O PoPa leu, no blog do Reinaldo Azevedo, uma notícia interessante sobre este grupo clandestino, mas não tanto:
Por Cristiano Machado, na Folha Online:
O Ministério Público Federal investiga suspeitas de desvio de verba destinada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário a associações de produtores rurais ligadas a José Rainha Jr., principal coordenador de grupos dissidentes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Pontal do Paranapanema (oeste de São Paulo).
Dados do Portal da Transparência, da CGU (Controladoria Geral da União), revelam que, em pouco mais de um ano, essas duas associações de produtores rurais do Pontal receberam R$ 3,5 milhões.
Uma delas, a Associação Amigos, de Teodoro Sampaio (672 km a oeste de SP), foi beneficiada com R$ 2.165.395 para prestar assistência técnica a agricultores no plantio de mamona --matéria-prima para produção de biodiesel-- e na construção e reforma de moradia nos assentamentos.
A outra, a Faafop (Federação das Associações de Assentados e Agricultores do Oeste Paulista), criada por Rainha em 2005 em Mirante do Paranapanema (530 km a oeste de SP), recebeu R$ 1.373.598,25 também para produção de mamona.
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Ambas são presididas por José Eduardo Gomes de Moraes, ex-coordenador do MST e um dos principais aliados de Rainha no controle de assentamentos e acampamentos do Pontal.
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À reportagem Moraes se limitou a negar irregularidades no uso da verba. "A prestação de contas está em dia. Toda vez que lideramos ações para desenvolver o Pontal sofremos esse tipo de perseguição e suspeita", diz.
E o que mais diz a reportagem da Folha?
Sob a condição do anonimato, um comerciante, um dono de van e o proprietário de ônibus usado no transporte de trabalhadores rurais de Teodoro Sampaio disseram à Folha que cederam notas fiscais frias a pessoas ligadas à Faafop e Associação Amigos.
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Um deles, o dono de um ônibus ano 1974 que transporta cortadores de cana-de-açúcar, afirmou ter cedido R$ 70 mil em notas em menos de uma semana para justificar transporte de trabalhadores ao Paraná e a assentamentos do Pontal.
Segundo ele, pelo "favor" deveria receber R$ 10 mil, que ainda não foram pagos. Porém, o motorista disse que "eles demoram, mas sempre pagam".
O dono da van disse que cedeu R$ 6.000 em notas frias. O comerciante não quis falar em valores, mas admitiu empréstimo de "uma dezena de notas".
Aí está. Notas frias para manter a prestação de contas em dia... velhos costumes, novos ladrões... em tempos normais, prestação de contas é feito com verificação in loco. Se são casas para assentados, é só verificar como está indo a construção. Assistência técnica? É ver o que estão produzindo e ver a quantidade de atendidos por técnico, para saber da qualidade. Transporte de assentados? Isso é suspeito, pois não aparece nos objetivos e fica difícil de comprovar.
Um comentário:
Este esquema do MST é antigo. Um dia consegui que um técnico de uma entidade de assistência técnica que é encantada com os assentados abrisse algumas coisas que ele sabia. Como é dinheiro público é feita uma licitação para definir os fornecedores dos produtos que o assentamento necessita. Mas vencer a licitação é apenas o inicio do processo. Se ele não pagar um pedágio para os líderes do assentamento ele não consegue fazer nenhuma venda. Acho que junto com os manuais de guerrilha vem sempre junto um manualzinho de corrupção.
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