Bobagens multiplicadas

O PoPa passou o sábado em uma pequena cidade do interior, sem internet, sem tv. Agora pela manhã, ao colocar em dia as notícias, leu no Blog do Clausewitz, a desastrada tentativa de explicar o inexplicável de Racista da Silva.

Uma gafe é uma gafe, simplesmente. Mas pode trazer para fora coisas que não gostaríamos. A tentativa de salvar a dignidade, explicando a gafe, quase sempre é desastrosa e quase sempre agrava ainda mais a situação.

Racista da Silva, ao tentar explicar sua frase, utiliza coisas desconexas. Diz que estava se referindo à situação dos imigrantes de países em desenvolvimento na Europa "ou seja, quem está sendo mandado embora, são os latinoamericanos que trabalham nos países, são os membros da Europa Oriental que estão lá trabalhando, são os indianos, são os africanos..." Mas estes não são os "pobres do mundo". São trabalhadores europeus que estão perdendo seus empregos frente à crise, juntamente com os nativos, que também estão perdendo seus empregos. Isso, se estiverem legais. Mas ele tinha falado em índios e negros. O PoPa não sabia que, entre os imigrantes europeus, estavam índios brasileiros.

Mas, indo mais longe, Racista da Silva afirma que, quando os ricos resolverem seus problemas, "nóis" vamos vender para eles novamente. Este é o cerne de tudo? "Nóis" dependemos de vender para os ricos? "Nóis" não estávamos preparados para sermos um país que não dependeria em nada dos ricos? A globalização não é uma das coisas mais atacadas por membros do partido do governo?

O PoPa acredita que o preconceito é uma grande bobagem e o pior deles, o racismo, é inaceitável em uma sociedade não tribal. O racismo existe em todo lugar e também existe no Brasil. Exacerbá-lo é criminoso e desnecessário, principalmente vindo do chefe da Nação. Racista da Silva colocou, em uma única declaração, toda sua história de vida, toda sua trajetória política. Em uma única declaração, mostrou sua verdadeira cara ao Brasil e ao mundo.