces todo se me vuelve más absurdo. Cómo se puede, en un mismo recinto, fomentar la lectura y evitar el acceso a la información; vender libros y censurar páginas web; potenciar las palabras y no dejarnos entrar a un chat; vender diccionarios y no permitir que consultemos Wikipedia.
El incidente me hizo evocar los enormes volúmenes -en la parte más alta del librero- que mi padre me prohibía hojear cuando era niña. Como uno de esos libros inaccesibles y por ende “irresistibles” me ha parecido ayer Internet y, nosotros los cubanos, como perennes infantes a los que no se les puede dejar leer sus páginas.
Como ela posta no blog? Travestindo-se de turista e entrando em hotéis que contam com uma internet muito lenta, mas suficiente para dar notícias ao mundo. Pense nisso: você gostaria de uma realidade como esta para o Brasil? Tem quem queira!
6 comentários:
Popa, já conhecia o blog "Generación Y". Elas são fantásticas, como também gostei dos estudantes cubanos "peitando" o Ricardo Alarcón, reclamando da vida em Cuba da falta de liberdade, de eles não poderem fazer turismo. Isso nunca ocorreu antes, pelo menos nunca tivemos essa divulgação. Existe uma lei de 2004 que proibe os cubanos de acessarem a internet de casa. Quero ver agora como vai ser. Quanto mais o povo de cuba tiver contato com os outros povos e os fetiches da mercadoria mais risco vai ter o regime. E agora não tem mais Fidel para segurar a onda. Popa, me diga, quem agora vai segurar a onda da revolução?
Ninguém segura, Maia! Raúl Castro já se deu conta que, para ficar um pouquinho no poder, vai ter que fazer uma abertura "lenta e gradual". Interessante, esta expressão lembra alguma coisa...
Os irmãos Castro só queriam passar a vida como nababos e poderosos. Como estão no final dela, querem passar como aqueles que tiraram um ditador e devolveram o poder ao povo. Quanto tempo demorou isso? O que importa?
Ela postou hoje:
Ainda assim, as doses de abertura serão graduais e espaçadas. Um claro jogo onde o prêmio é o desejado condicionador de ar que se poderá adquirir em 2009 ou a simbólica torradeira que teremos que esperar mais alguns anos. Neste ritmo as antenas parabólicas chegarão para nós em meados deste século e meus netos conhecerão, na sua adolescência, o GPS.
Eu acho que a abertura cubana faz parte de uma estratégia de manutenção de poder. Fidel, com sua liderança, conseguia manter as coisas sobre controle. Qualquer reação ele ameaçava um daqueles seus imensos discursos e a turma desistia. Agora é diferente. O irmão Raul não chega nem na canela do Fidel. Se tentar manter as coisas com o mesmo rigor está ferrado. E depois deste tempo todo no poder não se pense que é uma questão ideológica - esta não conta mais.. por enquanto. O que eles tem que abrir é a possibilidade dos cubanos terem acesso aos bens de consumo modernos (ou pelo menos que consideravamos modernos vinte anos atrás) tanto pela disponibilidade dos mesmos como pelo crescimento da renda. E esta abertura será gradual, mas muito gradual, com as promessas que a Generation Y postou. Quanto a abertura ideológica, esta vai demorar um pouco mais. Computador sim. Mas talvez internet não. Livros? Continuem com os clássicos. Autores novos? Muito cuidado. Novelas brasileiras? Sim, sem problema. Filmes brasileiros? Só os financiados pela Petrobrás.
Mas felizmente estas aberturas são incontroláveis. Para azar do Raul tudo deverá correr muito mais rápido do que ele está pensando.
Não há dúvidas que é uma estratégia de manutenção do poder. Mas exatamente por que eles mantém o povo neste obscurantismo todo? No próprio Generación Y, tem comentários de gente que apoia a vida que se leva na ilha. Claro que não devem ser de nativos ou, quem sabe, de nativos dazelites de lá. Fico pensando como reagiriam nossos esquerdistas ao serem forçados a uma vida como aquela. Claro que sem as benesses do poder! Como nativos simples e normais...
É um pressuposto básico desta turma, meu caro PoPa, que eles vão desfrutar das benesses do poder. Bom, a julgar pelo que acontece no governo do Lula do PT, eles não estão muito longe da realidade.
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