domingo, 10 de agosto de 2008

Presidência TV

Não, o PoPa não está querendo falar da TV Brasil, aquela experiência cara e tão pouco assistida aqui no Brasil. Mas falar sobre o Equador e os gastos exagerados em publicidade, seguindo os passos de vizinhos não tão distantes. No blog "La Alharaca", o PoPa leu um texto que foi escrito pelo blogueiro Manuel Ignacio Gómez Lecaro e publicado também na revista equatoriana "Clube".

O texto é longo, e o PoPa resolveu colocar aqui apenas alguns trechos. Se o leitor se interessar no conteúdo integral, clica aqui.

A publicidade pode convencer-nos que precisamos coisas inservíveis. Sobretudo estes comerciais que nos colocam abestados por vários minutos. Assim, as pessoas compram desde super extratores de sucos e mágicos tira manchas, até novas religiões. Os tele pastores brasileiros do "Para de Sofrer" sabem o poder que têm estes comerciais. E, quanto mais se repete e quanto mais os vemos, mais convencidos estaremos.

O governo equatoriano também tem sabido usar magistralmente a publicidade. Com uma bem organizada e coesa estratégia de comunicação, nos vendem promessas a toda hora do dia. Todos os ministérios e instituições governamentais estão alinhadas a uma mesma linha e estratégia publicitária. Até as empresas estatais que, em teoria, são independentes, como Alegre, se unem à voz do governo. Assim, como não terminar comprando a mensagem presidencial?

... aos equatorianos já custou mais de 14 milhões de dólares as campanhas oficiais onde nos repetem que a pátria já é de todos. Mais do que qualquer um dos últimos governos gastou.

... o governo faz seis horas de publicidade ao dia.

Até que ponto a popularidade do governo se baseia em sua publicidade e até que ponto em uma real sensação de bem estar da população? Mais, até que ponto a sensação de bem estar das pessoas se deve a uma melhoria real em suas vidas ou a ter um governo que le diz, todo o dia, que a vida está melhor, que a mudança e o bem estar estão chegando?

... Agora é a vez da publicidade da nova constituição. Se nos dizem todo o dia que esta é a melhor constituição da história, que o obscuro passado nacional será sepultado e que começa uma nova era, como não acreditar? Como não comprar este maravilhoso aparato que fará nossas vidas tão felizes?

...

Assim a história se passa no Equador, na Venezuela, na Bolívia e, muito provavelmente, no Paraguai de Lugo. Os argentinos não são assim tão suscetíveis à publicidade oficial, aparentemente. No Brasil, as tentativas são frequentes, mas não tão exitosas, aparentemente. Mas apenas aparentemente. Aqui, há resistência, mas o oficialismo é mais esperto, também...

Um comentário:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Certa esquerda tem um discurso de democratização dos meios de comunicação para que a sociedade organizada assuma o controle sobre a grande mídia. Como se a sociedade de hoje tivesse uma facilidade imensa em se organizar e decidir sobre o seu futuro ou sobre o que é bom para a tosse. Sociedade organizada é a meia dúzia de sempre, a minoria participativa, que faz muito barulho para mostrar que são muitos. É preciso sempre estar de olho, vigilante, atento e qualquer coisinha colocar a boca no trombone.