O PoPa leu, no Estadão de hoje, a notícia de que os bancos esperam a criação de um fundo garantidor das operações de crédito. A intenção é boa - como todas as outras que pavimentam o caminho do inferno - e pretende fazer com que o custo ao cliente seja menor que atualmente. Está lá na notícia: "No entendimento do governo, ao diminuir o risco das operações, o fundo vai permitir que os bancos reduzam o spread. De acordo com estudos da Federação dos Bancos (Febraban), 38% do spread se devem ao custo da inadimplência". A inadimplência tem uma única causa: a falta de critérios para conceder o crédito. As boas práticas bancárias não são utilizadas na hora de dar o crédito, preferindo cobrar altas taxas para compensar a falta de capacidade nesta análise.
Se for criado um fundo garantidor, o custo poderá baixar, mas o fundo vai esgotar-se rapidamente. E de quem será esta grana do fundo? A notícia informa: "será formado com recursos do BNDES, Tesouro Nacional, dos bancos e dos próprios tomadores dos empréstimos bancários, nos quais seria embutida uma taxa com essa finalidade". Ou seja, vão reduzir o spread com grana pública e vão cobrar dos clientes uma parte disso! Onde está a lógica, caramba?
Sobre o cadastro positivo, os bancos podem fazê-lo - e já o fazem, através da SERASA e da Central de Risco do BC. Por que esperar a decisão do governo? Simplesmente, porque não é interessante para eles baixar o custo deste tipo de cliente, pois é ele que sustenta a má qualidade das análises de crédito. Simples assim...
2 comentários:
Ou seja, facilitar o acesso ao crédito usando como garantia dinheiro do contribuinte, certo? Sem considerar o fato de que crédito facilitado, por definição, tende a criar bolhas. Idéia de gerico provavelmente concebida por alguma mula que chamam economista.
Certo, recursos do BNDES são oriundos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que é pago pelas empresas com outro nome: PIS e PASEP. Esta grana deveria ser para financiar empresas, para criar empregos, essas coisas... ou seja, vão desviar recursos de investimento para suprir uma falha bancária.
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