sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Battisti, o criminoso comum que está perturbando os brasileiros

Pertinente comentário do Cineman sobre o caso Battisti:

Hoje li um comentário do Vieira aqui de Porto Alegre que acho que matou a questão. Toda a preocupação está em impedir que o Supremo venha a conceituar o que é terrorismo. Se isto acontecer, junto com a não prescrição do crime de tortura (muito justa) pode vir a não prescrição do crime de terrorismo (muito justa, também) e ai poderiamos ter alguns problemas com a candidata e outros amiguinhos que até grana do governo receberam por seus crimes.

E uma carta aberta aos brasileiros, do filho do açougueiro morto pelo PAC (pescado da newsletter do Rogério Mendelski):

Lino era apenas um açougueiro.Atualmente aos 46 anos de idade, Adriano Sabbadin tinha 17 quando o terrorista Cesare Battisati e seu bando invadiram o açougue de seu pai, Lino Sabbadin, e o mataram. Indignado com a proteção do governo Lula ao assassino, concedendo-lhe asilo político, Sabbadin fez publicar no jornal Corriere del Veneto uma carta aberta aos brasileiros. A tradução é do jornalista Giulio Sanmartini:

"Vivo em uma pequena cidade na província de Veneza. Escrevo a todos os brasileiros, pois hoje me sinto profundamente ferido pela decisão de vosso ministro da Justiça de considerar Cesare Battisti um refugiado político. Há 30 anos ele assassinou meu pai. Não quero vingança, mas uma justiça que não chega. Quem é Battisti: ele começou na política dentro do cárcere, detido que estava por crimes comuns, aí conheceu o terrorista de extrema esquerda, Arrigo Cavallina”.

“A primeira vítima dos Proletários Armados para o Comunismo (PAC) foi o suboficial da guarda carcerária Antonio Santoro. Quando este sai de casa para o trabalho, Battisti lhe atira nas costas (6/6/1978). Retornando ao seu grupo ele conta excitado à sua companheira os efeitos de ver ‘alguém jorrando sangue’. Depois de uma série de assaltos o grupo resolver centrar contra aos agentes da ‘contra-revolução’, isto é, comerciantes que haviam reagido contra assaltos comuns”.

“Inicialmente pensou-se em somente feri-los, mas a vontade de mostrar a própria força a outros grupos de terroristas de esquerda, convence o PAC que é necessário fazer ver que se é capaz de matar. Chegaram a nosso açougue pelas 4 e meia da tarde. Meu pai, ajudado por minha mãe, atendia a algum cliente, eu estava nos fundos falando ao telefone, quando ouvi os tiros de pistola que ribombavam nos meus ouvidos”.

“Apavorado, corri para nossa casa que ficava no andar superior, depois de longuíssimos minutos vi homens que saiam num carro em disparada. Quando cheguei ao açougue, vi minha mãe com o avental branco todo ensangüentado e meu pai no chão dentro de uma poça de sangue. A ambulância chegou rapidamente, mas nada pôde fazer”.

“Nos processos, seja a perícia e o testemunho de um arrependido, fez ver que Battisti tinha dado, sem piedade, os tiros mortais em meu pai. Battisti esteve sempre presente no grupo armado, colocando à disposição sua experiência de bandido e ficou conhecido por sua determinação em matar, jamais hesitando em fazê-lo”.

“Por todos estes crimes Battisti cumpriu somente um ano da cadeia, enquanto minha vida ficou completamente destruída. Me vi aos 17 anos como o chefe de família e um vazio que com o tempo só fez aumentar. Não pode existir paz sem justiça e a minha família justiça, não a teve”.

“Não consigo entender o que levou vosso ministro da Justiça e classificar Battisti como um refugiado político, declarando que na Itália existem aparatos ilegais de repressão ligados a Máfia e a CIA (Central Intelligence Agency), por isso não pode conceder a extradição, o fato me parece uma folia e mais que isso, ofensivo à nossa democracia. Peço que façam um apelo ao vosso presidente para que reveja essa decisão".

"Adriano Sabbadin"

4 comentários:

Anônimo disse...

A crise, que começou financeira, transformou-se em econômica e, na ausência de governo, já está se transformando em crise social. A crise social é reflexo, à primeira vista, do maciço desemprego e na conseqüente queda de consumo e na inadimplência que acarretam menor produção e mais desemprego.

Insensível, o governo já projeta a mesma arrecadação de impostos verificada no ano passado, haja vista o impostômetro apresentar valor de 100 bilhões no mês de janeiro, o que projeta arrecadação de 1,1 trilhão de reais no ano. Um fio muito tênue, ao mesmo tempo em que separa, une a crise social à violência, principalmente nos grandes centros urbanos.

Os empregados, mais prudentes que o governo sindicalista, já abrem mão de salários integrais com a correspondente redução de jornada de trabalho, a fim de manter seus empregos. Mas, o governo perdulário, até agora não acenou com a redução de impostos e de gastos, como se vivesse num universo paralelo, imune aos problemas dos mortais que os sustentam.

Em breve teremos convulsão social e, sem forças armadas, uma possível guerra civil, de conseqüências castatróficas.

"LIBERTAS QUAE SERA TAMEN"

Anônimo disse...

A definição legal de terrorismo pode, de fato, dificultar a vida mansa de muita gente. Alguns anos atrás houve iniciativa neste sentido, mas pelo jeito foi engavetada. Tal definição não poderia deixar de incluir uma motivação político/religiosa, meios violentos e alvos civis. São os três requisitos mínimos. O MST, por exemplo, é um grupo cuja principal motivação é ideológica, que usa de invasões por vezes violentas contra a população do país. Como este crime seria imprescritível, os que cometeram atos semelhantes no passado, teriam, como disse o Cineman, problemas. Incluindo-se uma futura candidata a presidência...

Anônimo disse...

Ah, lembrei. O que motivou, anos atrás, alguns a tentar definir legalmente o que seria terrorismo foi o grupo PCC durante aquela onda de ataques. O problema é que o PCC se encaixa melhor na definição de crime organizado, cujo fim maior é o dinheiro do que na definição de terrorismo. Claro, a definição de grupo terrorista era perfeita para outras organizações, que na época estavam juntinhas com o governo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Como é que pode ser levado a sério um cara que se filia a um grupo chamado Proletários Armados pelo Comunismo???