sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Diplomacia?

Na Agencia Estado, notícia do dia de hoje no jornal impresso Estadão:

Genebra - O ministro das Relações Exteriores, o chanceler Celso Amorim, fez o que deve ter sido um dos mais duros ataques públicos de uma autoridade estrangeira contra o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, desde que o democrata venceu as eleições presidenciais norte-americanas e corre o risco de ser até considerado um "incidente diplomático" antes mesmo de Obama tomar posse. Ontem, Amorim disse que Obama não estaria assumindo suas responsabilidades como "líder" e que a falta de um sinal de flexibilidade por parte do presidente eleito na área comercial é o que estaria levando ao fracasso um acordo na Rodada Doha de comércio multilateral, da Organização Mundial do Comércio (OMC). O ministro brasileiro havia acrescentado que "tem uma administração que está encarregada das negociações, mas tem uma outra que está na sombra". "E se não temos um sinal político da (administração) que está vindo, então será muito difícil porque mesmo outros países terão temor de negociar", comentou.

Com a repercussão - bem negativa, por sinal - desta declaração infeliz de nossa diplomacia, hoje Amorim já fez um meio pedido de desculpas (site Valor Econômico):

Hoje cedo, em entrevista coletiva em Genebra após reunião do G-20, grupo coordenado pelo Brasil, o representante brasileiro declarou-se "desapontado" com a interpretação dada pela imprensa brasileira. Argumentou que não entrou no "jogo de acusação" e, sim, que fez um pedido "positivo" de sinalização por parte de Obama para levar adiante à negociação na OMC.

Na entrevista nesta manhã, Amorim já não usou termos como "responsabilidade" do futuro presidente. Apontou a "ganância" de alguns países, sem mencionar expressamente os EUA, pelo fiasco que deve ser anunciado ainda hoje na Rodada Doha. Mesmo se a negociação demorar mais três ou quatro anos, ele disse que o Brasil continuará trabalhando pelo sucesso dela.

É mole? Assim, como não perder para o índio cocaleiro, para o caloteiro equatoriano, para o bispo, para o guerrilheiro bolivariano? O Itamarati é algo muito sério para estar nas mãos amadoristas deste pessoal!

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando nossos vizinhos nos dão calotes, um tapinha nas costas. Mas contra os terríveis americanos, qualquer ataque, mesmo que infundado, está valendo.