segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Prestar contas é coisa de operário!

Na ZH de hoje, o PoPa leu uma interessante matéria sobre a sugestão do Ministério Público Estadual, sobre a prestação de contas dos deputados. Vejam o pensamento dos ilustres legisladores:

Alceu Moreira, PMDB, futuro presidente da Assembléia: "O deputado não é um operário que trabalha por hora". Segundo ele, o que a Assembléia precisa é definir "indicadores máximos de gastos por setores" e "ter modelos de gestão que assegurem a possibilidade de não ficar vulnerável no controle de gastos". Traduzindo: sem essa de querer que os deputados apresentem notas fiscais, recibos e outras bobagens! Coloquem um valor definido para cada operação e larguem a grana direto, sem comprovação...

Zilá Breitenbach, líder da bancada do PSDB: "A Assembléia se preocupou demais com questões administrativas em 2007 e deixou de exercer papel legislativo". Ela, provavelmente, refere-se ao cuidado que a atual presidência teve com a apuração dos escândalos e com a implantação de controles mais rígidos. Antes é que era o correto! Deixava-se roubar, mas tinha-se preservada a ação legislativa...

Adroaldo Loureiro, PDT: "Há coisas que, convenhamos, o deputado tem que ter autonomia, não pode colocar tudo que é coisa no Transparência. O deputado é um agente político, público, que tem fé pública". "Tem que ser respeitada a atividade parlamentar". Essa o PoPa entendeu direitinho. O que o nobre deputado está dizendo, é que nem tudo que eles fazem pode aparecer para seus eleitores e para o público em geral. A sociedade tem que acreditar no que eles fazem e ponto final. Legal!

E o que sugere o MP? Simplesmente que eles informem o que gastam! É difícil para um deputado dizer, por exemplo, qual material está sendo postado às contas do dinheiro público? É complicado manter registro de presença dos CC´s e concursados que trabalham nos seus gabinetes? É impossível ter uma planilha para comprovar o uso e a consequente indenização do uso de veículo particular (hoje, basta uma declaração do deputado)? É absurdo pretender que as diárias sejam pagas através de relatórios que justifiquem a viagem? Se isto é tão difícil para os atarefados deputados, quem sabe um dos seus incontáveis assessores poderia fazer isto? E para que serve, afinal, o site Transparência, se alguns destes nobre e atarefados cidadãos acham que não precisam informar nada à sociedade?

2 comentários:

Letícia Losekann Coelho disse...

Li a Zero Hora e achei uma vergonha! Não vou comentar muito...prefiro meu silêncio, pq morro de vergonha de uma coisa dessas!Não sei como esses senhores acordam de manhã bem sabe...depois de dar declarações assim na imprensa!
beijos

Anônimo disse...

Os gauchos estão no sal, ou seria no puleiro, no ninho...