Como qualquer regime de excessão, o de 64 também foi muito ruim. Mas é preciso que se diga que - em seus últimos tempos - não era diferente da atual democracia brasileira. Aliás, era mais democrático, até! O colégio eleitoral dos dois últimos períodos, não era composto apenas dos que escaparam da cassassão, mas de políticos eleitos diretamente pelo povo! Até mesmo o senador "biônico" tinha deixado de existir. E não foi a luta armada que devolveu o direito do povo de escolher o presidente. Foi o congresso, livre e soberano, e os militares fizeram uma transição pacífica e ordeira. Aquelas marchas por diretas já, foram apenas pano de fundo, pois nada impedia o congresso de aprová-las. Na verdade, os acomodados políticos de então - como os atuais - queriam permanecer como estavam, precisando de um "empurrãozinho" do povo. Nada muito diferente de hoje, com a diferença que Lpt trabalha forte para manter seu grupo no poder, e os militares trabalhavam para devolver o poder aos políticos (não ao povo, claro). Coisa estranha!
Os casuísmos que faziam com que os militares continuassem no poder (alternando-se a cada quatro anos e sem reeleição, diga-se), permaneceram, mesmo quando os políticos tiveram oportunidade de trocar, na constituinte. Assim, votos dos grotões nortistas e nordestinos, valem mais que os do sudeste e do sul. Permaneceu um sistema bicameral desnecessário e custoso. Permaneceram e foram aprimoradas, as ações legislativas do executivo, através das mps (tão criticadas pelo pt e por ele tão utilizadas).
É nosso sistema atual diferente do que tínhamos pós 64? Eu acho, sinceramente, que não! Havia impunidade? Sim! Corrupção? Provavelmente, mas nem perto do que temos hoje. Tanto que nenhum dos generais presidentes morreu milionário - nem seus filhos ou herdeiros.
E o que sustentava o sistema? O voto cabresto, o voto analfabeto, as ações populistas (é, eles também tinham isso), tudo igualzinho como é hoje. Com uma diferença: Não ficávamos aguentando a cara do mesmo general por mais de quatro anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário